Entrevista concedida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira à “Folha de S. Paulo”, realizada em 18 de dezembro de 1981, e publicada na edição daquele jornal de Domingo, 20-12-1981
FSP – Última pergunta.
PCO – O Sr. pergunte o que quiser…
FSP – Dr. Plínio, qual é a diferença, para o Sr., entre doutrina e ideologia?
PCO – A “ideologia” é uma palavra – também ela – muito elástica. É quase uma sanfona que se pode comprimir e descomprimir à vontade.
Eu julgo que há um núcleo, nos diversos sentidos da palavra ideologia, há um núcleo que é ao mesmo tempo uma doutrina e a mentalidade que esta doutrina forma. Isto seria “ideologia”.
O que entendo aqui como mentalidade?
Uma doutrina, na medida em que ela sugere uma posição artística, uma posição temperamental, uma posição moral, uma posição no modo de relacionar-se, etc., etc., enfim, que ela forma, naqueles que a aceitam, uma determinada mentalidade, ela poderia ser considerada uma ideologia. E parece que esse é o núcleo fixo – não sei se a palavra fixo lhe agrada muito – mas é um núcleo fixo em torno das flutuações da palavra “ideologia”.
A “doutrina”, não. A doutrina é o conjunto de convicções, tiradas em abstrato, a respeito de determinada coisa.
FSP – É, eu acho uma explicação bastante lógica, a mais lógica que ouvi até hoje.
PCO – Não é?
FSP – Surpreendente, realmente.
PCO – Então, aqui fica uma tentativa de responder à sua pergunta e um convite a fazer outras se quiser.
FSP – Faço mais uma sim.
PCO – Faça à vontade.
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