O principal problema é a moleza dos que são mais ou menos bons

Auditório São Miguel, sábado, 15 de julho de 1989 – Santo do Dia

 

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de Catolicismo, em abril de 1959.

 

 

Pediram-me para tomar em consideração que a reunião começou extraordinariamente tarde. É uma hora! Acho que é a única reunião em São Paulo que começa a uma hora da manhã… talvez seja a única reunião que se realize, no Brasil, a uma hora como esta… Pediram-me para ser muito rápido na resposta. Disseram-me que havia cinquenta lembranças para distribuir… temos realmente que correr. Eu vou tentar dar uma resposta resumida, e que satisfaça a curiosidade de todos, a respeito de uma solução.
* Paz para que eu viva sem que me amolem!
Entre uma opinião representada aqui e outra – correntes opostas – há uma continuidade, pois são harmônicas. Uma diz:
A mim não me incomoda nada senão eu mesmo, e desde que as coisas não me afetem, não me interesso por nada. Então, o cigarro de maconha, que aqui foi representado com um tamanho extraordinário, quem quiser fumá-lo, que o fume… Cada um faça o que bem entende.
E outra corrente, também aqui representada, dizia que, em última análise, que importância tem o que os outros fazem, desde que não saia briga, que não me afete – porque briga a pessoa não quer, porque ela quer viver em paz – então, também não me incomodo. Paz, e acabou-se! Paz, para que eu viva sem que me amolem! Eu vivo a minha vida, porque eu sou feito para mim, e para mais ninguém. E não me incomodo com nada, a não ser o que me diz respeito. É o fundo do pensamento que está nessa atitude.
* Sou feito só para mim ou também para os outros?
A pergunta é:
– É bem verdade que eu sou feito só para mim?
A segunda é:
– Se eu fosse feito só para mim, eu agiria como foi apresentado aqui, ou agiria de outro modo? O meu verdadeiro interesse particular consiste só em cuidar de mim, ou consiste em cuidar também dos outros?
Eu começo pela cena que foi lembrada aqui de um protestante pregando a Bíblia em praça pública. O modo de ele fazer propaganda, acho meio besta… Mas, afinal, o número de bestas pela Terra é infinito! Diz a Sagrada Escritura que o número dos estultos, dos idiotas – em linguagem de hoje se diz “bestas”, porque a linguagem vai caindo cada vez mais – é infinito: “Stultus infinitus numerus est – O número de cretinos ou de tontos é infinito”. Deixa aquele lá vociferar o que quiser, não me penetra, nem me diz respeito. Portanto, não me incomodo.
Um outro é a favor da Revolução Francesa? Deixa ser! O que me incomoda isso? O que tenho eu a ver com essa Revolução? Não sou Luís XVI nem Maria Antonieta, não é minha cabeça que vão cortar. Tudo já passou, não existe mais! Não me incomodo também!
Comunismo, idem. É na Rússia, mas já está meio fracassado, portanto não é uma coisa que valha a pena estar prestando atenção. E daí para diante.
O rock é uma dança ruim. Mas, se um cretino a quiser dançar, por que não dança?!
São perguntas muito simplificadas.
Agitar uma Bíblia protestante no ar, fazendo propaganda dela, e dizer que, como não me diz respeito, não me incomodo, é uma conversa fiada. É a mesma coisa que um homem que tem na mão um frasco cheio de micróbios, e agita-o no ar… Alguém poderia dizer: Esses micróbios não me atingem, logo não há mal…
Imaginemos que não me contagie, poderá pegar a outro. E com isso, pode desencadear uma epidemia na cidade, atingindo-me mais tarde ou mais cedo. Ainda que eu não apanhasse uma doença, pergunto: não seria uma coisa muito inconveniente?
* Em sociedade, tudo afeta a todos, sem exceção
Dado que os homens vivem juntos [na sociedade], é verdade que se pode passar algo que não atinja a todos, direta ou indiretamente, de forma mais ou menos próxima, em grau maior ou menor? Ou tudo o que se passa, acaba de algum modo afetando a todos? A tese verdadeira é que acaba afetando a todos. Não se percebe, mas é assim!
