O Concílio e a união dos cristãos

Catolicismo Nº 142, Outubro de 1962, pág. 4

 

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D. Antonio de Castro Mayer

 

“Et alias oves habeo, quae non sunt ex hoc ovili, et illas oportet me adducere (…) et fiet unum ovile et anus pastor” (Jo. 10, 16). Quais as ovelhas que não são do rebanho, e como trazê-las ao aprisco, sabemos pelas palavras com que Jesus Cristo confiou aos Apóstolos a continuação de sua obra: «Ide, pois, e ensinai a todos os povos (…), ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei» (Mat. 28, 19).
Esse rebanho, portanto, abrange todos os povos, que devem ser atraídos a ele pela pregação dos Apóstolos, e se tornam seus membros pela aceitação e prática da verdade revelada pelo Salvador.
Daí a Igreja, continuadora do Divino Mestre, considerar ponto essencial de sua missão o levar todas as nações a conhecer e praticar a verdade cristã. Não admira, pois, que a história da Igreja seja uma história missionária. Desde seus primórdios, Ela se empenhou na conversão dos povos; não só dos judeus, que eram como que da família de Jesus e dos Apóstolos, mas também dos gentios, que formavam a grande maioria da humanidade. Os Apóstolos dividiram entre si o universo conhecido, a fim de anunciar em todas as suas regiões a boa nova da Redenção. E quando a civilização romana foi destruída pelos bárbaros, estes já haviam, em grande parte, abandonado a idolatria, para adorarem o único Deus vivo e verdadeiro que os Bispos e missionários lhes haviam feito conhecer.
O zelo pela conversão dos povos bárbaros desdobrou-se, depois, na obra missionária que acompanhou os grandes descobrimentos do século XVI; e ainda hoje o esforço ingente das Missões, dirigidas e animadas pela Sagrada Congregação da Propagação da Fé, evidencia a constante solicitude dos Papas para com aqueles que se acham fora do redil de Cristo.
Ao lado da obra missionária pela conversão dos infiéis, empenhou-se sempre a Igreja pelo retorno daqueles que a abandonaram, mergulhando no cisma, ou na heresia. Jamais deixou Ela de pensar na conversão dos hereges e cismáticos, jamais cruzou os braços ou sacudiu os ombros diante da multidão imensa constituída pelos povos que, como novos filhos pródigos, estiolam longe do lar à míngua da verdadeira fé e moral, da qual apostataram ao sair do seio da Igreja.
A UNIÃO E OS CONCÍLIOS ANTERIORES
Quão ardente é esse empenho por parte do Vigário de Cristo, foi posto mais em evidencia agora, no ensejo da convocação do II Concilio Ecumênico do Vaticano, que proporciona ao Santo Padre feliz ocasião de manifestar diretamente e com maior frequência seus sentimentos nesse particular.
Lamentável erro cometeria que supusesse que é esta a primeira vez que os Romanos Pontífices se empenham tão ardorosamente em reagrupar no seio da verdadeira Igreja todos os que creem em Jesus Cristo.
A História registra vários Concílios que tiveram por objetivo acabar com a divisão entre os cristãos, mediante a conversão dos hereges e cismáticos. Célebre no século XIII o II Concílio Ecumênico de Lião, no qual se submeteram à obediência de Roma o Imperador Miguel Paleologo e os principais hierarcas do Oriente. União sem fruto duradouro, devido à tenaz oposição do patriarca de Constantinopla. Século e meio depois, igual tentativa se fez no Concilio de Florença, que teve a consolação de ver o retorno não só dos gregos, como dos armênios e jacobitas, restos do monofisismo.
Infelizmente, resultado também efêmero. O clero grego, arraigado à heresia, fez malograr a boa vontade do Imperador.
O sacrossanto Concilio de Trento visava igualmente a evitar a consumação do cisma causado pela heresia de Lutero. Não encontrou, porém, a Igreja espíritos desanuviados de paixões, que viessem ao encontro de sua generosidade. Não foi possível a união em Trento. O Concilio, não obstante, fez obra magnífica de unidade com a exposição sistemática e clara de toda a economia da Redenção, de maneira a dar roteiro seguro a todos os que sinceramente procuram conhecer e amar a verdade cristã.
