Alcance da invocação de Nossa Senhora do Bom Conselho – Regimes pagãos = autoridades tirânicas?

Auditório São Miguel, 16 de dezembro de 1975, Santo do Dia

 

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

 

[…] é de assinalar-se que exatamente as pessoas que estiveram em Genazzano ── uma delas foi Dr. Caio ── disseram que uma das peculiaridades dessa imagem de Genazzano, naturalmente, sobretudo do quadro que está lá, mas de muitas das reproduções deste quadro, é que sem se moverem ou fazerem algum milagre com isso, entretanto mudam de expressão de fisionomia. E mudam tanto que exprimem sentimentos bem diversos sucessivamente.
Eu me lembro de ter lido um relato de um grande pintor italiano do século passado que foi pago por alguém para tirar uma cópia do quadro de Nossa Senhora do Bom Conselho. Ele obteve das autoridades eclesiásticas da cidadezinha de Genazzano, onde se encontra o santuário, a autorização para instalar o cavalete dele sobre o altar, para ficar bem perto da Imagem e poder observá-la bem. Ele tentou pintar a imagem, mas a imagem mudou tanto de fisionomia consecutivamente, durante o tempo em que ele pintava, que ele se tornou incapacitado de fazer a pintura, e deixou um relatório a respeito desse fato.
Não é, portanto, surpreendente. Está, por assim dizer, nos hábitos da imagem de Nossa Senhora de Genazzano de dispensar graças dessa natureza.
Eu não vou me estender de novo sobre esse fato, várias vezes comentados entre nós. Mas como os senhores me telefonaram pedindo que a imagem estivesse aqui na reunião, é natural que o Santo do Dia verse a respeito dEla, e é natural que eu diga alguma coisa dessa vez a respeito do alcance da invocação de Nossa Senhora do Bom Conselho.
* Qual é o alcance da invocação de Nossa Senhora do Bom Conselho?
Evidentemente, Nossa Senhora do Bom Conselho, aliás, mais precisamente Mãe do Bom Conselho, a invocação bem exata é essa – Mãe do Bom Conselho é Mãe considerada enquanto dando um conselho, enquanto dando uma orientação a um filho espiritual dEla, a um filho gerado por Ela na ordem espiritual como somos todos nós.
O que quer dizer mais especialmente isso? O que é um bom conselho?
Todos nós já sabemos isso, o espírito humano é susceptível de erro, o espírito humano é susceptível, portanto, de perplexidades muito grandes, e muitas vezes não é capaz, por si mesmo, de atinar com a solução de um problema que tenha diante de si: ele precisa de um conselho. Ele precisa de um conselho de uma mentalidade mais alta, de uma mentalidade que vê mais do que ele, e que lhe explica uma coisa, que lhe diz algo como é, lhe traça uma diretriz para ele seguir.
Nesse sentido, nós podemos imaginar o conselho habitualmente como uma norma para a ação. Esse é o sentido corrente da palavra conselho.
E nesse sentido ainda nós podemos dizer que para toda espécie de ações, mesmo as ações puramente interiores, espirituais, Nossa Senhora pode dar um conselho, pode dar uma norma. Está por exemplo, uma pessoa solitária, com uma perplexidade espiritual muito grande, por exemplo, continuará ou não continuará a usar tal tipo de devoção, deixará ou não deixará de se abster de tal outra coisa, como fará?… É um problema puramente interior relativo a um fazer que é um mero fazer do espírito, que não se traduz a não ser por via de consequências, se traduz numa operação externa. Mas o homem pode ter perplexidade a esse respeito e tendo perplexidade precisa de um conselho.
 O conselho espiritual, o conselho para as dificuldades de apostolado, o conselho para os estudos, o conselho para o trato com os outros, o conselho para tudo. Em todas as circunstâncias o homem precisa do conselho.
