Auditório São Miguel, sábado, 12 de agosto de 1989 – Santo do Dia
A D V E R T Ê N C I A
O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.
Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
“Católico apostólico romano, o autor deste texto se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.
As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.
Estávamos falando a respeito da arte de se conversar. Afinal de contas chegamos aos temas sobre os quais uma conversa tem por objeto, e do modo como se os devem abordar para fazer parte dela.
Eu escolhi temas que apresentam uma indiscutível dificuldade a esse respeito. Por exemplo, tomei temas como este: a diferença de orientação e de espírito artístico de Veneza e de Florença. Os artistas, sobretudo os grandes pintores da primeira cidade, quase sempre mais apaixonados pelas cores do que pelas formas, enquanto que, pelo contrário, os florentinos são-no muito mais pelas formas do que pelas cores.
Veneza colorista por natureza, por causa de seus palácios e lagunas em torno, recebendo da presença da água e não sei de que encanto do ar um colorido muito bonito que lhe realça todas as coisas… e que explica a tendência de seus artistas a salientar a cor como elemento de arte.
Já Florença não tem esses dotes, mas seus artistas não recorrendo predominantemente à cor como elemento ornamental de tal importância, valem-se do desenho, cujas obras de arte, nesse sentido, são o nec plus ultra. Então, um dos temas que se pode tratar é conversar sobre isso.
Vendo bem a dificuldade do assunto, eu apresentei-o como um tema possível para apostolado. Ora, isso parece um tema especialmente indicado para não se tratar em apostolado. Porque abordar um jovem na rua, e perguntar-lhe: você é da escola florentina ou da veneziana? É a mesma coisa que lhe propor de fazer um curso sobre gramática dos incas, se quer saber um pouco de tupi-guarani. É uma coisa por aí, uma coisa que não se compreende…
Alguém que saiba conversar, deve por, isso sim, a seguinte pergunta: como devo transformar este tema num assunto que o apostolando compreenda e, mais ainda, se interesse? Mais ou menos como fazer chá de pedra.
* O tema do casamento de Veneza com o mar
Havia outro tema: a festa do casamento de Veneza com o mar, com o seu doge, o Bucentauro… Como era essa festa… Começa por aí, o Bucentauro era um lindíssimo barco, todo folheado a ouro, dos doges de Veneza, que usavam quando iam navegar na laguna ou no Adriático. Na linguagem comum, se alguém falar em bucentauro toma como sendo um monstro, talvez um rinoceronte, uma anta… E não é, pois tratava-se de embarcação, uma das mais bonitas que tenha havido. Como fazer interessar um homem, que só gosta de antas, no Bucentauro? É difícil.
Eu tomei esses exemplos árduos, porque na vida nada é simples, tudo é complicado. E se se não souber reduzir a seus termos simples as coisas complicadas, não se faz nada. Então, é preciso interessar em temas complicados gente que não quer saber deles. Quem tiver habilidade para isso, este, aprendeu a conversar.
Lembro aos senhores que fiquei de apresentar exemplos concretos de Veneza e de Florença, depois do que os senhores deveriam optar. Havia, assim, duas perguntas: o que preferem e o que pensam que eu prefiro. Como se iniciou a reunião muito tarde, eu proponho que se comece já a projeção.
* Interior da Basílica de São Marcos
[Escola veneziana – Canaletto, interior da Basílica de São Marcos]
Os senhores notem que há aí uma linha mestra: todas as igrejas devem apresentar um planta em forma de cruz. Esta é traçada a partir de uma linha que vem da porta.
Canaletto, um grande pintor, colocou-se de costas para a porta de entrada e de frente para o altar-mór, que vêem ali no fundo. Na altura do púlpito abrem-se duas naves enormes, uma de cada lado, que completa o sinal da cruz. No resto, o estilo arquitetônico é muito simples. Porém, tudo é abundantemente pintado, colorido! Vejam por exemplo esta arcada: é toda ela cheia de decorações, de enfeites… tudo cheio de esplendor! Mas, um esplendor em que a cor prepondera, porque tudo é muito mais pintura do que escultura. E, como pintura, é de cores luminosas, vivas e impressionantes.
* Natal florentino
[Escola florentina – Piero de la Francesca Natal]
É verdade que Piero de la Francesca, um outro grande pintor, este florentino, teve que representar uma cena pobre como é o Natal, enquanto Canaletto pintou uma das basílicas mais sumptuosas da Cristandade. Notam aqui (na cena do Natal) que quase tudo é desenho. As cores têm pouco papel. Vêem aí Nossa Senhora olhando para o Menino Jesus que está deitado aqui na primeira almofada, e que Lhe estende os braços. Reparem nos personagens:
Ao contrário dos venezianos, todos são magros. Em Veneza, comedoria. Em Florença, ascese… Naquela cidade do Adriáticos, todos os personagens estão fazendo movimentos vivos, exclamando etc. Aqui, movimentos muito comedidos. Como Nossa Senhora olha para Seu Filho: enlevada… Mas, sem transportes, ah!, exclamativos, é por assim dizer muito concisa.