No I Concilio do Vaticano, ficaram sem resposta o apelo feito por Pio IX aos chamados ortodoxos e a carta por ele escrita aos protestantes.
AÇÃO E ATITUDES DE JOÃO XXIII
Sob novos auspícios se reúne o II Concilio do Vaticano. As condições históricas atuais parecem convidar não só os cristãos, como todos os homens, para uma união íntima, cujo fundamento só pode ser a verdade religiosa. E na intenção do Papa este Concilio será um espetáculo de unidade e verdade que não deixará de comover e atrair para a Igreja de Cristo todos os povos.
Não ficou o Sumo Pontífice apenas na expressão desse seu ardente anelo. Tomou medidas e atitudes que convidam a um apaziguamento dos espíritos capaz de predispô-los a um encontro franco e fraterno, meio propicio para se tentar um congraçamento geral das almas na verdadeira fé e moral. Numa palavra, adotou João XXIII uma serie de providencias para que todo o mundo veja e sinta a sinceridade e profundidade do seu desejo de união e paz entre todos os homens, pela profissão da mesma fé em Jesus Cristo: «unum ovile et unus pastor».
Como coroamento dessa atitude constante, o Papa, ao constituir as comissões preparatórias do II Concilio do Vaticano, agregou-lhes um Secretariado para a união dos povos no redil de Cristo, e confiou sua direção a um membro de seu próprio Senado, o Emmo. Cardeal Agostinho Bea. E agora já sabemos quais vão ser os representantes das confissões heterodoxas que comparecerão às sessões plenárias do Concilio. Deverão observar de perto a concórdia e a unidade na fé da Igreja Católica, o que certamente concorrerá para dissipar-lhes os preconceitos e atraí-los a Ela.
SEGUINDO AS PEGADAS DO SANTO PADRE
Paralelamente à ação do Papa e por, ela impulsionados, vêm surgindo estudos no sentido de aplainar o caminho para a desejada união. Dentre eles «Catolicismo» deu conhecimento aos seus leitores (n.° 111, de março de 1960) da obra do Revmo. Pe. Etienne du Mont, do Clero de Genebra, sobre a situação do protestante batizado e de boa fé em face da única Igreja de Cristo. Sente-se o benéfico influxo do Romano Pontífice não só na publicação desse livro — tese de doutoramento composta anos antes — como nas expressões de cordialidade ali usadas para com os reformados.
Com autoridade incomparavelmente maior, o Emmo. Cardeal Amleto Giovanni Cicognani, Secretário de Estado de Sua Santidade, abrindo a Semana pelo Oriente Cristão, realizada em Nápoles no mês de setembro de 1961, pronunciou uma conferência sobre as origens do cisma do Oriente, suas características e as possibilidades que as circunstancias presentes oferecem para o retorno dos chamados ortodoxos ao seio da Igreja (ver «Osservatore Romano» em francês, de 6-10-1961). Mostrou S. Emcia. que a separação se beneficiou de uma. serie de equívocos e de condições históricas, e que o desaparecimento destas últimas nos tempos atuais facilita a dissipação dos equívocos e auxilia a volta dos orientais àquela fé comum que foi a sua gloria nos primeiros séculos da Igreja, quando, na obediência a Roma, o Oriente proporcionou ao Cristianismo doutores de primeira ordem e verdadeiros atletas na defesa da Fé contra a heresia dissolvente: Santo Atanásio, São Cirilo de Alexandria, São Cirilo de Jerusalém, os dois Gregórios, São Basílio, São Sofrônio, Santo Macio de Constantinopla, e tantos outros.
Na aula inaugural do corrente ano acadêmico da Pontifícia Universidade de Latrão, o Exmo. Revmo. Mons. Dino Staffa, Arcebispo titular de Cesárea da Palestina e Secretario da Sagrada Congregação dos Seminários e Universidades, tomou como objeto de suas considerações tema ainda mais amplo, como seja, a unidade de todo o gênero humano, indiscutivelmente uma das aspirações dos povos de hoje, e que só é possível na Religião depositaria da verdade e do amor («La unidad de fe y la unificación de los pueblos en el magisterio del Sumo Pontífice Juan XXIII», versión española, Roma, 1961).
