13 de outubro de 1917 – 6a. Aparição de Nossa Senhora em Fátima, o milagre do sol e seus significados possíveis

Conferência para Correspondentes Esclarecedores da TFP, 5 de junho de 1994

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo“, em abril de 1959.

A 13 de outubro de 1917, em Fátima, o sol “dançou” ante mais de 50.000 pessoas, tomando coloridos diversos (vide texto abaixo). A tal propósito, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira levantou hipóteses de interpretação deste famoso fato ocorrido por ocasião da sexta e última aparição de Nossa Senhora, na Cova da Iria.

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(…) Lúcia, nesse momento, exclamou: “Olhem para o sol!”

Desaparecida Nossa Senhora na imensa distância do firmamento. As nuvens se entreabriram, deixando ver o sol como um imenso disco de prata. Brilhava com intensidade jamais vista, mas não cegava. Isto durou apenas um instante. A imensa bola começou a “bailar”. Qual gigantesca roda de fogo, o sol girava rapidamente. Parou por certo tempo, para recomeçar, em seguida, a girar sobre si mesmo, vertiginosamente. Depois seus bordos tornaram-se escarlates e deslizou no céu, como um redemoinho, espargindo chamas vermelhas de fogo. Essa luz refletia-se no solo, nas árvores, nos arbustos, nas próprias faces das pessoas e nas roupas, tomando tonalidades brilhantes e diferentes cores. Animado três vezes de um movimento louco, o globo de fogo pareceu tremer, sacudir-se e precipitar-se em ziguezague sobre a multidão aterrorizada.

Durou tudo uns dez minutos. Finalmente o sol voltou em ziguezague para o ponto de onde se tinha precipitado, ficando novamente tranqüilo e brilhante, com o mesmo fulgor de todos os dias.

O ciclo das aparições havia terminado.

Muitas pessoas notaram que suas roupas, ensopadas pela chuva, tinham secado subitamente.

O milagre do sol foi observado também por numerosas testemunhas situadas fora do local das aparições, até a 40 quilômetros de distância.

Como encerrar isto? Com uma suposição, mas essa suposição tem um certo fundamento.

Eu acho que quando chegarem os dias da “Bagarre”,  os dias dos castigos [previstos em Fátima se a humanidade não se converter], os dias da justiça, vai haver muito vaivém, muita coisa parece que nos aproximará da vitória e de repente estamos no fundo da derrota, muita coisa nos jogará no abismo da derrota e dali sai uma vitória.

E, de todos os modos, vamos ter que confiar muito em Nossa Senhora, para compreendermos que o fim da vitória é dEla e que, portanto, nossa confiança nEla não tendo limite  –  nas piores situações devemos cantar Gloria in excelsis Deo e devemos cantar o Magnificat  –, porque confiando nEla sabemos que no fim Ela vencerá.

Mas eu creio que a interpretação desses acontecimentos se tornará mais clara, e a nossa confiança em todas essas aparições de Fátima se tornará mais sensível se nós admitirmos isso, examinarmos essa hipótese – admitir uma hipótese não é afirmar que ela é verdadeira; é afirmar que talvez ela seja verdadeira – então examinar os acontecimentos para ver se se confirma -, se todos esses coloridos exprimem etapas da “Bagarre”, esses movimentos têm seu sentido também e exprimem etapas da luta. E que se nós soubermos interpretar bem, nós compreenderemos que é uma promessa de Deus no subsentido de cada uma dessas cores. Razão pela qual seremos os beneficiários últimos e prediletos desta série enorme de graças sobre as quais refletimos aqui.

Com isso, meus caros, está terminada a reflexão sobre Fátima e só me resta pedir-lhes desculpas por terminar a essa hora. [Aplausos e brado]

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