No primeiro plano há figuras que estão tocando instrumentos de corda em louvor do Menino Jesus. As canções deles não dramáticas, não. São muito sóbrias… E quase todos vestidos de verde, em tons diversos. Nossa Senhora está com um vestido verde. No segundo plano, há duas outras pessoas de verde. Há aqui uma pessoa – ou serão anjos? Não sei… – com um cor-de-rosa muito delicado, quase branco. Não é um vivo. Só um homem está de vermelho – assim mesmo vermelho escuro – mais sombrio, em que a cor joga um pouco alguma coisa.
A vida do quadro está mais nas linhas elegantes das pessoas, nas suas atitudes sóbrias e no desenho perfeito. A cor desempenha um papel secundário.
* São Mena: um santo guerreiro veneziano
[Escola veneziana – Veronese: São Mena, detalhe]
O quadro é estupendo! Vejam a riqueza de fisionomia desse homem. Se seria mais tentado a dizer que é uma fotografia mais do que um quadro. Uma fotografia como nenhum fotógrafo tirou. Este tipo de luz que bate no rosto deste personagem, o seu olhar, a luz que lhe vai nos olhos, a expressão de fisionomia… Enquanto aquelas figuras florentinas são de poucas expressão comunicativa. Este homem não está falando nem nada. Mas, tudo nele fala!
O que ele é? Não sei se está dito nos apontamentos que o senhor tem aí?
(Sr. -: São Mena.)
Quem foi São Mena? Nem isso eu sei. Bem… Foi um guerreiro, como os senhores podem ver pela sua armadura de metal, ornada de um colarinho, também de metal, para se defender dos golpes de espada que visem cortar-lhe o pescoço. Tem uma couraça, e de lado uma capa. A capa é avermelhada. A couraça tem fulgores de luz, e toda a cara do homem é luminosa. Não se parece em nada com os personagens do presépio florentino.
* Profeta Daniel de Michelangelo
[Escola florentina – Michelangelo: Profeta Daniel, detalhe]
É um quadro estupendo, também, como expressão. Daniel, profeta. Mas, vestido, quase se diria, como um mendigo… Vejam a roupa dele: tem um pouco mais cuidado, pois se vê uma espécie de rosácea pequena que prende um pouco os panos em que está envolto. É enormemente expressivo! O cabelo ao vento, a atitude de cabeça e de olhos dessa figura etc. Tem uma expressão enorme. Expressão de quem está pensando e recolhido em si mesmo. Não é como a de São Mena que está voltado para se exprimir para terceiros.
Mesmo o que poderia ser bonito, aqui, não o é. Não sei se houve algum episódio em que (São Daniel) tenha sido flagelado – não me lembro disso – mas vêem-se muitas marcas esquisitas no corpo, no rosto e entre as duas sobrancelhas uma espécie de ferida. Os cabelos ao vento poderiam ser de uma cor bonita, mas é indefinida, um louro feio… A cor, como vêem, mais uma vez, joga pouco. A pessoa é introvertida, silenciosa: olhem para seus lábios, estão cerrados não dizem nada. Quase se diria que escondem um segredo. Não é isso, mas quase se diria…
* Calvário veneziano, cheio de claro-escuros
[Escola veneziana – Veronese: O calvario]
Vejam o céu! Como está todo cheio de luzes, de escuros… De acordo com a narração evangélica, segundo a qual, quando Nosso Senhor morreu, abateu-se ou delineou-se uma espécie de terremoto em toda a Terra. Eram três horas da tarde, mas escureceu e fez noite… O céu indica bem isso. Vejam o contraste magnífico entre as sombras das nuvens que estão mais abaixo e o luminoso das que estão mais acima. Como a distância entre nuvem e nuvem está bem marcada. Lembrem-se que é uma tela lisa como uma mesa. Olhem que distâncias esse homem conseguiu estabelecer lá.
Aqui, em cruzes muitos altas, está Nosso Senhor, e, ao lado d’Ele, os dois ladrões. Tem-se a impressão – eu não sei se acertarei na interpretação – que Nosso Senhor acaba de morrer. Não tenho a certeza, mas a impressão. Dir-se-á Nossa Senhora, essa figura que está envolta num véu branco e rezando.
Embaixo estão várias pessoas participando da dor da morte iminente ou consumada de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, como tudo isto é colorido, e, apesar do triste da cena, há uma movimentação que uma figura florentina não teria.