* Um dos frutos da Idade Média: ter tornado bem clara a necessidade do conselho como norma de vida
Nós podemos mesmo dizer que é um dos frutos da Idade Média, um dos frutos da Civilização Cristã ter tornado bem clara essa necessidade do conselho como uma norma de vida e até das instituições ocidentais.
Os senhores analisam a história das monarquias pagãs do Oriente, mesmo das grandes monarquias: Egito, Pérsia, China, Japão, os senhores analisam a primitiva história deles e os senhores notam que em geral o monarca é um monarca absoluto, que tem o poder de pôr e de dispor dos seus súbditos como entenda, e que não ouve quase conselhos. De vez em quando aparece na história um indivíduo que dá a respeito de uma situação, a um monarca, um determinado conselho. Mas os monarcas terem conselhos, habitualmente, como uma instituição, que eles consultam habitualmente como rotina a respeito das coisas, os senhores não veem. O monarca está no seu isolamento e resolve as coisas por si mesmo, e se lança. Ele de vez em quando pedirá um conselho a alguém, mas ele não tem aquilo que nós chamamos o Conselho de Estado.
Nós vemos aparecer na Idade Média, pelo contrário, a instituição do Conselho. Quer dizer, o reconhecimento da falibilidade, da imperfeição do espírito dos mais poderosos monarcas, que por causa disso organizam e tem todos eles ou quase todos, habitualmente Conselhos nomeados por ele, mas que são órgãos coletivos, aos quais eles costumam levar os seus problemas mais importantes, que debatem com eles esses problemas em reunião e de onde sai, aí, a solução que o rei aceita ou não aceita. Mas o rei habitualmente resolve em seu Conselho. Quer dizer, reconhecendo a precariedade, a falibilidade do espírito humano, os monarcas então instituem Conselhos para lhes ajudarem a resolver os seus problemas.
Essa ideia, essa tendência, passou da monarquia para outras formas de governo que havia na Idade Média. As repúblicas aristocráticas governavam-se por Conselhos. Por exemplo, o famoso Conselho dos Dez de Veneza, que assessorava o Doge e que tinha um poder enorme. As repúblicas burguesas, as cidades livres da Alemanha, por exemplo, eram governadas por Conselhos, nesse sentido de que o burgomestre era assessorado, e era a expressão de um Conselho eleito pela cidade.
E foi-se assim afirmando o princípio de que ter um Conselho é o complemento natural de todo governo. Que não se compreende que de um modo ou de outro um governo não seja assessorado e não tenha seus conselheiros.
Mesmo quando a forma de governo é como no Brasil, por exemplo, regime presidencial, em que não há um ministério que exerça o governo independente do chefe, ou mais ou menos independente do chefe como é na Inglaterra, tanto nos Estados Unidos como no Brasil, os ministros são pessoas de confiança do presidente da República, e é o presidente que governa.
* Se os homens têm dificuldade de encontrar a sua própria via em circunstâncias espinhosas, então se deve sobretudo pedir conselho a Deus
Mesmo assim, os senhores têm visto da história desses governos mesmo que as decisões importantes são tomadas pelo presidente da República numa reunião de Ministros. Habitualmente, ouve-se todos os ministros sobre coisas de ocasião e importância excepcional, pelo hábito que passou para uma segunda natureza no Ocidente, de que é em Conselho, é por meio dos Conselhos que os assuntos verdadeiramente se resolvem.
Mas se isso é assim, e se os homens devem pedir conselhos uns dos outros, se os homens devem reconhecer que eles por si próprios têm dificuldade de encontrar a sua própria via em circunstâncias espinhosas, difíceis etc., então é sobretudo verdade que o homem podendo-se comunicar com Deus por meio da oração, a Deus ele peça o conselho. E deve ser um dos hábitos de nossa vida espiritual, uns dos hábitos de nossa piedade pedirmos conselhos a Deus, pedirmos que Deus Nosso Senhor nos ilumine e nos faça compreender aquilo que nós devemos fazer.
