Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

Legionário, N.º 485, 28 de dezembro de 1941

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Pearl Harbor, 7 de dezembro de 1941: abaixo, mapa indicando que as ondas de ataques nipônicos aproximaram-se de duas direções diferentes

 

Infelizmente as manobras da quinta coluna proporcionaram no Extremo Oriente tais vantagens às forças totalitárias, que ainda hoje os agressores nipônicos se beneficiam das posições que a “surpresa” do primeiro ataque lhes permitiu obter.

Esta verificação arrancou do governo norte-americano a demissão do comandante chefe da esquadra “yankee” cuja extraordinária desprevenção ante o perigo dificilmente se poderia explicar por uma simples incúria.

Não nos parece que o Presidente Roosevelt, nomeando uma comissão de inquérito, simplesmente parece punir uma imperícia que ficou patente, e que pela exoneração vergonhosa do culpado já estaria suficientemente castigada.

Há nisto tudo cheiro indiscutível de suspeita e de traição.

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Nada disto colocou entretanto mal a vontade “sir” Shelton Thomas, governador de Singapura. Esse funcionário, cujos insucessos bem mereceriam a atenção de uma comissão de inquérito, teve o desplante de se gabar de que respeitou a tal ponto a neutralidade do Thailand, que permitiu o estabelecimento ali de bases aéreas utilizadas pelos nipônicos em sua ofensiva.

Como se deve chamar isso neutralidade, incúria ou cumplicidade?

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Esta impressão tanto mais forte se torna quanto nas mesmas declarações “sir” Sheiton adianta que a surpresa do ataque nipônico foi um abalo e que outros abalos se fazem prever. Em outros termos, S.Sa. espera outras surpresas. Mas uma surpresa esperada será realmente surpresa?

O mesmo espírito de Munich e Montoire, que facilita agora a expansão nipônica no Pacífico, facilitou aos japoneses a conquista de esplêndida presa abaixo, que os seus adversários não destruíram antes que dela se apoderasse o inimigo.

SINGAPURA, 20 (R) - Segundo adiantam de Tóquio, “enormes quantidades de material bélico, inclusive vinte e dois gigantescos reservatórios de óleo e toneladas de víveres” caíram em mãos dos nipônicos, quando Caulum foi tomada no dia 13 de dezembro, ao que alega no jornal japonês “Nichi-Nichi”.

Dentre os tanques de petróleo - relata o periódico - incluem-se oito reservatórios subterrâneos da “Texaco Petroleum Company” e quatorze cisternas gigantescas cheias até às bordas com óleo da “Standart Oil Company”.

Enormes estoques de farinha de trigo, açúcar de beterraba, sal, fios de lã e remédios foram também encontrados armazenados em grande depósito”.

O jornal nipônico diz ainda que um aeródromo e as docas de Chapao, no extremo da península de Caulum, caíram intactas em mãos dos japoneses.

Como se vê, é uma esplêndida “corbeille” de natal, moralmente oferecida pela quinta coluna.

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Não desarma entre nós a propaganda divorcista e ao “Legionário” cumpre denunciá-la. – Assim, certa revista carioca vem publicando continuamente reportagens ainda há pouco com os autores nacionais Ribeiro Martins e Lídia Alencar - que redundam em hábil e discreta propaganda do divórcio. Convém que, perseverantes na oração e na luta, os católicos continuem a manter serenamente viva sua repulsa a este grande mal!


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