Catolicismo, n.° 411, Março de 1985 (www.catolicismo.com.br)
Transcrito da “Folha de S. Paulo” de 19-3-1985
Às vésperas de uma agressão publicitária orquestrada?
COMUNICA-NOS o Serviço de Imprensa da TFP:
O que se passou até aqui está nos estilos rotineiros.
Um matutino campista publicou no dia 14 do corrente duas páginas inteiras de matéria paga do sr. Giulio Folena, ao mesmo tempo prolixa, superficial e insultante, toda ela inocuamente assestada contra a TFP. Explicavelmente, no dia 15 saiu na “Folha de S. Paulo” uma matéria procedente de Campos sobre o assunto. E a “Folha da Tarde” e o “Jornal da Tarde” também trataram do tema.
No dia 16 pela manhã nos chegaram ao conhecimento mais outras declarações daquele sr. G. Folena e do sr. L. Filipe Ablas, publicadas na “Folha de S. Paulo” e na “Folha da Tarde”. Como o anterior, também esse material publicitário pulula de afirmações que estão a bradar por refutação. No dia 17 vieram à luz, na “Folha de S. Paulo”, novos pronunciamentos apoiando, em medidas diversas, as acima citadas.
E, talvez, quando o presente comunicado da TFP sair a lume, terão sido publicadas mais outras matérias do mesmo jaez.
Se esta entidade não estivesse habituada ao sistema, sentir-se-ia afogada pelo jorro de inverdades, próprio a impossibilitar qualquer defesa digna, séria e eficiente. Pois fazer acusações no ar, contra a verdade, sem provas e distorcendo os fatos, é fácil e rápido. Refutá-las pede, por vezes, reflexão, e detalhada exposição de fatos.
Se o ocorrido até aqui se desvirtuar em agressão publicitária orquestrada, a par de pessoas sem segundas intenções e desvinculadas de qualquer plano de ataque, entrarão, à maneira de surpresa, também pessoas de outro gênero, marionetes vistosas, bem ensaiadas, afetando susto, para “confirmar sensacionalmente” as acusações já feitas, ou para clamar sua surpresa, seu desconcerto e sua apreensão, e pedir providências, “pelo que se passa”.
Tudo isso costuma ser feito para ir abrindo, a propósito de cada “nova marionete”, mais uma frente de combate contra a vítima. Pois cada marionete faz eco às anteriores e lança no debate algumas acusações novas. A vítima fica na virtual impossibilidade de se defender contra tanta agressão simultânea. Modo excelentemente eficaz para que a inverdade circule impune, e a verdade não consiga fazer-se ouvir.
Todas as aparências são de que este método muito conhecido pelos bons especialistas em demolição publicitária (cfr. Jean-Marie Domenach, La propagande politique, Coleção “Que sais-je?”, Presses Universitaires de France, Paris, 1962, pp. 55 e 58) esteja sendo empregado no presente caso.
A ação das marionetes não seria viável se não contasse com a simpatia dos esquerdistas infiltrados em tantas redações de jornal. E foi empregada com sucesso no caso da Associação Civil Resistência, coirmã das TFPs na Venezuela, porque as marionetes contaram com o apoio apaixonado do partido governamental (Ação Democrática) filiado à Internacional Socialista, coadjuvado pelo PC local. Também os apoiava no Parlamento toda a coalizão majoritária da esquerda, e no governo todo o ministério esquerdista e o próprio presidente da República (A.D.). Os fatos posteriores demonstraram que o governo estava resolvido às mais despóticas ilegalidades, para extinguir no país a TFP. O que levou a cabo com o protesto público de mais de 15 personalidades ilustres do mundo jurídico, político e jornalístico venezuelano (cfr. “Catolicismo”, n°. 410, fevereiro de 1985). Mas com os aplausos calorosos do “Izvestia” (cfr. “Folha de S. Paulo”, 29-11-84), e do órgão comunista editado em Cuba, “Bohemia” (7-12-84), o qual preconiza que “a medida venezuelana, como brado de alerta, deveria produzir ações similares nas demais nações onde opera a TFP, antes que suas atividades fascistas continuem crescendo e os prejuízos sobre os jovens cegamente doutrinados se tornem irreversíveis “. Exatamente a mesma medida pedida pelo sr. G. Folena…
O público brasileiro que observe os fatos, para ver se eles se conformarão com esse esquema.
O presente convite ao público é a primeira providência da TFP. Amanhã, neste jornal, sairá amplamente mais outra.
Experiente em se defender segundo as leis de Deus e dos homens contra esse gênero de agressões, ela saberá — apesar da modicidade de seus recursos econômicos — empregar todos os meios ao seu alcance para resguardar seu bom nome, e continuar de pé na liça, impávida e altaneira.
Dentre esses meios, o mais poderoso é a confiança na Virgem de Fátima, Patrona daqueles que lutam contra o comunismo internacional, inclusive contra os que são — como se pode supor até aqui — os inocentes úteis deste.
“Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
São Paulo, 18 de março de 1985
Paulo Corrêa de Brito Filho
Diretor de Imprensa da TFP