O ideal da Cruz de Cristo nos conquistadores portugueses

Ambientes, Costumes, Civilizações

 

Catolicismo, Nº 897 – Setembro de 2025 – Ano LXXV, pag. 52

 

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Nesta fotografia de azulejos portugueses vemos a Torre de Belém na margem do rio Tejo, em Lisboa. Imaginemos em suas águas uma esquadra de caravelas portuguesas do século XVI. Nas janelas da torre pessoas da corte, tapetes persas adornam os balcões, o estandarte com a Cruz de Cristo tremula no alto da torre e nas caravelas.
A esquadra zarpa magnífica rumo ao Brasil, ou outros países longínquos, levando homens nos quais a Idade Média ainda palpita, pois partem com a ideia de dilatar a fé e de conquistar povos para Nosso Senhor Jesus Cristo. Na alma deles, a perfeita ideia de Cristo Rei, que morreu na cruz para nos salvar. E, em compensação, vão conquistar para Ele impérios e outros povos.
Partem também missionários movidos pela adoração a Nosso Senhor, pela dedicação a Nossa Senhora e pelo entusiasmo de salvar esses povos para estabelecerem o Reino de Cristo e de Maria.
Essas esperanças reluzem como estrelas e alimentam a coragem a atos de resistência heroica; os altos ideais também cintilam como as estrelas.
Nas caravelas partem ainda mercadores com o desejo do lucro, mas não como securitários banais de nosso século. Eles querem algo mais alto, querem brilhar nas pompas da Europa renascentista, querem se incluir no rol dos mais altos nobres, mas movidos por uma ideia humana de honra. Sim, são levados por uma ambição terrena, mas em suas almas há apetência de nobreza.
Eles, no momento do perigo, podem se transformar em homens de virar e romper, capazes de várias habilidades. Alguns podem ser elevados a membros de alguma Ordem de Cavalaria, ou religioso na Ordem, e vão combater maometanos.
A foto nos leva a imaginar também que os navegantes, para alcançarem seus objetivos, tomam como patronos grandes heróis como um Godofredo de Bouillon, como Afonso de Albuquerque, ou um Santo Inácio de Loyola, um homem de ferro.

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 9 de setembro de 1979. Esta transcrição não foi revista pelo autor.

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