Preparação espiritual para a acolhida do Estado de São Paulo à Imagem de Nossa Senhora Aparecida (julho de 1945)

7 Dias em Revista

Legionário, N° 674, 8 de julho de 1945

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Aproxima-se o dia em que Nossa Senhora Aparecida virá a São Paulo, a fim de receber as homenagens da população paulistana.

No momento, todas as energias, todas as dedicações, todo o entusiasmo devem estar não só voltados, mas absorvidos e monopolizados pelo grande acontecimento. É ordem expressa do Exmo. Revmo. Sr. Arcebispo Metropolitano, que todos os católicos devotados concorram para que Nossa Senhora tenha em São Paulo uma recepção grandiosa. São Paulo é a metrópole do Estado em que Nossa Senhora quis firmar o seu trono. É na Arquidiocese de São Paulo que se encontra a Basílica da Aparecida. Os paulistas têm para com Nossa Senhora uma devoção ardentíssima e tradicional. Por todos os títulos, a manifestação do dia 14 tem de ser como as mais grandiosas a que São Paulo já tenha assistido. Ela nos deve fazer lembrar, por sua magnificência e amplitude, dos dias memoráveis do Congresso Eucarístico.

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O sentido que mais facilmente se percebe, em uma manifestação, é a proclamação pública de convicções que devem ser professadas diante de todos, para glória de Deus, para afervoramento dos tíbios, para santificação dos bons, e para firme e vigoroso escarmento dos maus. É o próprio nome católico que está empenhado na grandeza dessa manifestação. Tanto basta dizer, para provar a intensidade do zelo com que devemos trabalhar em favor dela.

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Entretanto, isto não é tudo. A manifestação do dia 14 está muito longe de ter um sentido meramente humano. A presença da verdadeira imagem de Nossa Senhora Aparecida, entre nós, é uma graça. Maria Santíssima é a Medianeira de todas as graças, e seus favores são mais abundantes quando suplicados aos pés das imagens benditas que, em quase todos os países do mundo, são veneradas de um modo especial, em algum Santuário nacional. Os mexicanos têm Nossa Senhora de Guadalupe. Os Argentinos têm Nossa Senhora de Lujan. Os Brasileiros têm Nossa Senhora Aparecida. As imagens de Lujan, de Guadalupe, da Aparecida foram escolhidas pela Providência para despertar de modo especial a devoção à Maria Santíssima. Sua presença entre nós é pois um penhor especial da generosidade de Nossa Senhora. Devemos aproveitar avidamente as graças que sua presença acarretará para nós.

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“Procurai primeiramente o Reino de Deus e a Sua Justiça, e todas as coisas vos serão dadas de acréscimo”, prometeu Nosso Senhor.

Podemos e devemos pedir graças temporais. Mas muito mais acima delas estão as graças espirituais.

A imagem de Nossa Senhora vem a uma cidade devastada por todos os ventos do neo-paganismo moderno. A imoralidade campeia nos lares, já hoje feridos em sua estabilidade e em sua fecundidade. O desejo desordenado do dinheiro, do poder, do luxo, desnorteia os corações. Indiferentes às coisas do Céu, os homens se voltam cada vez mais para a terra. Pululam por toda parte as doutrinas heterodoxas. O comunismo ameaça submergir a civilização cristã.

Diante desse quadro, a nossa grande prece deve ser acima de tudo pela recristianização do Brasil. Se devemos amar acima de tudo a Deus, Nosso Senhor, devemos amar logo abaixo dEle a Igreja de Deus, que é o Corpo Místico de Cristo. Sarmentos dessa vinha, o que pediremos à Nossa Senhora é que fiquemos sempre unidos ao cepo divino, sempre ligados à Igreja de Deus, sempre fiéis a Rocha de São Pedro. Porque se tivermos essa graça, todas as outras serão supérfluas… e nos serão dadas de acréscimo!

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