O DEMÔNIO, ADVERSARIO DA UNIÃO
O egrégio Prelado toca também nas dificuldades que depara todo esforço pela unidade dos povos. Seria, de fato, ingênuo pensar que bastam o anelo ardente do Papa, a boa vontade de muitos e a colaboração de outros tantos, para desde logo se conseguir o congraçamento de todo o gênero humano. Especialmente nesta questão, vale a palavra de Jesus Cristo: «Regnum coelorum vim patitur, et violenti rapiunt illud» (Mat. 11, 12). Trata-se, com efeito, do reino de Cristo, de sua universalidade, de sua estabilidade. O que quer dizer que a obra de união na Fé encontra poderoso adversário nas forças do mal suscitadas por aquele que a Escritura chama de «mentiroso e pai da mentira» (Jo. 8, 44). Adversário que se apresenta com pretensos direitos inalienáveis, e com aparências de muita lealdade.
Mons. Dino Staffa, na aula inaugural da Lateranense, acena para algumas dificuldades provenientes do próprio meio católico. Assim, com base nos Padres jesuítas Daniélou e De Lubac, pondera que, numa distinção entre o substancial e o acidental, o fixo e o mutável na Igreja de Cristo, vários escritores católicos colocam na segunda categoria, como elementos que a Igreja deverá deixar necessariamente pelo caminho, sua atual estrutura jurídica, a doutrina tomista e a língua latina.
No entanto, lembra S. Excia. Revma., sobre o latim diz Pio XI que «a Igreja, que compreende e deseja em seu seio a todos os povos, que durará até o fim dos séculos e que exclui de seu governo toda forma de demagogia, exige, por sua mesma natureza, uma língua que seja universal, imutável, não vulgar». E conclui o Papa: «Desde que o latim realiza plenamente essa tríplice exigência, afirmamos que foi providencial ter sido ele posto admiravelmente ao serviço da Igreja docente» (Carta Apostólica «Officiorum Omnium», de 12-8-1922). Assim também João XXIII, gloriosamente reinante: «É o latim que une, enquanto as outras línguas, da mesma maneira que a diferença de estirpes, de caracteres e de usos (…), constituem motivos e perigos de divisão e de oposição» (ver «Osservatore Romano» de 16-4-1959). Não admira, pois, que o atual Pontífice se tenha empenhado tanto pelo reflorescimento do latim, «língua católica» (como a chamava Pio XI, no documento citado), mediante a Constituição Apostólica «Veterum Sapientia», de 22. de fevereiro p. p., que «Catolicismo» publicou em seu no137, de maio de 1962.
Sobre a atual estrutura jurídica da Igreja pondera o Secretario da Congregação dos Seminários e Universidades: «Quando se deseja, com imprecisão de linguagem, que a Igreja abandone suas estruturas jurídicas, talvez alguns de boa fé entendam uma maior simplificação de suas normas, que a torne mais ágil e mais conforme às necessidades presentes da cura de almas. Em tal sentido o desejo é digno da mais alta consideração. Porém, quem o propuser de outro modo, terá claramente esquecido que a Igreja é, por instituição divina, uma sociedade visível e precisa necessariamente de certas normas jurídicas», algumas das quais, acrescentamos nós, instituídas pelo próprio Jesus Cristo, como sua estrutura monárquica, com o primado de jurisdição episcopal e ordinária do Papa sobre todos os fiéis.
