Legionário, N.º 432, 22 de dezembro de 1940

7 DIAS EM REVISTA

De todos os lados, irrompem provas expressivas de que o “Legionário” tinha plena razão quando afirmava identidade doutrinária do nazismo com o comunismo, identidade esta que, transbordando do terreno meramente especulativo para o da ação política, mantém em efetiva colaboração Moscou e Berlim.

Neste sentido, foi realmente significativo a ruptura operada entre os partidos socialista e comunista no Chile, de várias razões, entre as quais a de que o Partido Comunista procura atirar aquela grande República do Oceano Pacífico contra os Estados Unidos, o que evidentemente não é de molde a desgostar a diplomacia nazista que se empenha em estabelecer uma cunha entre as repúblicas ibero-americanas e a América do Norte.

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Revestiu-se de grande significação o jantar oferecido em Moscou pelo embaixador fascista junto ao governo soviético, Sr. Rosso, ao “camarada Molotov“, comissário das Relações Exteriores da desditosa Rússia.

Como seria de esperar, não faltou à cerimônia o embaixador do Sr. Adolfh Hitler...

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A imprensa londrina tem acentuado a extrema importância que, para a Grã-Bretanha, tem a nomeação de um embaixador que substitua Lord Lothian, falecido em conseqüência da ingestão de um tóxico, em Washington.

Por isto mesmo, seria curioso que fosse nomeado para tal cargo um germanófilo da força do Sr. Lloyd George, ou uma figura... da pouca força do Duque de Windsor.

A escolha do novo embaixador deverá ser uma prova certa de que o espírito de Munich desapareceu definitivamente da Inglaterra. Do contrário, pode-se dizer que não há catástrofes que o Império não deva recear.

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Os jornais desta semana trouxeram a notícia de que as tropas alemães haviam transposto o passo de Brenner. Não queremos comentar a notícia nem no sentido de lhe dar crédito, nem no sentido de a por em dúvida. O que queremos simplesmente acentuar é que nuvens densas se acumulam sobre os horizontes italianos, em conseqüência de erros políticos que o “Legionário”, com viva contrariedade de italianos mais ardentes do que previdentes, vem denunciando há muitos anos.

Deus proteja a Itália, que o “Legionário” ama sinceramente. E por isto nossos votos são no sentido de que, à luz dos relâmpagos que começam a cortar o panorama daquele país, percebam aqueles dos fascistas que erguem bem intencionados o erro gravíssimo do totalitarismo, que tão caro está custando a seu país.