* Calvário florentino
[Escola florentina – Piero de la Francesca: A legenda da Cruz]
Não sei o que seria aí a legenda da Cruz… A Itália é a terra de lindíssimos mármores. Não espanta que portanto esteja representada uma parede com mármores muito bonitos, com um trabalho de mosaico muito bonito também.
Olhem para as pessoas, para os gestos, para as atitudes… É o recolhido, o quieto, enquanto ao pé da Cruz (no quadro anterior) estão pessoas gesticulando e se exprimindo etc.
* Nosso Senhor na tempestade
[Escola veneziana – Tntoretto: Nosso Senhor acalma a tempestade]
A cena é grandiosa. Nosso Senhor está acalmando a tempestade que os senhores estão vendo no fundo: vagalhões do mar ainda altos… Nosso Senhor dá ordem à tempestade que pare: el venti et mari obediunt Eum. E os ventos e os mares – diz um dos evangelistas – Lhe obedeceram. Dá uma ordem, e acabou: tudo parou!
Notem a ênfase de tudo e a cor viva da figura que está no primeiro plano – e que me parece que é Nosso Senhor – em vermelho e verde. Custe-me a conciliar isto com o que eu sei da narração: parece que Nosso Senhor estava num barco, quando acalmou a tempestade. Se eu interpreto bem o quadro, a figura que me parece ser a de Nosso Senhor – e tudo indica que seja a d’Ele – está em terra firme. Não sei com conciliar bem isso. Mas, enfim…
Notem essa figura de primeiro plano aí: gestos enfáticos. É diferente do estilo florentino.
* Batalha florentina
[Escola florentina – Piero de la Francesca: A batalha de Constantino]
A batalha… Hum… Ao menos que seja um pormenor do quadro, dir-se-ia que é um desfile. Onde está o adversário? Não se vê bem…
* Duas escolas de arte, dois tipos humanos
Eu acho que poderíamos ficar por aí, porque a reunião começou muito tarde, e eu quero ter tempo de conversar um pouco com os senhores.
Pela descrição que eu dei, percebem – vê-se pela reação que os senhores tiveram também – que me é dado exprimir mais a fundo alguma coisa a respeito destes quadros e dessas escolas. O que está na escola veneziana não é só um solução para o problema artístico – cores ou formas – mas é uma outra coisa também: é a atitude do homem perante aquilo que ele pensa. Quanto, mediante o que pensa, sente uma necessidade de se exprimir muito e correlato com isso que ele gosta muito de movimentos e de cores.
Se, pelo contrário, ele, diante do que pensa, é levado a guardá-lo, para depois o matizar mais e pensar mais ainda sobre ele, e só falar sobre o assunto depois de uma longa elucubração. Então, falar sem a ênfase da primeira sensação, mas só depois de muito ter caldeado as coisas, os senhores compreendem que se vá mais atrás do desenho.
Portanto, conexo com tudo isso, há dois tipos humanos.
* Cor ou desenho?
Fica perguntado o seguinte: aqueles que são mais favoráveis em exprimir as coisas, a manifestá-las, a ter uma impressão e logo falar? Sem ser estouvado ou tonto, mas há pessoas que são muito ágeis, muito rápidas de pensamento ou de impressão, e já têm madurado as coisas logo à primeira vista; em geral, são expansivas. Enquanto que há outras que ficam olhando…
A opção que eu proponho aos senhores é entre os dois pontos:
-
Se se deve ser assim expressivo e transbordante?
-
Ou se se deve ser mais concentrado e mais calado?
Então, conexos, cor ou desenho? Está clara a coisa ou não?
Os que são entusiastas da cor e da expansão, levantem o braço. Oh!… Mas é todo o mundo?!! Olhem aqui, os que estão não frente, baixem o braço, para eu ver um pouquinho. Os que estão no meio tenham a bondade de levantar o braço…
Coisa curiosa, os que estão aqui na frente e lá no fundo são a favor da expansão. Os que estão no meio, podia ser cinquenta-cinquenta ou a positiva vitória do recolhimento e da ponderação.
Agora, os que são a favor da escola florentina como tipo humano e como escola artística, levantem o braço. Nos “irmãos separados” não há manifestação, que negócio é esse?
Os que estão indecisos, levantem o braço.
Eu fico pasmo, porque a julgar pelo que eu vejo – embora os senhores estejam numa certa penumbra – os dos “irmãos separados” estão tão indecisos que não se pronunciaram nem sequer a favor da indecisão… Há um que acabou de se pronunciar…
Agora, quais são os que pensam que eu sou a favor da cor, levantem o braço. Os que pensam que eu sou a favor do desenho, levantem o braço. Por coincidência, a maioria acertou.
Não sei se o Pe. Olavo se quer pronunciar?