Os senhores conhecem o fato, mais de uma vez mencionado por mim, de São Tomás de Aquino, que quando tinha problemas filosóficos muito delicados, muito difíceis e que ele não conseguia resolver, introduzia a cabeça dentro do sacrário e ficava ali rezando para o Santíssimo Sacramento, até que viesse a solução por ele desejada. Os senhores estão vendo que ele pedia, portanto, um conselho a respeito dos estudos a Nosso Senhor Sacramentado.
O mais alto, o mais belo conselho é evidentemente a Deus Nosso Senhor, autor de toda verdade, de todo bem, e de toda luz que nós devemos pedir.
Então esta postura de alma de não só pedir conselho aos outros no campo terreno e natural, mas sobretudo de nesse campo natural e no campo sobrenatural pedir conselho a Deus Nosso Senhor, essa postura de alma é a postura católica por excelência.
* A atitude habitual de por meio de jaculatórias pedir conselhos, deveria ser corrente entre nós, em todas as perplexidades
Se nós vemos tantas pessoas por aí que fazem curas, curam-se de tal doenças, de tal outra, vão a Aparecida, deixam objeto de cera para lembrar a cura, pedem graças de toda ordem e recebem essas graças, e às vezes são graças materiais, Deus Nosso Senhor, a fortiori, que Se encarnou para salvar as nossas almas, e não para salvar os nossos corpos que a morte vai devorar, Deus Nosso Senhor deseja, a fortiori nos dirigir, nos fazer conhecer a verdade e o bem nas matérias espirituais, nas matérias que digam respeito à direção da vida do homem.
E, portanto, essa atitude habitual de, por meio de jaculatórias, de pedir conselhos, essa atitude deveria ser comum entre nós, deveria ser corrente entre nós, em todas as nossas perplexidades.
* Nossa Senhora do Bom Conselho é que leva a Deus Nosso Senhor os pedidos de bons conselhos que Lhe fazemos e que os traz para nós
Ora, como acontece que Nossa Senhora é a intermediária de todas as graças, nós temos todo fundamento diante desse quadro de fazer uma oração à Nossa Senhora do Bom Conselho, considerando que Ela é que leva a Deus Nosso Senhor os nossos pedidos de bons conselhos. E Ela que traz para nós a graça do bom conselho, quer dizer, aquilo que o Espírito Santo comunica à Ela, que nós devemos saber para nossa orientação.
E então nós entendemos bem o que é a Virgem do Bom Conselho. A Virgem do Bom Conselho é a Virgem por meio da qual nós podemos obter o bom conselho nas nossas aflições, nas nossas perplexidades, nas nossas dificuldades. E este é o sentido da devoção à Nossa Senhora do Bom Conselho.
Aí viria uma resolução prática para nossa vida espiritual: é invocarmos muito a Nossa Senhora do Bom Conselho, e não fazermos habitualmente nada de importante sem pedir a Ela o conselho. Mesmo nas coisas pequenas, pedir, porque Nossa Senhora gosta de ser invocada também nas coisas pequenas, nas oportunidades aparentemente secundárias. Nós devemos pedir a Nossa Senhora tudo. Portanto, com frequência. Nós não sabemos resolver uma coisa: “Minha Mãe, aconselhai-me”. Ainda que seja uma coisa pequena.
O habitual pedido do bom conselho é uma postura altamente recomendável para o membro da TFP. Sobretudo porque o membro da TFP precisa especialmente desse conselho.
Nós vivemos numa batalha que é uma batalha intelectual, que é uma batalha doutrinária, que é contra a guerra doutrinária e intelectual, ideológica que a Rússia e a China estão desencadeando contra o mundo inteiro, e que em concreto, visa no País, no Brasil, a conquista do Brasil, por exemplo.
Então, nós somos envolvidos a todo modo, a todo instante pelas influências da Revolução. E ainda que nós sejamos bons membros do Grupo, e ainda que procuremos assumir com toda fidelidade a doutrina que aqui nos é dada, sem embargo de tudo isso, a Revolução é de tal maneira envolvente, que muitos dos senhores se queixam de que notam em sua alma permeações revolucionárias, apesar de todo o seu desejo contra-revolucionário.