Observa todavia Mons. Dino Staffa que, seja qual for a adaptação da Igreja aos tempos presentes, ela não poderá atingir determinadas leis que, embora de direito positivo humano, «se converteram em parte integrante da própria estrutura da Igreja e por isso mesmo permanecem imutáveis». Entre elas está precisamente a lei que «mais do que nenhuma outra querem alguns pôr em questão»: a disciplina do celibato eclesiástico na Igreja latina. Em carta ao Bispo de Strigonia, datada de 12 de março de 1919, Bento XV afirmava que «a Santa Sé não pode, em absoluto, permitir que a lei da continência sacerdotal se ponha em litígio», e mais tarde, na Alocução Consistorial de 16 de dezembro de 1920, contra as pretensões da Sociedade Jednota do clero tcheco-eslovaco, proclamava que «nunca a Santa Sé mitigaria em parte alguma, nem mesmo levemente, e menos ainda suprimiria a santíssima e sumamente salutar lei do celibato eclesiástico», acrescentando que «as inovações que alguns pretendem introduzir na disciplina eclesiástica, com o fim de dar um sentido mais popular e democrático a suas instituições, nunca poderiam ser aprovadas pela Sé Apostólica». O Pontífice reinante se mantém na mesma ordem de idéias de seu Predecessor. «Dói-Nos sobretudo, diz João XXIII, que para salvar um pedaço da própria dignidade perdida, possam alguns fantasiar a respeito da vontade ou conveniência que teria a Igreja Católica de renunciar àquilo que por séculos e séculos foi e continua a ser uma das glorias mais nobres e mais puras de seu sacerdócio» (Alocução de 26-1-1960, ao Sínodo Romano).
Numa analogia ao sabor dos nossos tempos, poderíamos dizer que, embora o essencial para um motor seja o combustível, sem o lubrificante ele não tem vida duradoura: aquece e explode. Assim, há na Igreja muita coisa que não pertence à sua substancia, e que no entanto é indispensável para que Ela subsista. A filosofia tomista diz que cada substancia corpórea tem um mínimo de dimensões «citra quam consistere non potest».
Mons. Dino Staffa julga, com a autoridade que lhe dão sua ciência e o cargo que ocupa, que o celibato eclesiástico está nessas condições.
Quanto à filosofia tomista, importa não esquecer que é em linguagem humana que a Revelação se transmite aos homens. É, pois, indispensável que essa linguagem seja correta; aliás poderia gerar confusão e erros, e a unidade é impossível no erro que divide. Daí a necessidade, como dizia o Cardeal Billot, de um bom dicionário para a tradução dos conceitos divinos em termos humanos. Esse dicionário, baseado no reto uso da razão, é a filosofia tomista. A aceitação desta, portanto, se torna praticamente indispensável em qualquer obra seria de união entre os homens.
É verdade que a Igreja não está jungida a uma determinada cultura ou civilização. Nenhuma civilização ou cultura, porém, pode basear-se no erro ou ser contra a razão, pressuposto necessário de todas as civilizações ou culturas, pois que todas elas pressupõem a identidade da natureza humana, sem a qual é impossível construir civilização na terra. Eis que o tomismo se apresenta, como o latim, enriquecido de dotes que o tornam instrumento necessário para qualquer obra unionista.
EXEMPLO FRISANTE DE CONFUSÃO
O muito que fora da Igreja se tem escrito sobre a esperada união no próximo Concilio Ecumênico mostra o fundamentado dessas considerações. De fato, não é raro verem-se esperanças de união com base em termos vagos e imprecisos; sob o signo de uma religiosidade compatível com qualquer crença, com vistas apenas a um convívio pacífico de todos os homens, sem uma adesão, porém, sincera e total à verdade clara e precisamente expressa. Que é isso senão o resultado da carência de um bom dicionário, por onde se saiba., sem confusão, o termo exato que exprime sinceramente o amor à verdade, que gera a união?
Um exemplo frisante de confusão nos dá o comentário que do evangelho do segundo domingo depois da Páscoa, domingo do Bom Pastor, faz no «Diário de São Paulo» de 6 de maio último o Sr. D. Salomão Ferraz, que se apresenta como membro de uma certa Ordem de Santo André.
Como é sabido, nesse evangelho é que Jesus enuncia seu anelo de um só rebanho e um só Pastor. «Tenho, diz o Divino Mestre, também outras ovelhas, que não são deste rebanho, e é preciso que Eu as busque (…), e se fará um só rebanho e um só Pastor». Com aparências doutorais, comenta o articulista que deve sublinhar-se a diferença entre aprisco e rebanho. Este é composto das ovelhas e cordeiros, ao passo que aquele não passa do cercado material que abriga o rebanho. De onde, conclui, a possibilidade de um mesmo rebanho abrigar-se em vários apriscos. É o que acontece — ainda o comentador — com o rebanho de Cristo, distribuído como está por vários apriscos, dos quais merece saliência especial o de Roma, que é o principal, embora não seja o único.