(Pe. Olavo: Eu sou a favor da cor…)
O tema está portanto terminado… Este tema está…
* Veneziano sempre, florentino algumas vezes
(Não nos poderia explicar por que sendo o senhor uma pessoa tão refletida, ao observar algo não põe logo para fora a opinião, mas madura-a dentro da alma, gosta e é – vimos pelos comentários – muito das cores, muito mais de Veneza do que de Florença?)
Muito mais! Agora, qual é a razão?
Não quero dizer, entretanto, que isso seja uma qualidade ou um defeito, mas é apenas um modo de ser, que eu não analiso. Está no meu modo de ser que eu, em geral, só levo tempo chegar a uma conclusão quando tenho poucos dados. Aí sou muito cuidadoso. Estar bem informado, ter os dados do problema bem postos, aí eu sou vagaroso… Não por falta de vontade de me comunicar. Eu tenho uma pressa, até, de possuir os dados. Mas, enquanto não tiver os dados para me pronunciar, ele não sairá. Não há conversa, porque eu tenho consciência de vai sair coisa sem fundamento, sem propósito. Uma vez que tenha os dados, tenho muita facilidade para concluir. E com muita certeza.
Minha meia origem nordestina dá-me uma facilidade maior do que a de brasileiros de alguns outros estados de logo encontrar a palavra e dizer o que eu quero.
Por outro lado, o desejo de fazer apostolado, de fazer aceitar aquilo que eu tenho por verdade – e que no caso de apostolado é mesmo verdade – dá-me vontade de falar e de me comunicar. De maneira que não exclui que sendo eu muito ponderado e muito calmo para uma porção de coisas, seja… não agitado, expansivo para uma porção de tantas outras.
* Cor quente: espírito categórico
Ao lado disso, há uma disposição de espírito que é conexa com isso, porém não fácil de explicitar. A cor – toda a vida, desde que me lembro do assunto – sempre me impressionou muito mais. Ao contrário, o desenho com cores pálidas, pode até ser muito bem feito – uma pintura muito bem executada – já me viram elogiar várias dessas coisas com cores pálidas, mas não é para mim, será para um outro. Eu acho que isto se prende, no meu espírito ao seguinte:
Sobre aquilo que eu tenho certeza, tenho-a mesmo, sou categórico. A cor pálida parece-me uma falta de (espírito) categórico. Enquanto que a cor cheia, quente, parece uma proclamação: É! Vamos lá! É bem evidente que todo o meu modo de ser vai para esse lado.
* Conexão entre os temas e a arte de conversar
Que relação tem isto com a arte de conversar?
O fato concreto. Se avisassem os senhores: no sábado à noite, virá o professor Tal, de tal museu da Europa – portanto entendendo muito mais do que eu de pintura e de arte – e vai fazer aos senhores uma conferência sobre o papel da cor e do desenho no espírito da Renascença italiana no século XVI, haveria o risco de uma boa parte dos senhores não querer comparecer.
Agora, introduzido o assunto, como eu o fiz na reunião passada, deu aos senhores uma certa vontade de ouvir a exposição. Durante ela, tiveram a gentileza de se interessar pelo assunto e de entrar nela. O convidá-los a se pronunciar, deu muita agitação ao auditório. Uma pessoa, quando é convidada a se pronunciar, tende a falar e a meter-se no movimento causado pela tema.
Se se transpõe isso para uma conversa, deve ver o seguinte: quando se quer tratar de algum tema com alguém, deve-se ter o cuidado de preparar a pessoa para o tema que quer tratar. Não ir sem mais nem menos, mas preparar a pessoa para o tema.
Em segundo lugar, uma vez a pessoa preparada para o tema – depois eu explico como se a prepara – não se deixa o tema jogado na cabeça do sujeito, como quem diz: agora, você se desamarre. Isso é cacete. É preciso fazer com o indivíduo o itinerário que se quer que ele faça. E, portanto, no caso concreto, fazendo o seguinte, como melhor jeito de interessar os senhores:
Expor com naturalidade o assunto dos quadros, mas de maneira a produzir o efeito que eu notei que vários dos senhores tiveram na seguinte direção: vários não tinham percebido que havia isso. Mas, ao perceber juntos, tendo-me colocado com os senhores no papel de um observador que está falando alto, e não de um conferencista, fez com que vissem várias coisas que não tinham visto. Ora, desta maneira, houve interesse pela conversa que, sem estratagema, não teria tido.
* Tema na cabeça – cabeça no tema
Então, é fazer com que não só que o tema entre na cabeça do sujeito, mas que a cabeça dele entre no tema. E, por fim, conduzir a pessoa a que tenha vontade de dar sua opinião deixando de ser átona: é o último elemento desta arte. Com todos esses elementos pode-se conversar com certa facilidade e desenvolvê-la utilmente no apostolado, atraindo.