* No avião
Para se ter bem em consideração como é a vida, deve-se imaginar um avião voando. É grande, tem não sei quantos motores, umas ótimas condições de conforto nas cabines dos passageiros. A do piloto, magnífica. Dois ou três pilotos, para se revezarem, no caso de um adoecer ou ter qualquer coisa. Comes e bebes excelente! Digamos, escondido em algum fundo, um com cigarro de maconha na mão, fumando… Não me interessa nada. Pouco importa, eu estou no meu lugar, os outros passageiros podem fazer o que quiser… Tudo quanto queiram, não acontecerá nada…
Isso é bem verdade? Ou é discutível?
Pode alguém num avião muito forte dar toda a espécie de saltos, fazer toda a espécie de coisa, sem que o avião se abale. Mas, se na hora em que ele resolver dar pulos, está batendo um vento não sei de que jeito, as malas no bagageiro estão mal amarradas, deslizando, o avião andará de lado também. O que se dará? Eu e todos vamos parar no chão!
Então, posso dizer que pouco me incomodem que os outros pulem e façam o que quiser? Se todos os que estiverem no avião fumarem maconha, ser-me-á indiferente? E se todos se embebedarem, é me indiferente? Posso ou não ir para o chão.
* As nações são como aviões
Acontece que as nações são como aviões. Sofrem o contágio dos defeitos de uns homens junto a outros, a outros e a outros. Um, por exemplo, é muito preguiçoso. Contagia outro. Cada um dos novos preguiçosos contagia mais um. Ao cabo de cinco anos, quantos homens estarão contagiados, se se considerar que cada preguiçoso contagia mais dois?
Ora, os senhores veem nações que sucumbem, desaparecem por causa da preguiça. Como apareceu essa preguiça na nação? Porque houve um primeiro preguiçoso com uma preguiça expansiva. Um primeiro que se espreguiça de um modo tão atraente, tão agradável, que os outros ficam com vontade o imitar na preguiça. A nação toda leva à breca com isso.
* A Grande Muralha da China: monumento à preguiça
Eu creio que os senhores todos ouviram falar da Grande Muralha chinesa. Nunca ouviram falar de uma muralha colossal que existe na China, que percorrer uma grande parte do país? É um dos maiores monumentos da preguiça humana que a História registra. Por que razão?
Porque os chineses tiveram a idéia – em certo momento consumidos pela preguiça – de que poderiam evitar toda a guerra, fazendo uma muralha alta e imensa, cobrindo toda a fronteira do seu país, com o povo, cujo ataque mais receavam. De maneira que, como era muito difícil, nas condições de guerra daquele tempo, galgar a muralha e descer depois do outro lado, bastava um número pequeno de soldados no seu alto, para derrubar os que subiam. O resto da China ficava se espreguiçando, com aquele rabicho comprido, fazendo trabalhos muito bonitos em marfim, porcelanas e outras obras de arte excelentes. Vagarosas, tranquila, com uma vida muito boa…
Acontece que era uma ilusão, e no primeiro ataque que houve, havia poucos em cima, o povo adversário, que era truculento, subiu, pulou e entrou. Assim invadiram a China. A muralha chinesa ficou como um momento à preguiça humana.
* Tudo começa por um!
Um Império colossal, dos mais povoados da Terra. Povo muito inteligente, e, além disso, muito intelectualizado: com muitos sábios, com muitos literatos, artistas etc. Muito pacífico, governado por uma monarquia muito centralizada, orientando tudo muito bem. Porém, sucumbiu de preguiça! Essa preguiça começou por um. Todas as coisas sempre começam por um!
Há outros exemplos assim na História. Povos, porque dançam demais e se divertem demais, porque amam demais a boa vida, sucumbem. Como começa? Por um!
