Declarações à imprensa sobre os Enigmas da CNBB

Declarações à imprensa, janeiro de 1980

Dr. Plinio Corrêa de Oliveira: “Há 11 anos vem esfuziando de quando em quando um protesto contra a infiltração comunista nos meios católicos. Ao ribombo se segue um burburinho. Depois, silêncio. Por que?”

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A GRANDE esperança da Igreja para o século XXI é a América Latina. Tudo aqui é católico, pelo menos de nome e de intenção. O século XXI será nosso, como o século XX é dos Estados Unidos, e o século XIX foi da Europa colonialista. Nessa perspectiva, ao ler a carta do Sr. Arcebispo de Aracaju, D. Luciano Duarte, ao Presidente da CNBB, D. Ivo Lorscheiter, manifestando sua apreensão face à atmosfera poluída dos ambientes católicos brasileiros, tive ímpetos de lhe telefonar ou de escrever para manifestar meu aplauso e apoio caloroso”. Esta declaração foi prestada à imprensa pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da TFP, que acentuou também o misterioso silêncio que seguiu-se às principais denúncias contra o progressismo católico nos últimos onze anos.

Os fatos

“Há onze anos – observou o pensador católico – vem esfuziando de quando em quando um protesto contra a infiltração comunista nos meios católicos. Ao ribombo, se segue um burburinho, e depois… silêncio. Notadamente da CNBB. Para exemplificar, é bom lembrarmos os principais:

“Em 1968, um abaixo-assinado promovido pela TFP teve [no Brasil] 1.600.368 assinaturas, pedindo a Paulo VI, então presente em Medellin, providências contra a infiltração comunista na Igreja (*). No ano seguinte, o mensário “Catolicismo”, do qual a TFP divulgou em todo o País 165 mil exemplares, denunciou a ação do IDOC e dos “grupos proféticos”, organismos internacionais semiclandestinos de promoção comuno-progressista.

“Posteriormente, em 1972, alertando a opinião católica para as tendências esquerdizantes presentes em certos círculos cursilhistas, o Bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer, publicou sua “Carta Pastoral sobre os Cursilhos de Cristandade”, com enorme repercussão, sendo divulgada em todo o Brasil”.

Prosseguindo na enumeração dos fatos, acrescenta o catedrático paulista:

“Em 1976, no mês de julhos publiquei o livro “A Igreja ante a escalada da ameaça comunista – apelo aos Bispos silenciosos”, no qual faço um histórico de 40 anos de crise progressista e “católico-esquerdista”. Escoam-se 51 mil exemplares. Há alguns exacerbados comunicados eclesiásticos contra o livro, vazios de argumentos. Peço publicamente explicações, mas a resposta é o silêncio.

“No ano seguinte, no “Correio Braziliense”, D. Antonio de Castro Mayer propõe a publicação de uma Pastoral coletiva do Episcopado brasileiro contra o comunismo. A patriótica sugestão esbarra em um muro de silêncio e rola para o olvido”.

“E mais recentemente – continuou o entrevistado – publiquei o livro “Tribalismo indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI”, no qual denuncio a neomissiologia comuno-estruturalista. A obra alcança 71 mil exemplares, mas repete-se o fenômeno: a um certo burburinho, segue-se o silêncio”.

E referindo-se à carta do Arcebispo de Aracaju, comenta o Presidente do Conselho Nacional da TFP:

“É dentro desse panorama lúgubre que chispeia de repente a carta de D. Luciano Duarte, oportuna e corajosa. Meu desejo é que esta carta tenha sido o primeiro passo, a desencadear todas as energias cristãmente válidas, na realização de todo um programa para o saneamento do horizonte doutrinário que entre nós se encontra tão poluído.

“Caso contrário – de que Deus nos livre – é melhor voltarmos desde logo nossas esperanças para a visita que João Paulo II, com sua figura robusta, viva e alegre, nos fará em meados de 1980. E cuja conduta em face dos erros do Pe. Pohier, do Pe. Kung e do Pe. Schillebeeckx – e talvez do Pe. Leonardo Boff – vão despertando por aí não poucas esperanças”, conclui o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.

(*) Ver a tal respeito “Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs a Plinio Corrêa de Oliveira”, Segunda seção, 1. A Paulo VI, dois milhões de sul-americanos pedem medidas contra a infiltração comunista na Igreja.

 

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