* Necessidade de conhecer o tema sobre o qual vai-se conversar; exemplo, heroísmo expresso nas armaduras
Vamos dizer, por exemplo: Se quiserem fazer com que uma pessoa tenha espírito elevado, como farão?
… é um fracasso.
Um sujeito que sabe a última piada passada entre dois industriais, o que disse o Lula e todas essas bobagens que não valem nada – de todas, tem-se a vontade de tapar o nariz quando a pessoa começa a contar –, conversa sem elevação de espírito; como fazer que ele se interesse por um boneco de ferro alto que está assim segurando uma espada fincada? Não entenderá nada disso!
Se é preciso fazer essa conversa, primeiro há que saber alguma coisa: deve ser um pouco, estudar um pouco… Sem isso não vai.
* Fases de uma conversa
Como fazer com que essa conversa pegue bem?
Começa-se a contar alguma coisa, por exemplo, da Chanson de Roland. Mas, em vez de logo começar pelos aspectos mais extraordinários e mais elevados dela, começa-se a contar aquilo que ele pode compreender: as espadagadas. Roland deu uma espadagada, rachando um de alto a baixo… O parente viu, e lançou sobre Roland. Vieram mais cinco familiares que também se lançaram sobre o cavaleiro. Roland fez assim com a espada. O imbecil começa a olhar [extasiado]… Um pouco parecido com uma fita de cinema, muito movimentada. Ele começa a interessar-se.
Assim que ele estiver muito interessado no movimento, começar a fazer com que o homem aprecie o heroísmo. Chamando a atenção para os lances heróicos: “Ele aqui arriscou a vida, mas não se incomodou. Veja que extraordinário!”
A seguir dão um passo a mais: salientem que é por causa da Fé que aquele combate está sendo travado. Aqueloutro é um maometano e este é um católico, que está defendendo o Santo Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo.
No fim, vem: “Mas você pensa que esses homens expunham a vida de um modo imbecil e tonto? Você vai ver como homens tão corajosos se protegiam: olhe aqui a couraça. É ao mesmo tempo símbolo da valentia e da prudência, porque é feito para que um homem ouse tudo. E feito para que um homem só morra quando não há remédio”. Então, mostra-se-lhe um pouco o que aquelas peças significam etc.
Enquanto os senhores falam, o indivíduo trava uma espécie de diálogo mudo coma própria armadura (que vê). Ele começa a achar aquilo bonito, por uns lados. Por outros, fica meio assustado com a idéia de que aquele cavaleiro não teria pena dele, e se o apanhasse a fazer uma das sem-vergonhices dele, rachava-lhe a cabeça com a espada – idéia salutar! Os senhores intervêm: evidentemente, este cavaleiro aqui era feito para lutar contra os maometanos, que eram infiéis, inimigos da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Queriam impedir os católicos de ter acesso ao Santo Sepulcro, então for por isso que etc. Eram cavaleiros da justiça, da vontade divina, da ordem que Deus quer por nas coisas… Que herói sublime! Ele aí já estará interessado pela conversa.
* Mais agrado no convívio
Mas, acontece por ricochete uma coisa: se os senhores praticarem essa arte bem, vão sentir muito mais agrado de conversar uns com os outros. Não há coisa que tire tanto a vontade de conversar do que se viver muito junto. Não sei se os senhores se dão conta bem disso… Se estão juntos o ano inteiro, anos seguidos, cada um já conhecendo os pequenos defeitos do outro, os seus cacoetes e não os próprios…
* Exemplo de dois eremitas na galeria do Eremo de São Bento
Estão os dois numa galeria do São Bento, cada um numa ponta olhando para o outro que se vem aproximando, o pensamento é: “Já sei o que ele me vai dizer – que está chovendo. Estou certo de que está chovendo, então melhor que nem nos cumprimentássemos nem comentássemos essa chuva”.
O outro chega-se e diz: “Está chovendo, hem!”. Pensamento: “Está vendo a besta, eu já tinha a certeza disso!”.
Se soubessem conversar não é verdade que o convívio ficariam muito mais interessante? Mas eu não tenho a certeza que, numa roda constituída por jovens – eu diria por filhos – que eu quero tanto, a tendência para conversa é sempre para o mais alto. Não tenho a certeza. Por quê? Porque não sabem conversar, não sabem escolher o tema, nada. Resultado: sai o que der e vier.
Pelo contrário, o aprender a conversar por estas e outras regras, é um verdadeiro dom que uma pessoa pode adquirir.
* Um menu de temas de conversa
Chegamos aqui ao ponto final: uma das perguntas que uma pessoa deve pôr-se, quando se dedica ao apostolado, lendo as coisas, perguntar-se: o que é um tema que serve para eu fazer apostolado. E ter pilhas de temas que podem servir para apostolado, porque sabem mais ou menos o que os outros gostam de ouvir, mais ou menos o que interessa à media das pessoas com quem se trata. Assim, com facilidade ter a possibilidade de colocar à disposição daqueles com quem se conversa vários temas.
