O “Legionário” , No 310, 21 de agosto de 1938 

Sete dias em Revista

(...) Apesar de todos os decretos contra as sociedades estrangeiras entre nós, elas continuam a existir tranqüilamente.

Ainda agora, telegramas de Porto Alegre noticiam que em São Pedro, no Rio Grande do Sul, existe uma tal “Vereinigter Schuetzer und Seneger”. Por seus estatutos os membros da diretoria só podem ser pessoas que saibam o alemão, e o fim da sociedade é o manejo das armas e o canto alemão em coro.

Conta-se que um inglês cheio de spleen visitou certa vez a França, e, de volta a Londres, disse que o que mais espanto lhe causara fora certo contínuo de um Ministério, que fumava calmamente encostado, em atenção a eles.

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Certa imprensa italiana continua a lançar séria divergência entre a Santa Sé e o governo italiano, por meio de críticas desabridas ao Santo Padre a propósito do racismo.

O “Tevere”, por exemplo, em artigo desta semana, declara que “a própria Igreja dá à Alemanha o exemplo do racismo, com as missões com que explora, em proveito próprio, a animosidade que existe entre raças diferentes”.

Se quiser um desmentido a essa perfídia, bastará ler a imprensa nazista que ataca as missões, considerando-as nocivas porque levam o espírito de cordialidade entre os mais diferentes povos da terra, amalgamando-os uns com os outros, com prejuízo de sua evolução racial.

Enquanto o “Tevere” fascista ataca as missões por atiçarem as rivalidades entre os povos, os nazistas as atacam porque confundem e baralham as raças pelo amor a que as obriga umas pelas outras.

São assim os adversários da Igreja. Dolosos pretextos lhes agradam, mesmo os mais absurdos e contraditórios entre si, desde que sirvam para atacar a Igreja.

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A fim de tomarem parte no Congresso Nacional Socialista de Nuremberg, chegaram a Berlim os líderes da Juventude Espanhola e três líderes da mocidade portuguesa que vão tomar parte num congresso de Planadores.

Não é necessário dizer as apreensões que uma notícia destas suscita.