Legionário, Nº 691, 4 de novembro de 1945

7 Dias em Revista

Se alguma dúvida pudesse haver sobre a insinceridade de propósitos da União Soviética, ela não resistiria ao que acaba de se ver na China. Em detrimento de tudo quanto prometeram de reacender a guerra civil na China diretamente estimulada pela URSS, que se comprometera, entretanto, no último tratado de paz firmado com Chiang-Kai-Chec, a renunciar a qualquer atividade nesse gênero.

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Convém acentuar a gravidade internacional dessa agressão. Como se soube, a influência na China é arduamente disputada pelos "Big Three". Essa atitude da Rússia constitui novo choque contra a pacificação do mundo e isto precisamente no momento em que a URSS desanima por seus manejos da Europa Central todos os diplomatas ocidentais.

Tal é a diplomacia soviética.

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Não podemos deixar de acentuar até que ponto o partido comunista constitui joguete do imperialismo russo, que dele se serve com a mais desabrida desfaçatez para realizar seus objetivos internacionais. No caso chinês, repete-se o que tantas vezes já se viu.

Os comunistas em revolta contra o governo pátrio insuflados por uma potência estrangeira.

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Isto no faz pensar no perigo que para o Brasil representa o livre funcionamento do Partido Comunista. Quando, afinal, abriremos os olhos para tal perigo?

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O Sr. Edgard Estrela, diretor da Inspetoria de Trânsito do Distrito Federal, acaba de se mostrar favorável a que às mulheres seja concedido o direito de servir como motoristas de ônibus.

Não precisamos mostrar até que ponto esta infeliz deliberação contraria as tradições cristãs da família brasileira, e particularmente a alocução pontifica sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea que há pouco publicamos.