Naturalmente, isto obedece às regras da confecção de um menu. Uma dona de casa que está preparando um grande jantar em sua casa, ao compor o cardápio, o que faz? Ela se pergunta o que tem vontade de comer, e manda fazer isso, se é uma boa dona de casa? Ou se pergunta: dos que vou convidar, quem terá vontade de comer tal coisa? E quem terá vontade de comer tal outra coisa? A dona de casa não pensa no que ele vai comer, ela pensa no que os hóspedes dela vão comer.
* Fazer apostolado e conversar: obras de abnegação
Quando se escolhe assunto para apostolado, não se trata do assunto de que se está com vontade. É tão errado como a dona de casa que faz o menu para si. Deve-se tratar da coisa que se acha que vai interessar ao outro, porque se percebe que o caminho pode levar o outro a isso. Quer dizer, fazer apostolado e conversar são obras de abnegação, de dedicação. Não se faz com proveito uma conversa egoísta. Faz-se com proveito uma conversa em que nos damos, e só assim o outro se pode interessar pela nosso tema.
Temos dez minutos ainda… O que preferem: um slide com um comentário ou fazerem-me perguntas sobre o que eu disse? Os que preferem o slide, levantem o braço. Os que preferem perguntas, levantem o braço. Então, façam-me as perguntas…
* Conversa no Ancien Régime e no Reino de Maria
(Pergunta: O senhor sempre disse que a arte de conversar tinha chegado ao seu auge durante o ancien régime – Luis XIV e um pouco depois – e não havia tanta na Idade Média, em que havia mais aventura, digamos… Como poderia ter-se desenvolvido essa arte de conversar se no ancien régime se tivesse sido fiel? E no Reino de Maria, como ela será?)
Está muito bem. É uma boa pergunta.
* Temas na vida de um povo e na de uma pessoa
Quando um povo é profundamente católico – portanto um povo que possui na prática as três virtudes teologais – Fé, Esperança e Caridade – e as quatro cardeais – Temperança, Fortaleza, Prudência e Justiça – tem muito comedimento e expansão, ao mesmo tempo. E os temas pelos quais se interessa vão mudando lenta, razoável e equilibradamente.
É próprio à natureza humana que cada época da história se interesse mais por uns temas do que por outros. No total, é como um homem que, durante a sua vida, se vai interessando, ora mais por uns temas, ora mais por outros.
* Temas que interessaram ao Senhor Doutor Plinio ao longo de sua vida
Eu lembro-me que, por exemplo, houve um tempo em que tive um interesse prodigioso pela Rússia tzarista pré-comunista. Eu voltava de meu emprego, deitava-me no sofá e ficava lendo até a hora do jantar coisas… de Maurice Paleologue, “La Russie des tsars”… É inútil dizer que quase tudo em francês. Eu ficava lendo isso a perder de vista… Depois meu interesse foi mudando e passou para a Áustria, Hungria, Impérios Centrais… E, assim, gradualmente passando a outros temas, em matéria histórica.
Em matéria religiosa também. Em certos tempos, mais interesse por temas como o da doutrina católica, noutros mais interesse pela vida dos santos, que, afinal de contas, é a doutrina moral católica ensinada ou posta em ações concretas, pessoas que praticaram virtudes heróicas. E, noutras épocas ainda, a arte religiosa. Em torno do tema riquíssimo e inesgotável, que é a Igreja, girando normalmente o meu interesse.
* Mudança normal do espírito humano, e pula-pula frenético de um tema a outro
Isso corresponde ao espírito humano que não gosta de comer sempre o mesmo alimento, variando no mesmo jantar… Não vai comer uma quantidade fabulosa de peixe com maionese e não come a sobremesa ou a carne. Não vai… Há que mudar! O espírito humano tem apetências intelectuais que variam.
Essa variedade faz com que uma pessoa que está com a cabeça em ordem não pule freneticamente de um tema para outro. Pelo contrário, civilizações que não têm essa profunda influência da Igreja não são assim. Pulam freneticamente de um tema para outro.
* Exemplo: decadência do interesse literário
Então, na Europa do século XVI, por exemplo, chega ao auge e começa logo a decair o interesse pela cultura clássica. O latim e o grego, monomanias no tempo da Renascença, vão caindo no desinteresse, enquanto os idiomas nacionais vão se aprimorando segundo o gosto literário adquirido… [Vira a fita]
Depois passa das grandes obras de literatura, em geral, para obras mais amenas e mais leves. A seguir, para obras de literatura frívola, fútil… E chega-se o momento em que cai para obras chulas e que nada valem.
