Legionário, N.º 582, 3 de outubro de 1943

7 DIAS EM REVISTA

Causa-nos indizível satisfação a notícia que temos a ventura de publicar em nossa primeira página a respeito da segurança pessoal do Sumo Pontífice e da inviolabilidade do território vaticano. Dando graças a Deus por fato tão auspicioso, vemos que a primeira impressão que anunciamos sobre a atual situação do Sumo Pontífice não era errada. O nazismo é por demais frio, meticuloso, maquiavélico em seu ódio, para se permitir um ataque direto à Santa Sé. A sua propaganda e aos interesses pessoais de seus dirigentes convém mais uma política de aparente tolerância. É esta a política que, provavelmente, seguirão.

 * * *

Tranqüilizados em nosso temor filial por tudo quanto diz respeito ao Vigário de Nosso Senhor Jesus Cristo, nem por isto deixemos de orar pelo Santo Padre com redobrado fervor. Nosso zelo de filhos o deve acompanhar nesta situação que, sem ser tão crítica como alguns imaginaram no primeiro momento, é entretanto cheia de apreensões e dificuldades. O amor filial não se contenta com a integridade física e a inviolabilidade dos haveres paternos. Ela tem vistas mais profundas, indaga sobre as disposições do coração. Enquanto está aflito o coração paterno, devem estar em preces todos os filhos.

Se a situação está longe de impor alarmes excessivos, também não comporta uma distensão de nossa piedade. Rezar pelo Papa, rezar com serenidade e confiança, continua a ser para nós o grande dever do momento. [...]

* * *

Fez-se no Rio de Janeiro mais uma conferência sobre ''o plano Beveridge e o Brasil''. Ao passo que na Inglaterra as oposições ao plano foram tantas que o assunto caiu em relativo silêncio, continua a gozar aqui toda a atualidade. Até quando havemos de nos enfeitar com as modas velhas de outras plagas?