* Síbaris e Crotona
Não sei se lhes contaram a lenda antiga que simboliza isto que eu estou dizendo… A luta de Síbaris com Crotona.
Eram duas cidades do tempo dos romanos, situadas no sul da Itália. Eram inimigas, porque levavam estilos de vida inteiramente diferentes. Crotona era uma cidade guerreira. Seus habitantes gostavam da guerra. Achavam-na bonita: entusiasmavam-se no entrechoque das armas, com a atmosfera da batalha, com o esplendor do heroísmo que se manifestava. Então, o gosto deles, no tempo que lhes deixava livre o trabalho, era fazer exercícios militares. Era gente austera: que não bebia, ou muito pouco, vivendo para a hipótese da guerra.
Perto de Crotona, havia a cidade de Síbaris. Nesta, pelo contrário se gostava de conforto, da vida mole, da posição esparramada, cada um vivendo para o seu próprio gosto… E pensando o seguinte: contanto que eu tenha a minha vida, o meu conforto e goze, o resto não tem importância.
* Uma pétala de rosa dobrada…
Então, contava-se o caso clássico de um sibarita – nome dos habitantes de Síbaris – que foi fazer uma viagem a Roma. Quando lá chegou hospedou-se na casa de um dos mais ricos romanos. Este, querendo agradar o hóspede, mandou preparar-lhe um leito de rosas, feito só com pétalas dessa linda flor, agradavelmente odoríficas, com uma coberta muito bonita em cima, lençóis etc. E levou-o até ao quarto. Ele deitou-se…
Na manhã seguinte, o Sibarita acordou tarde. Quando entrou, o dono da casa entrou no quarto dele, para saudá-lo:
– “Meu amigo, passou bem a noite? A sua cama estava boa?”
Contrafeito, ele respondeu:
– “Algo me atrapalhou… Mas, afinal… acabei descobrindo o que era…”
– “Mas, como?!! Não lhe preparei uma cama magnífica, e algo ainda lhe atrapalhou?!”
– “Descobri que havia uma pétala dobrada… E não era tão lisa como as outras. Resultado, deixou-me na espinha alguma pontinha de mal-estar. É esta que me incomoda.”
Havia exercícios em Síbaris? Sim. Mas, quais eram? A cavalaria era a arma daquele tempo. Tinham cavalos a quem não ensinavam marchas militares, mas danças. Montados a cavalo, executavam as danças tocadas por uma fanfarra.
* E os cavalos só dançavam…
Os crotonenses resolveram desafiam os sibaritas para um combate. E eles foram. As duas cavalarias puseram-se uma em frente da outra, e fizeram o ataque segundo estilo do tempo. No momento em que a cavalaria de Síbaris se pôs em movimento, a fanfarra começou a tocar as danças de Síbaris. Os cavalos desataram a dançar, sem parar… Por que só dançavam? Porque só tinham sido ensinados a dançar.
Resultado: enquanto a fanfarra tocava, Crotona liquidou com Síbaris. Assim, esta cidade desapareceu da face da Terra!
* E tudo começou por um só!
Como Síbaris chegou a esse grau de decadência, que uma pétala dobrada podia incomodar? Foi um primeiro homem que mandou fazer uma cama super boa, sem pétalas de rosa ainda, apenas um colchão muito bom, e a seguir dormiu nele: “Olhem, querem saber de uma coisa? Eu não me incomodo com nada, para mim, a vida é só coisa agradável. Eu dormi esta noite num colchão… Vocês nem queiram saber…”
– “Mas que tem seu colchão?”
– “Eu não conto de que ervas é feito, nem de aromas… Notem só: estou todo perfumado pelas ervas sobre as quais dormi esta noite… Olhem aqui!”
– “É gostoso assim?”
– “Uma delícia. Eu vou-me deitar de novo, porque já estou com sono…”
– “Você vai gozar neste dia?”
– “Não há coisa melhor do que dormir, despreocupado… Depois vou tomar um banho com água morna. Depois, vou comer uma caça que mandei comprar, e que meu cozinheiro tempera. Esplêndida. Olhem, não há melhor do que gozar a vida!”