O que é isso? No fundo é uma tendência para o prazer que evita o clássico – que já tendo sido tomado por uma tendência ao prazer – e passa para a língua corrente, que é menos elevada e exige menos esforço. Depois dos grandes temas da língua corrente, passa aos menores, e a seguir para os comuns e, finalmente, para a coisa chula. No fundo, é um vuuuu! de prazer que domina toda a sociedade, e que vai realizando: primeiro o prazer maior e depois o mais fácil. E na procura maníaca do mais fácil se inicia o caminho de todas as decadências.
* Decadência da conversa no Ancien Régime
Na parte final do Ancien Régime – não só na França, mas mais ou menos por toda a Europa – a conversa elegante, a que dava o tom na sociedade, era leve, frívola, engraçada, de graças e de charmes que hoje já não existem mais, ainda interessante, mas já banal.
Depois decai e passa por um período de esmaecimento, aparecendo outro tipo de prazeres. A conversa e a literatura como prazeres desapareceu. Por quê? Porque tinha vindo com aquele ímpeto sem temperança, querendo tudo, para já e para sempre. Resultado: quer desordenadamente e se empanturra logo no começo, tomando uma saciedade, que faz com saia de dentro do que há pouco adorava.
* Como teria sido se não tivesse havido decadência
Como teria sido a coisa – para falar em termos de História francesa – se Luis XIV tivesse atendido ao convite de Santa Maria Margarida Alacoque, e feito a consagração da França ao Sagrado Coração de Jesus? Segundo as promessas d’Ele, ter-se-ia aberto uma era de graças novas para a França, e, tudo leva a crer, que outros interesses mais profundos, mais razoáveis, mais próprios a induzir o espírito a pensar e refletir se teriam formado, numa linha bem diferente dessa. A partir disso teria começado uma nova era do espírito europeu. No espírito francês, porque capitaneava o espírito europeu pelo menos nessa matéria.
O que teria sido? É quase impossível imaginar. Mas, certamente, com a influência da Igreja se teria tomado uma seriedade, uma elevação e, ao mesmo tempo, uma amenidade, uma distinção e uma tranquilidade que são inseparáveis de tudo quanto é católico.
* Como se compõe o menu de uma conversa?
(Aparte: Não sei se o senhor ia continuar…)
Eu ia propriamente dar por encerrada a reunião… Mas, enfim, diga.
(Aparte: Se o senhor pudesse dizer como se compõe esse menu da conversa. Num desses santos do dia sobre a conversa, o senhor dizia que ela tem que ter algo de espontâneo e algo de refletido. O que deve entrar no “menu” da conversa, já que deve servir a elevá-la, de modo a forçar os interlocutores? Um exemplo de como o senhor compõe o “menu” de uma conversa.)
(Aparte: Podia acrescentar uma coisa à pergunta do sr. Nelson? Como toda a conversa tem um começo, meio e fim, e o senhor já ensinou como proceder nas duas primeira partes, pergunto como se deve fazer, depois que a conversa atingiu um nivel alto, para terminar nesse nível e não decair.)
Já digo daqui a pouco.
* Conhecer a mentalidade do interlocutor
Então, meu caro Nelson, deve-se conhecer a mentalidade do comum das pessoas com quem se vai tratar. Saber que o comum das pessoas, que eu vou atrair para o apostolado, tem habitualmente tal mentalidade – geralmente, revolucionária – aplicada aos pequenos temas da vida quotidiana de cada um.
* Exemplo de como demarrar uma motocicleta
Assim, por exemplo, no jeito de demarrar com uma motocicleta, se conhece a mentalidade do indivíduo. Se algum dos senhores está nesse caso, não me leve a mal. Um indivíduo que demarra uma motocicleta com barulho, grandes estampidos, enchendo o lugar onde está, revela uma mentalidade que não é a da comunicatividade de Veneza. É uma coisa bem diferente: uma adoração do barulho pelo barulho. Se a motocicleta tocasse música, ele não a usaria. Ele quer produzir aquele estampido boçal e brutal, como quem diz: veja que homem possante eu sou, a minha motocicleta faz toda a espécie de barulho. Propriamente, um animal. Primeiro, porque ele se confunde com a motocicleta. O fato da motocicleta fazer um grande barulho, não quer dizer que seja um grande homem. Terá, na melhor das hipóteses uma bicicleta barulhenta. Não irá além disso.
Poderá dizer: “Mas eu tenho uma motocicleta barulhenta. Não é só, eu tenho a coragem de encher o ar com o meu barulho”. Eu digo: “Sei…!”
Em primeiro lugar, é um pobre coitado, porque só enche o ar com o barulho e não com a sua palavra, com a sua presença. Se você pensa que é um grande homem produzindo mecanicamente um ruído “popopó”, você é um pobre animal dirigindo a outros iguais, que ficam pasmados a vê-lo fazendo isso. É uma coisa evidente.
