Plinio Corrêa de Oliveira
“Totalismo” fracassado
Catolicismo, N° 395, Novembro de 1983
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EM ENTREVISTA concedida à “Folha de S. Paulo” de 27-9-83, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP, analisou a atuação comuno-progressista que se pôde notar durante a Missa celebrada por D. Paulo Evaristo Arns, no dia 25 de setembro p.p., na Praça da Sé.
“Rezar para que cesse o desemprego? Ninguém pode ser contra isso. Nada mais respeitável, mais necessário, nem mais simpático. Mas aproveitar o ensejo para fazer pura demolição, promover a agitação, deitar lenha na fogueira da luta de classes é o que de nenhum modo posso aplaudir. Foi, entretanto, o que fizeram, conglomeradas, todas as esquerdas de São Paulo. Durante o ato religioso, elas não perderam uma só oportunidade de meter sua propaganda. E com uma radicalidade assanhada, a todo propósito, com toda a ênfase. Uma espécie de `totalismo’ agressivo. Só uma coisa faltou nessa linha. Não foi toda a São Paulo que compareceu. Muito e muito pelo contrário. Observadores de toda a confiança me relataram somente terem estado presentes 35 mil pessoas. Dado que a Grande São Paulo, largamente convidada, conta com mais de doze milhões de habitantes, em matéria de propaganda foi um fiasco. Fiasco total. Se bem que, segundo me disseram, até não foram celebradas missas vespertinas nos bairros, para obrigar a população a comparecer à cerimônia religiosa da Praça da Sé. O que deixa bem ver que quanto mais a esquerda se radicaliza, mais ela se isola do bom povo brasileiro. Constata-se também que os mais prestigiosos, como ainda os mais populares meios de comunicação não bastam para salvá-la da estagnação. Ouvi alguém comentar: se há tantos desempregados em São Paulo, é o caso de afirmar que eles não são contra o desemprego. Exceto os profissionais do desemprego, ponderou outra pessoa, que evidentemente acreditava nos profissionais, porém não acreditava no desemprego sincero, irremediável e vítima de cristã simpatia. O fiasco ocorrido no último domingo, na Praça da Sé, pede reflexão para esse ponto”.
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