Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

"Sim, minha Mãe, o Vosso Reino

 

triunfará!"

 

 

 

11 de novembro de 1973,  Domingo

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Discurso proferido no Páteo do Colégio, no centro da capital paulista, após celebração da Santa Missa, na Catedral de São Paulo, pelas vítimas do comunismo que tombaram nas mais variadas partes da terra.

 

Depois desse impressionante toque de recolher que nas suas sonoridades ao mesmo tempo graves e solenes nos falam de algo de esperança; um toque de recolher sério e delicado, mas que diz que no momento em que se comemoram os mortos alguma chama fica, alguma vida sobrevive, uma esperança renasce das cinzas. Nesse momento é sumamente sugestivo o quadro que aqui temos diante dos olhos. É esse quadro que, rapidamente, e a título de encerramento dessa magnífica manifestação, me cabe evocar em palavras que se sintetizam no seguinte.

Há duas figuras geométricas que me parecem simbolizar bem essa manifestação. De um lado, a linha reta, símbolo da trajetória do homem, do grupo ou do povo que caminha desembaraçada e resolutamente de encontro aos seus obstáculos e às dificuldades rumo ao fim. E, de outro, a esfera que é a linha curva que começa e volta ao seu ponto de partida. Símbolos contraditórios, porque um representa o futuro e outro representa o passado, mas símbolos cuja conjunção representa sobretudo o grande valor que nos congrega nesse momento, e que é a Tradição.

A Tradição que é, ao mesmo tempo, um voltar-se para o passado e um  caminhar para o futuro; a Tradição, minhas senhoras e meus senhores, que aqui se exprime esplendidamente, quer pelo que ela tem de futuro, quer pelo que ela tem de passado.

 

 Páteo do Colégio, na capital paulista

Como o passado brasileiro se manifesta bem aqui! Diante desta construção que nos lembra os primeiros dias de São Paulo, que nos lembra a epopeia jesuítica da evangelização destas terras e da fundação da cidade; que nos lembra os ideais católicos que animaram os heróis que aqui habitaram e que começaram a fundar aqui a São Paulo católica; a Tradição, representada por esse monumento comemorativo da fundação da cidade; a Tradição, aqui harmonicamente representada também pela delegação portuguesa, que nos seus belos trajes característicos nos lembra a mãe pátria, da qual nós nos gloriamos de provir; a Tradição que convive com a linha reta.

Quer dizer, a imagem de uma grande nação, de um grande povo que nasce agora para seu destino mundial, o Brasil; que nasce juntamente com as nações irmãs da América do Sul, para a realização da grande epopeia do século XXI, que é a luta contra o comunismo e a restauração da civilização cristã – esta linha reta aqui representada por essa multidão de jovens aqui presentes e que indicam bem que o Brasil de hoje, este Brasil concreto, este Brasil cujos monumentos nós vemos nos prédios de dimensões babilônicas que diante de nossos olhos se erguem – esse Brasil de hoje não é um Brasil desvairado, não é um Brasil que perdeu seu rumo, mas um Brasil firme nos seus princípios, que tem uma plêiade de jovens, uma plêiade de varões dispostos a todo sacrifício para impedir que os ideais fementidos que querem nos levar ao oposto do que era o ideal de Anchieta e de seus companheiros, que esses ideais nos desviem de nossa rota.

Aqui está a juventude, aqui está a TFP, congregada em torno das autoridades civis,  em torno do ilustre Embaixador do Vietnã que lembra o sangue glorioso vertido nessa Cruzada do século XX que é a luta do Vietnã contra o comunismo internacional; aqui estão os representantes queridos das gloriosas nações cativas; aqui estão todos aqueles que diante de Deus testemunham a nossa resolução de viver, de lutar e de morrer para que viva, lute e triunfe o Brasil e o continente americano na luta contra o inimigo da civilização.

(aplausos)

Senhora! Tantos e tão generosos aplausos... Mas como seriam vazias essas palavras se não se voltassem finalmente a Vós, que sois o centro dessa manifestação.

Senhora gloriosa de Fátima, que anunciastes em 1917, ao mundo inteiro, os dramas e castigos que ensanguentam o mundo se as almas não se voltassem a Vós num movimento sincero de regeneração.

Senhora de Fátima, que, entretanto, anunciastes também que no fim o Vosso Imaculado Coração triunfará!

Vossos olhos contemplaram do alto do assento celeste, onde Vossas virtudes excelsas Vos granjearam o mais alto dos tronos abaixo do trono do próprio Deus. Vossos olhos maternais presenciaram, na Catedral Metropolitana, essa quantidade enorme de jovens que compareciam junto com pessoas de todas as idades para receber o Corpo e o Sangue infinitamente preciosos de Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Divino Filho.

Vós sois o canal por onde a todos veio a graça dessa atitude de alma. Vós sois Aquela por cujo rogos Cristo Senhor veio aos nossos corações e se tornou realmente presente em nós; Vós sois Aquela por meio de quem veio a todos nós a graça de lutarmos pela Tradição, Família e Propriedade. Vós sois Aquela cuja promessa nos alenta nessa luta pela certeza da vitória.

Vós dissestes que por fim o Vosso Imaculado Coração triunfará.

Com a alma genuflexa diante de Vós, nós dizemos, ó Mãe, que nós esperamos que o começo desse triunfo por Vós anunciado seja exatamente a dilatação da TFP por todo o continente americano, Portugal, pela Espanha e por tantos outros países, para Vos aclamar como Rainha e para dizer como uma legião de filhos Vossos: Sim, minha Mãe, o Vosso Reino triunfará! E por isso, por Vós, ó Maria, desde já aclamamos:

Tradição, Família, Propriedade!


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