Nossas misérias são uma razão especial para pedirmos o auxílio de Nossa Senhora

Santo do Dia, 23 de maio de 1964

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

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Altar-mor na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim

Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos: sua invocação foi introduzida na Ladainha Lauretana por São Pio V, em comemoração da vitória alcançada contra os turcos, em Lepanto (7 de outubro de 1571). A festa foi instituída por Pio VII em ação de graças por sua volta a Roma, depois de haver sido preso por Napoleão durante cinco anos.

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Jubiloso retorno do Papa Pio VII a Roma (1814)

Cada festa litúrgica que ocorre na Santa Igreja tem como efeito que nesta data os fiéis podem receber graças que são condicionadas e proporcionadas a tal festa. E proporcionado à festa de hoje, o que  poderíamos pedir?

Podemos pedir a Nossa Senhora a graça da compreensão de até onde Ela é Auxiliadora.

Em geral, o que acontece é um tanto reflexo daquilo que dizia São Francisco Xavier: o pecado é um grande mal, mas pior do que o pecado em si mesmo considerado, é o desânimo e a desconfiança com que o pecador fica em relação a Deus.

Acontece que como fundo difuso das infidelidades crônicas que temos, dos pecados cometidos no passado, da insatisfação que temos para conosco mesmos, resulta daí uma espécie de desconfiança crônica em relação a Nossa Senhora. E não só em relação a Nossa Senhora como em relação a Deus, a todos os Anjos e Santos.

A idéia errada que a pessoa faz é essa: “Eu sou tão ruim, eu pequei tanto e além disso sou tão poca, não valho mesmo nada, que tenho medo de me aproximar para pedir”.

Ora, a verdade é o contrário: “É porque preciso muito que devo pedir muito”. É mais ou menos como se um paralítico ou leproso do Evangelho, daqueles que foram pedir a cura a Nosso Senhor, que fizesse o seguinte raciocínio: “Eu estou tão leproso, que não tenho coragem de pedir a minha cura…” Então não sara mesmo!

O raciocínio verdadeiro é: “Eu estou tão necessitado de cura, que o único jeito que tenho é pedir, e por isso eu vou pedir mesmo“.

De maneira que nossas misérias são uma razão especial para pedirmos. E é a compenetração desta verdade que deve dar à nossa vida espiritual aquela unção, aquela suavidade própria aos verdadeiros filhos de Nossa Senhora.

A graça que devemos pedir a Ela, portanto, é a compenetração desta verdade. E por maior horror que tenhamos aos nossos pecados e aos nossos defeitos interiores, nem por isso deixa de ser verdade que levantando os olhos para Maria Santíssima, Ela nos atenderá.

Esta confiança firme, inabalável, é a graça que no dia de hoje  devemos pedir.

Basílica de Maria Auxiliadora, Turim (Itália)

 

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