Comunhão: aplicações práticas da devoção a Nossa Senhora segundo São Luís Maria Grignion de Montfort

Auditório São Miguel, Santo do Dia, 6 de outubro de 1975

 

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

 

 …o corolário normal da aplicação boa do método de devoção a Nossa Senhora de São Luís Maria Grignion de Montfort.
Segundo mostra São Luís Grignion de Montfort, Nossa Senhora, por todas as altíssimas, gravíssimas, suavíssimas demonstrações que ele dá, é Medianeira necessária nossa junto a Nosso Senhor Jesus Cristo para todas as graças que nós pedimos e para todas as graças que nós recebemos. Ela não é necessária pela natureza das coisas, mas Ela é Medianeira necessária pela vontade de Deus. Deus podia organizar as coisas de maneira que Nossa Senhora não fosse Medianeira necessária. Mas Ele quis que Ela fosse a Medianeira necessária.
O que isso quer dizer? Quer dizer que Ele dispôs as coisas de tal maneira que, segundo está na Revelação e na Tradição da Igreja, na doutrina católica, nenhum pedido é recebido por Deus se não for acompanhado de uma oração de Nossa Senhora. E é porque Nossa Senhora pediu que somos atendidos. Quer dizer, Ela é nossa Medianeira na apresentação do pedido e Medianeira no encaminhamento da graça a nós. Nós recebemos dEla, das mãos dEla as graças que Deus quer nos dar.
Porque Ela é nosso traço de união com Nosso Senhor, pela união com Ela conseguimos a mais alta das virtudes que é amar Deus Nosso Senhor.
Então, como resultado, nossa Comunhão deve ser feita em união com Nossa Senhora. Por essa razão, absolutamente em todas as comunhões que eu faço – sem exceção de nenhuma – eu recebo o Santíssimo Sacramento e a primeira coisa que eu faço é pedir a Nosso Senhor, por meio de Nossa Senhora, que aumente minha devoção a Nossa Senhora, porque sei que aumentando a devoção a Nossa Senhora aumento a devoção a Ele.
Podem tomar isso como uma coisa automática: se me virem comungar, no momento em que receber a Sagrada Partícula, podem escrever: ele está fazendo isso. Faço isso sem nenhuma exceção! Absolutamente nunca.
Depois, minha ação de graça é toda feita por meio de Nossa Senhora. Os atos de culto, adoração, ação de graças, reparação, louvor, petição, tudo é feito por meio de Nossa Senhora.
É natural que terminando a ação de graças de uma Comunhão feita em união inteira com Nossa Senhora, nós nos levantemos e vamos ao altar dEla para rezar a Ela. É o complemento natural, harmônico, do que fizemos na Comunhão. Agradecer a Ela o ter sido nossa intermediária e pedir que continue nossa intermediária para que as graças dessa Comunhão continuem a ser benfazejas para nossa alma ao longo do dia, até a Comunhão seguinte. E depois os outros pedidos que queremos.
Tenho, portanto, o maior empenho que nossas Comunhões, como em toda nossa vida espiritual, se faça em união e por intermédio de Nossa Senhora. Isso de um lado.
De outro lado, por que ir ao altar de Nossa Senhora?
É para dar um exemplo para toda a igreja, todo mundo que está na igreja vê esse exemplo. É um moço, um homem maduro, um senhor de idade que se levanta de seu lugar e vai junto à imagem de Nossa Senhora. Ele dá um público testemunho de sua devoção, numa época em que tanto se trabalha surdamente, hipocritamente, contra a devoção a Nossa Senhora. É uma coisa que devemos fazer. Além do que é uma homenagem especial.
Vou dar uma comparação que claudica. Toda comparação claudica, poderia dar margem a alguma ressalva, mas, enfim, ela exprime o que eu quero dizer.
Imaginem que uma pessoa entra numa sala e encontra uma senhora de alto respeito e sumamente benfeitora dele. Ele vê a senhora de longe, cumprimenta muito amável e se senta. Agora, a mesma pessoa entra na sala, vê a senhora e se dirige até ela. Aproxima-se, beija a mão, pergunta como está passando etc. Qual dos dois cumpriu melhor seu dever? O que foi falar com ela. Então, algo disso há em ser melhor que nós vamos à imagem de Nossa Senhora, do que rezemos de longe. É uma atitude um pouco de quem diz “bom dia” de longe. A Ela, como nossa Mãe, jamais, jamais, jamais podemos fazer isso.
Então, sempre e sem exceção ir aos pés da imagem de Nossa Senhora e rezar junto a Ela depois da Comunhão.

Contato