Se assim é, haverá conselho melhor do que pedir a Nossa Senhora que Ela nos advirta sempre, no interior da alma, contra as coisas revolucionárias? Nos aconselhe sempre: “meu filho, aquilo é revolucionário, não aceite; aquilo é heterodoxo, não aceite; aquilo conduz ao mal, é imoral, não aceite”.
É preciso tanta sagacidade para a gente se defender contra todas essas influências! Quem é melhor que pode nos conseguir as luzes para isso, os conselhos portanto, para isso, quem melhor pode conseguir do que Nossa Senhora do Bom Conselho?
* A invocação de Nossa Senhora do Bom Conselho é idêntica à de Nossa Senhora da fidelidade contra-revolucionária
Nesse sentido, a invocação de Nossa Senhora do Bom Conselho é idêntica à invocação de Nossa Senhora da fidelidade contra-revolucionária. É por meio dEla, por meio das orações dEla que nós podemos obter essa fidelidade.
E então eu aqui recomendo muito aos senhores que peçam a Nossa Senhora esse conselho. Que sejam habitualmente devotos de Nossa Senhora do Bom Conselho, e que peçam a Ela o conselho interno para suas almas, que é dado pela graça do Espírito Santo, da qual São Paulo diz que é uma graça que é tão profunda que ela entra até a juntura da alma e do espírito.
E eu quereria que isso não ficasse no ar. Eu quereria que os senhores tomassem uma deliberação, que tomassem o hábito de várias vezes por dia pedir conselho à Nossa Senhora.
Os senhores vejam uma coisa curiosa: quantos dos senhores praticam essa devoção  –  e sempre com muito resultado –  essa devoção às almas do Purgatório, pela qual pedem as almas do Purgatório que os acordem de manhã cedo a tantas horas e os senhores rezam pelas almas?
Se as almas do Purgatório por causa de uma pequena oração nos acordam, nos indicam a hora certa, quanto mais Nossa Senhora que é incomparavelmente superior a todos os santos e, portanto, também às almas do Purgatório, que tem uma ciência de Deus como ninguém tem ─ ninguém vê Deus como Ela vê ─ que é além do mais Mãe de Deus e Onipotência suplicante? Quantas vezes pode acontecer que Nossa Senhora nos dê um conselho até sem nós pedirmos?
Quer dizer, nós podemos pedir à Nossa Senhora que Ela nos dê os conselhos que nós não pedimos, os conselhos que nossa alma não se lembra de pedir, ou que nossa alma não tem vontade de receber.
Dizer: “Minha Mãe, fazei-me ter o [desejo do] bom conselho que Vós julgais conveniente me dar, mesmo numa hora em que eu não perceba que aquele assunto é tão importante que vale a pena pedir”. Quer dizer, pedir para ser aconselhado continuamente por Nossa Senhora.
Bem entendido, bem entendido, eu nem preciso dizer isso, esse conselho no mais das vezes, não se dá de modo extraordinário, Nossa Senhora não aparece para dar o conselho, mas Ela desperta na alma certos pensamentos, Ela desperta na alma certa ideia, Ela desvia o espírito para um outro lado, Ela faz notar, de repente, alguma coisa, como as almas do purgatório acordam as pessoas de manhã. Elas não aparecem. Se elas aparecessem, eu creio que teriam poucos devotos, porque todo o mundo tem medo de ver ─ eu sou deles ─ as almas do outro mundo. Mas elas atuam tão discretamente que a coisa passa. Nossa Senhora, a fortiori, saberá fazê-lo bem.