Qualquer católico percebe o sofisma que, sob aparência de desejo de unidade, se acoberta nesta interpretação. A ser verdadeira, não haveria propriamente unidade na Igreja de Cristo, pois a unidade pede a unicidade da fé, da moral e da Hierarquia, requer a crença nos mesmos dogmas, a aceitação dos mesmos preceitos e a subordinação ao mesmo Chefe, o Vigário de Cristo, o Papa de Roma. Qualquer união que prescinda desses pontos — de todos ou de um só — está destinada a fracassar, porque é impossível a unidade cristã sem a união na verdade e na caridade.
Só a verdade católica, aceita sinceramente, é que libertará os homens do mal-estar em que os lança a cisão religiosa. Diz muito bem o Exmo. Revmo. Mons. Gregorio Modrego Casaus, DD. Arcebispo-Bispo de Barcelona, na sua Pastoral sobre «a união dos cristãos e o II Concilio Ecumênico do Vaticano», que «a verdade católica é que nos há de libertar do mal-estar da divisão religiosa. O reconhecimento desta verdade e a santa intransigência em mantê-la e professá-la não é «orgulho dogmático», mas sim humilde, amorosa e abnegada sujeição intelectual e voluntaria a todo o conteúdo da Revelação e à suprema autoridade da Igreja, que é o primeiro e fundamental elemento de toda verdadeira religiosidade. Esta não é um mero e vago sentimento, senão plena sujeição amorosa do homem todo a Deus, tal como quis Ele revelar-Se, sujeição que postula a humilde abnegação e crucifixão de toda soberba e independência» (Publicaciones «Cruzado Español», Barcelona, 1961, p. 13).
Julgamos mesmo que não há melhor contribuição para a obra da união dos fiéis e de todos os homens, do que proclamar bem alto as condições únicas em que ela é possível. O Exmo. Revmo. Sr. Arcebispo-Bispo de Barcelona encerra a Carta Pastoral que acima citamos com as seguintes recomendações, válidas em todos os lugares e que devem ser tomadas em consideração por todos aqueles que se interessam — e são todos os fiéis — pela obra da unidade de todos os cristãos: «Santa intransigência doutrinaria, como deve mostrar todo aquele que está convencido de que a Religião Católica é a única verdadeira (…) ; porém, efusão de caridade para com os acatólicos, pedindo a Deus que os ilumine, a fim de que se incorporem à verdadeira Igreja de Jesus Cristo e recebam sua influência sobrenatural entre os resplendores do Credo católico, com a participação do. Santo Sacrifício da Missa e com a obediência ao Vigário de Jesus Cristo.
«(…) Como sempre fez a Igreja, deve distinguir-se entre o erro e o que erra; (…) com o erro e a heresia, nem transigência, nem condescendência de nenhum grau (…) com os hereges e com os que erram, enquanto neles, como homens remidos por Jesus Cristo, se note um raio de esperança — e haverá esperança enquanto seus corações alimentarem a vida —muita caridade cristã que nos impulsione a condescender com tudo aquilo que nem possa confirmá-los no erro, nem ofereça perigo aos que professam a verdadeira Fé, mas possa, pelo contrário, dissipar neles todo preconceito e desembaraçar-lhes e aplainar-lhes o caminho do retorno «in unitatem fidei et in agnitionem Filii Dei», à unidade da Fé e ao verdadeiro e integral conhecimento de Jesus Cristo e à obediência a seu Vigário na terra.
«Não celebreis nunca pazes com as seitas heterodoxas de modo a dardes a entender que aprovais direta ou indiretamente sua situação de dissidência ou de cisma (…) tende, porém, sempre no coração e nos lábios uma oração para que o Senhor Se digne conduzir «omnes errantes ad unitatem Ecclesiae», que todos os que erram voltem à unidade da Igreja» (p. 25).

Consulte a seção ESPECIAL – Concílio Vaticano II (11 de outubro de 1962 – 8 de dezembro de 1965) – Coletânea de documentos

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