Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 12 de abril de 1942, N. 500

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Merece todo o destaque o seguinte tópico da Pastoral Coletiva do Episcopado da Província Eclesiástica de Belo Horizonte:

"Reafirmamos vigorosamente as condenações decididas da Santa Igreja contra a Maçonaria. Indisfarçável é a sua finalidade, manhoso os seus meios assim como perigosa é a sua constituição íntima. Tanto mais perigosa, quanto procura infiltrar-se sorrateiramente em tudo, com os disfarces mais vistosos e aparentemente mais simpáticos, esta organização diabólica não pode mais ser objeto de dúvidas para os cristãos.

"Citemos o que nos diz a cânon 2335: os que dão o nome à seita maçônica ou a associações do mesmo gênero, que maquinam contra a Igreja ou as legítimas autoridades civis, contraem por este mesmo fato excomunhão simplesmente reservada à Santa Sé". (...)

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Sob vários disfarces e pretextos está sendo restaurada na Alemanha a escravidão. É o que nos informa, de modo dulçuroso e quase simpático, um telegrama publicado pela insuspeitíssima agência totalitarizante, que é a “HTM”, órgão oficioso do governo do Sr. Pétain. Nesse despacho, datado de Berna, 4 pp., informa-se que o Reich está recrutando trabalhadores nos países conquistados, e que no dia 6 de março o comando alemão publicou um decreto tornando obrigatório o trabalho na Bélgica. Outro decreto estatuiu que os operários assim sujeitos a trabalho poderiam ser forçados a ir a Alemanha. Todos os operários belgas sem trabalhos foram obrigados a se inscrever nas agências oficiosas, a fim de serem assim convocados. Na Polônia, procede-se ao mais extenso recrutamento de operários. Há cerca de um milhão e cem mil poloneses executando assim trabalhos forçados na Alemanha. Não é preciso ser muito perspicaz para notar que estes infelizes devem ser provavelmente submetidos a um regime com todas as características da escravidão: como salário, apenas o alimento e a veste indispensáveis; proibição de se demitir do cargo para tomar outro; proibição de pleitear a alteração das condições de trabalho; proibição de deixar o serviço. Se isto não é escravidão o que será ela então?

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Um despacho da “United Press”, de 6 pp., publicado pelo “Estado de São Paulo”, dá-nos a conhecer o teor de um comunicado da agência francesa independente de Londres, órgão do General de Gaulle, a respeito da conduta do governo de Vichy. Note-se que são franceses, e franceses cujo alto patriotismo ninguém pode por em dúvida, que falam:

1º) – as fábricas francesas da zona livre estão fabricando aviões dos quais apenas a quinta parte se destina a Vichy, ficando o restante para o governo nazista;

2º) – a metade dos produtos alimentícios provenientes das fábricas do norte da França se destinam ao Eixo, a despeito da miséria reinante entre franceses das zonas livres e ocupada;

E ainda há quem se irrite quando apontamos no Sr. Pétain um dócil e afetuoso colaborador do Sr. Hitler.

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O arcebispo cismático de Kremenchuk, na Ucrânia, colocou a igreja cismática sob a dependência e proteção das autoridades nazistas. O governador nazista da região expôs àquele chefe eclesiástico que o clero cismático da Ucrânia deveria persuadir o povo a cooperar com a Alemanha, isto é, com o nazismo. Isto posto, o Arcebispo declarou que toda a resistência cismática contra a ocupação nazista cessava.

Confere. Galho separado da verdadeira videira que é Roma, expulso assim da Igreja Católica, não poderia uma igreja cismática ter seiva suficiente para resistir ao onipotente senhor do momento.

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É o que demonstra, por seu lado, a tristíssima série de ocorrências de que está sendo teatro a Noruega. Há algum tempo atrás, muitos "bispos" protestantes se demitiram dos respectivos cargos por estarem em desacordo com o Sr. Quisling, dando assim lamentável prova de fraqueza, já que reconheceram implicitamente ao Sr. Quisling o direito de por e dispor de seitas protestantes. Agora, nova onda de demissões de eclesiásticos se verificou naquele país. Mas de que maneira poderiam agir os protestantes, se não assim? Com efeito, se para se separarem de Roma, depositaram na autoridade civil a direção dos assuntos eclesiásticos, o governo de suas igrejolas passou a pertencer de direito a qualquer governo comum, e de fato a qualquer intruso que se apodere das rédeas do Estado.


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