Então ─ e eu chego ao último ponto da exposição ─ às vezes eu vejo membros do Grupo abatidos, tristes, com perplexidades, eu tenho vontade de dizer: “Mas meu caro, por que você vem pedir conselho a mim? Você já pediu à Nossa Senhora do Bom Conselho? Não é uma coisa incomparável? Do que que adianta eu lhe dar um conselho se Nossa Senhora não reforçar o meu conselho junto à sua alma? Simplesmente pelo valor lógico do meu conselho, eu posso muito pouco! Pelo contrário, com o apoio dEla pode-se tudo!”
Então, eu recomendo isso: Nossa Senhora do Bom Conselho, Mãe do Bom Conselho. Peçam continuamente, e os senhores poderão ter uma renovação da sua vida espiritual, da eficácia do seu apostolado, da sagacidade dos seus métodos de ação em todos os campos. É a Conselheira por excelência, Aquela que sabe tudo, Aquela que pode tudo e Aquela que quer tudo.
Esse é o comentário que eu tinha que fazer aos senhores a respeito desse ponto.
* A graça do heroísmo tem normalmente como ponto de partida algo que poderíamos chamar de bom conselho
[Pergunta sobre a relação entre a graça do bom conselho e o heroísmo católico]
A graça do heroísmo tem normalmente como ponto de partida algo que nós poderíamos chamar de bom conselho. Porque o heroísmo se faz, o heroísmo se obtém quando uma alma tem com muita clareza o bem ou a verdade para a qual ela está se imolando, para a qual ela vai correr o risco. E não só percebe que aquela coisa é verdadeira e boa, mas percebe o pulchrum, a beleza daquela coisa.
Quando isso brilha muito diante de uma alma, a alma é capaz de heroísmos de que ela não é capaz quando isto tudo está embaçado. De maneira que o fazer ver isso à nossa alma para nós termos o heroísmo necessário, isso é um conselho, porque é uma manifestação, porque é um avivamento de horizontes, uma abertura de horizontes, é uma linha de ação virtualmente indicada por Nossa Senhora em determinadas circunstâncias.
Eu vou ser mais terra-terra. O senhor imagine um cruzado que vai tomar Jerusalém. Ele está a uma certa distância de Jerusalém. Ele está cansado, um calorão… areias, terras abandonadas etc. Ele passa por aquilo tudo. De repente, ele vê Jerusalém. Ele pode ter a seguinte reação de alma: “Agora que eu cheguei, escalar essas muralhas e tomar essa cidade… Que “abacaxi”!… Uma viagem tão enorme e no fim da viagem uma batalha”.
Mas ele pode ter também um lampejo de alma: “A cidade sagrada onde Nosso Senhor morreu! A cidade sagrada onde foi instituída a Sagrada Eucaristia, foi rezada a primeira Missa! A cidade sacrossanta onde está o Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo! Onde Ele ressuscitou! Onde Nossa Senhora morou! Onde Nossa Senhora teve na cena da Piedade, o seu Divino Filho sobre o colo! Eu não permitirei isso!” Aparece numa maravilha, num lampejo. “Eu vou atacar”. Esse homem exausto vai, escala as muralhas e sobe.
Quer dizer, ele recebeu o quê? Uma iluminação, uma noção especialmente viva daquela magnificência, que no momento fez dele um herói.
O senhor está vendo como é que o bom conselho pode nos conduzir ao heroísmo.
Às vezes é de outra maneira. É numa aridez tremenda, e que não se resolve, mas a alma sente dentro dela uma força que diz: “Você está na aridez, mas tem de lutar e lute, porque esse é o seu dever”! E a alma resolve, e na aridez dá a carga de cavalaria e derruba o adversário. É um outro modo altamente meritório em que o conselho se faz no fundo da alma, de um modo que a pessoa nem percebe que foi aconselhada, mas em que recebeu uma força extraordinária para uma circunstância extraordinária. É por esta forma que Nossa Senhora do Bom Conselho nos orienta.

(*)  Para uma coleção de documentos do Prof. Plinio sobre a devoção à Mãe do Bom Conselho, clique aqui.

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