Um outro viu isso… Depois outro e mais outro… E pensou: “Eu vou imitá-lo. Mais, imitar só não. Eu vou fazer melhor! Inventa uma outra coisa: manda cozinhar a ave no leite…”
Outro, mais avançado, diz: “Esse poca mandou cozinhar a ave no leite? Não basta, é preciso pôr creme de leite, passas e outras frutas aromáticas…
Lá vai. Gula, preguiça, preguiça, gula… só sabem depois dançar em seus cavalos. Foi o máximo serviço que fizeram. Crotona liquida!
* O ambiente do colégio não mudaria?
Os senhores dizem: “A opinião dos outros não me influencia”.
Se há uma coisa errada, é dizer que a opinião dos outros não me influencia. Basta que os senhores olhem para seu colégio, suas faculdades… Devem estar mais ou menos no fim do primeiro ciclo e cursando o segundo… Não é verdade que se, nesse colégio, aparecesse um grupo de cinco rapazes decididos, fortes no karatê, fortes sobretudo em enfrentar a opinião pública, e que dissessem:
– “Eu sou católico! Eu guardo a castidade. Eu sou um entusiasta da virtude da pureza. Dou tais e tais argumentos. Quero ver vocês responder! E você que está dando risada, se o fizer de novo, quebro-lhe a cara!”
Eu pergunto: O ambiente do colégio não mudava? Era a opinião de cinco. Podia ser um forçudo que soubesse enfrentar, tivesse garra, levaria cinco a pensar como ele. Esses cinco, dez. Em pouco tempo, estaria o colégio dividido em bons e maus. Os bons levariam os maus à parede.
* Duro mais duro que os duros!
É claro que um bobo dizendo bobagens, com uma Bíblia falsificada ninguém presta atenção. Mas, a questão é saber quando não é assim. O protestantismo, no começo era dirigido por líderes muito hábeis. O canalha de Martin Lutero era um orador popular, desses assim demagogos de hoje em dia… Ele levava multidões atrás de si. Assim, os outros chefes protestantes.
Pelo contrário, o lado católico, no primeiro período estava muito amolecido. Resultado: o protestantismo se expandiu, se propagou, porque havia de um lado gente dura, e de outro, moles.
Se nós soubermos ser duros mais que os duros, os duros, diante de nós, ficarão moles! A questão é ser duro! A questão é ser batalhador.
Aí, deixa-se a vida de sibarita – porque as opiniões, de que aqui houve um amável intérprete, são opiniões de sibarita; gente que se quer só incomodar consigo para ter a vida mole – e as opiniões destroçadas, se houver gente firme e que diz: “Não senhor, nós vamos. Está acabado!”
Há mais do que tudo isso. Com o que eu vou dizer agora encerro minhas palavras, que já estão um pouco longas demais.
* Deus não é um pai comodista
Não basta isso. É preciso tomar em consideração que Deus é pais de todos os homens. Que Nosso Senhor Jesus Cristo é o Verbo de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade encarnada, feita Homem para nos salvar. E como Ele ama todos os homens, com um amor tal que se se tomar o último pobre coitado da Terra, mais burro, mais doente, mais inútil para tudo, Deus o ama mais do que todos os pais e mães juntos, desde Adão até o fim do mundo, amariam um filho único que tivessem. Assim, Deus nos ama a nós. Ama-nos apesar de nossos pecados. Deus, que nos ama assim a cada um, pergunta-nos:
– “A você, Eu dei tempo; dei uma certa facilidade de expressão. A você, outro, eu dei um trato agradável… A você, que está lá, eu dei melhor, dei força. Agora, eu tenho diante de mim uns filhos que estão se perdendo. Você sabe como eu amo esses filhos, e você diz que não se incomoda? Então, não se incomoda comigo?!! Se você não se incomoda comigo, eu te chamo agora. Morre, e vem acertar tuas contas!”