* Conhecer a mentalidade média de um ambiente
Através desses e doutros indivíduos, deve-se procurar conhecer a mentalidade média das pessoas a quem nos dirigimos.
Numa outra reunião, não precisa ser agora nem tão já. Mas, quando estiverem descansados desses temas, pode-se passar uns três ou quatros meses e voltar ao tema se e lembrarem. Então, vê-se como se pode conhecer a mentalidade média de um ambiente. Conhecendo-a, vê-se o que contrasta com o ambiente ou aquilo que o confirma. O que contrasta dá conversa, porque produz discussão. O que confirma, agrada o sujeito, porque se vê confirmado numa coisa boa.
Não é fácil encontrar coisa boa num ambiente de hoje. Mas, enfim, digamos, se vê confirmado numa coisa boa. Assim, se vai confirmando, contrastando, contrastando e confirmando… Aqui está uma paulada na cabeça dele, ali um agrado. Assim se vai formando uma idéia de conjunto de como as coisas são, do que se deve dizer ou não.
* Manter o nível da conversa elevado, depois de ter atingido o auge: temas conexos
Você, meu filho… Falou do começo e fim da conversa. Depois,…
(Sr. -: Como se deve fazer para que uma conversa que já atingiu o seu auge não decaia de nível até ao seu final?)
Deve-se fazer um tipo de conversa em que se conhece uma porção de assuntos afins com aquele, de maneira que quando um tema se vai esgotando, naturalmente se passa para outro tema.
* Exemplo: um general de Bizâncio
Não sei por que me veio mais de uma vez à cabeça a história de um personagem – de quem, com certeza, os senhores não ouviram falar, e muito grande na sua época – um general do Império Bizantino, homem estropiado até, mas que comandava muito bem. O imperador, creio que era Justiniano (sec. VI), designou-o para tomar conta de toda a Itália e do Norte da África, que teoricamente lhe deviam obedecer, pelo entender do Imperador, e não estavam obedecendo. Então, ele mandou esse general fazer a conquista. Fê-la e foi um colosso…
Depois, quando voltou a Bizâncio, foi ovacionado pelo povo e apresentar suas homenagens ao Imperador. Este ficou com uma desconfiança, a dos mesquinhos: “Ele está tão e tão popular, um tão grande homem, que, de repente, vai querer-me derrubar para se colocar no meu lugar. Então, eu preciso matá-lo.” Os infames, dos quais o número é infinito, raciocinam assim.
Vamos dizer que eu conte essa história a alguém. Devo saber, quando se aproximar o fim dela, transpor para algum fato da História moderna ou dos acontecimentos atuais ou da vida de todos os dias.
Por exemplo, passou-me um salto na cabeça… Imaginemos que eu diga: “É curioso, todo o mundo está falando muito dos candidatos à presidência da República, mas não dos candidatos a vice-presidente. Ora, a escolha de um vice-presidente não é uma coisa fácil. Pode acontecer que um vice-presidente muito inteligente embarace um presidente. Você, se fosse presidente, não preferiria ter um presidente burro? Ou preferiria ter um Tal como vice-presidente, de tal modo que quando você oferecesse uma festa, a reunião de todos em torno do vice, enquanto em torno de você há três ou quatro ministros, aguentando o batente no duro, por causa de sua conversa cacete?
“Justiniano em relação a esse seu general estava mais ou menos como um presidente em relação ao seu vice. Ele ficou nesse embaraço. O que se deve fazer nesse caso: tem-se o direito de sacrificar um vice-presidente, um general vitorioso? Isto está certo ou não? Mas não se deve pôr como alguém que já sabe a solução. Porém, como alguém que estivesse pensando alto sobre o problema. Daí já se passou para o segundo tema, esquecendo-se da primeira parte e sua conversa não morreu no nível baixo. É preciso ter todo um itinerário de temas elevados conexos entre si.
Meus caros, este ciclo sobre conversas fica encerrado. Vamos passar a outro tema, que não sei bem qual será. Podem combinar e dizer-me alguma coisa para a reunião de sábado que vem, se Deus quiser. E, agora, pediríamos ao padre Olavo o favor de rezar.
Nota: Dr. Plinio fez outras exposições dedicadas a este vasto assunto e que completam a presente reunião:
* Santo do Dia, 5 de maio de 1979 – A arte de bem conversar
* 5 de dezembro de 1986 – A conversa, obra-prima da Civilização
* Santo do Dia, 4 de março de 1989, sábado (parte final) A arte de bem conversar: utilidade para bem escrever
* Santo do Dia, 28 de julho de 1989, sábado – Conversa: sua importância para praticar a virtude e grande meio de apostolado. No que consiste saber conversar bem?