Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

A queda do muro de Berlim

tornou impossível aos comunistas

se apresentarem

como defensores dos pobres

 

Trecho da entrevista concedida à TVE (da Espanha), 3-2-1990 (*)

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Repórter: Doutor, o Sr. crê que com a queda do Muro de Berlim, com a derrubada do socialismo real na Europa do Leste, a influência do comunismo na América Latina baixará? Que pensa o Sr. que vá ocorrer em face desta mudança que há na Europa?

Plinio Corrêa de Oliveira: Há um fato para o qual a imprensa brasileira - mas também a européia, na medida em que tenho tido tempo de a ver - não tiveram a atenção bastante fixada, e que é o seguinte: até aqui o comunismo se apresentava como uma luta reivindicatória dos pobres contra os ricos. Agora, com a queda do Muro, acaba havendo o fato de que se torna evidente que para além dele há uma pobreza e uma miséria que é terrível, e que torna impossível que os comunistas se apresentem como defensores dos pobres contra a miséria. Pelo contrário, organizam um movimento que faz com que a miséria dos pobres se estenda como um polvo, para dominar e incluir todos, e todo o mundo ficar pobre. Portanto, o aspecto da luta comunismo x anticomunismo tem que mudar.

Os comunistas precisam explicar - depois da experiência terrível de setenta anos de um regime, câncer devorador sócio-econômico, que reduz a Rússia a uma situação que vemos - por que durante todo esse tempo, eles que viam dentro de casa essa miséria, eram partidários da expansão dela pelo mundo inteiro. Enquanto isto não se explicar, nós nem sequer sabemos com quem estamos lutando. Ora, eles não mostram nenhuma vontade de explicar isso.

Falando com cordial franqueza, penso que os meios de comunicação teriam grande vantagem em acentuar esse ponto. Ponto sensacional! Não os vejo muito apressados em pôr isso em relevo. Enquanto não houver isso, o comunismo não tem sequer com o que se apresentar. É como um falido que tem um processo de ação por ter levado a própria empresa à falência, mas que organiza uma propaganda mundial para que as outras empresas sigam os mesmos processos dele. O que é isso?

Está um pouco enérgico e um pouco enfático o meu modo de falar... Tenho vagas gotas de sangue espanhol nas veias. No tempo dos Áustrias, o Brasil foi unido a Portugal e por aí governado pelos Reis da Espanha. Houve muito espanhol aqui em São Paulo. Eu descendo desses espanhóis. Desta maneira sou um pouco enfático... Mas o meu pensamento é este. 

(*) Para ler o texto integral desta entrevista, basta clicar aqui.

Monumento às vítimas do comunismo no cemitério de Cracóvia (Polônia, 2 de novembro de 2014)


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