É justo. Ou Deus faz assim, ou não nos ama a nós. Não se pode representar um pai comodista, que cruza os braços, e diz:
– “Aquele é meu filho. Aquele outro também. E mais aquele… Mas eu não me incomodo, porque eu só procuro o meu bem.”
Se assim fosse, seria o caso de nos perguntar por que nos criou, se fosse para nos abandonar dessa maneira. Por isso, a Sagrada Escritura mostra da parte de Deus o maior empenho em que cada homem cuide de outro homem. É por isso que os senhores acham muito bonito e muito bom, quando vêem um homem que tem pena de outro, dá esmola, cuida dele… Acham muito bom!
* Lembra-te que és pó…
Pergunto, se isso é bom porque um cuida do corpo do outro, dando-lhe dinheiro para se vestir e comer, melhor ainda é cuidar da alma do outro, porque vale enormemente mais do que o corpo. O corpo, algum dia, vai morrer, e vai se transformar em pó. Exatamente, a Igreja, na cerimônia de cinzas de Quarta-Feira, pela mão do sacerdote passa cinza na testa do homem, e diz: “Lembra-te, homem, que és pó, e que voltarás a ser pó”.
Por que todo o homem é pó? Porque Adão, o primeiro homem, foi feito de barro. Barro é uma coisa que seca e se transforma em pó. Todos os homens que são filhos de Adão nasceram do barro, e voltarão a ser barro, porque todos vão morrer e se transformar em pó.
“Lembra-te, homem, que és pó e que voltarás a ser pó”. Com isso, [a Igreja] ensina que todo esse gozo que ele quer na sua vida não vale nada em comparação com a vida eterna.
*… brilhará no céu como um sol por toda a eternidade!
Está na Escritura uma outra palavra muito bonita, prometendo ao homem a salvação eterna: “O irmão que cuida de seu irmão salva sua própria alma e brilhará no Céu como um sol por toda a eternidade”. Aliás, a frase é assim: “Um irmão que salva seu irmão, salva sua alma, e brilhará no céu como um sol por toda a eternidade”.
Quer dizer o seguinte: Um homem que salva a alma de um outro homem, agrada tanto a Deus, que brilhará no céu como um sol por toda a eternidade.
* Incomodas-te só contigo? Para o inferno!
Agora, em contraposição, eu acrescento: Um irmão que não salva a alma de nenhum irmão, porque cuida só de si, esse vai arder no inferno por toda a eternidade.
Aquele é o prêmio dos que se empenham em salvar os outros. Este é o castigo dos que dizem: “Para mim, só eu. Deixa o protestantismo levar para a perdição, para a apostasia quem quiser. Deixa Revolução francesa levar para o caos o mundo contemporâneo como quiser. Deixa o comunismo e o rock fazer o que quiser, a mim pouco me importa, só me incomodo comigo”.
Deus quando o chamar, dir-lhe-á:
– “Tu te incomodaste apenas contigo. Eu vou te ensinar o peso de Minha cólera – para o inferno!” Ali, não há saída. É por toda a eternidade o ódio de Deus que pesa sobre ele.
Então, por uma razão natural, que eu já dei quando falei no avião e noutras coisas; por uma razão sobrenatural, que dou agora, a vontade expressa de Deus que os homens se salvem uns com a ajuda dos outros, para poder irem todos para o céu, e o prêmio magnífico que Ele – brilhar no céu como um sol por toda a eternidade – isso é o suficiente para que nos dediquemos muito a combater o erro, o mal, a recomendar e a dar o exemplo da virtude, e ser forte contra o mal.
* O problema é a moleza dos bons
Hoje em dia, o número de maus é grande. Mas seria bem menor, se o número dos que são bons fosse enérgico. O principal problema de hoje é a moleza dos que são mais ou menos bons.
Passem diante de um botequim. Há lá gente disposta a brigar, gente corajosa… Corajosa, para o banditismo. Passem numa reunião onde há gente sossegada, são moles. Os bandidos entram e tomam conta de tudo.
Temos que reverter isso!

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