Quanto mais o mundo vai ficando ateu, mais a humanidade vai ficando uma coleção de hienas e chacais

Santo do Dia, 22 de junho de 1994, 4ª feira

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

Salmo 130 (129)

Desde o mais profundo clamei a Ti, Senhor: Senhor, ouve a minha voz.

Estejam atentos os teus ouvidos à voz da minha súplica.

Se examinares, Senhor, as nossas maldades, quem, Senhor, poderá subsistir?

Mas em Ti se acha a clemência, e por causa da tua lei pus em Ti, Senhor, a minha confiança.

A minha alma está confiada na sua palavra; a minha alma esperou no Senhor.

Desde a vigília da manhã até a noite, espere Israel no Senhor;

Porque no Senhor está a misericórdia, e há nele copiosa redenção.

E Ele mesmo redimirá Israel de todas as suas iniquidades.

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Os senhores, como veem, estão na presença de um salmo curto, mas de um salmo ao mesmo tempo muito expressivo.

Tenha a bondade de ler novamente o primeiro versículo.

[“Desde o mais profundo clamei a Ti, Senhor: Senhor, ouve a minha voz”]

A gente tem impressão de que entre Deus, a quem ele fala e ele mesmo, o autor do salmo, a pessoa a quem o salmo se reporta, há uma distância enorme. A distância infinita que vai não só de Deus à criatura, mas no caso concreto, de Deus a um pecador. Um pecador que é o primeiro a testemunhar contra si que ele pecou e pecou gravemente. E na presença de Deus, tendo conhecimento de toda a distância que vai entre a voz dele e o trono excelso de Deus, ele, entretanto, ainda se dirige a Deus.

A fundamentação do fato de ele se dirigir a Deus vai daqui a pouco.

[“Estejam atentos os teus ouvidos à voz da minha súplica”]

É um modo bonito, oriental, de dizer o seguinte: “Senhor, fazei o que estou pedindo.” É um segundo pedido. É uma respeitosa e filial insistência.

“Estejam atentos os teus ouvidos à voz do meu pedido“. Como quem diz: “Vós só fazeis o que é perfeito, e se, portanto, Vós não deitardes a atenção ao meu pedido, tratardes como o pedido de um vil pecador que não é digno de vossa atenção, não é digno de que olheis para ele. Eu sei que é o que eu mereço, e que Vós agireis com essa justiça que não transgredis nem violais jamais.

Mas eu sei também – e vem a explicação aí do clamor dele – eu sei também que Vós não sois apenas Justo, mas sois tão Justo quanto Misericordioso, e que aquilo a que a justiça não me dá o direito de esperar, a misericórdia autoriza que eu peça. E nesses termos, eu Vos peço, ó Senhor, ouvi a minha voz, prestem os vossos ouvidos atenção ao que eu digo”.

É um modo muito bonito, muito poético, mas ao mesmo tempo lacrimoso, e esperançoso de que Deus afinal o ouça.

[“Se examinares, Senhor, as nossas maldades, quem, Senhor, poderá subsistir?”]

O salmo se desenvolve com o mesmo raciocínio.

No começo ele declara suas faltas e faz um pedido. Depois ele explica por que razão ele faz esse pedido: é a misericórdia de Deus.

Agora, depois vem um outro raciocínio:

“Faltas por faltas, eu tenho as minhas e eu as lamento e as choro, e a magnitude de meu pranto indica a magnitude da minha culpa. Mas, Senhor, culpas quem não as têm? Eu sou homem, conheço o gênero humano, mais graves ou menos graves culpas todos têm, e se Vós prestardes atenção às faltas dos homens e, por assim dizer – não é o que diz aí – entrais em contabilidade com os homens, se a cada pecado venial Vós acrescentais um castigo e mais outro castigo, e assim punis em estrita justiça, em admirável justiça, em adorável justiça, Vós punis ponto por ponto do que fazem os homens, Senhor, nós vos perguntamos: deste gênero humano que Vós criastes, o que é que fica?”

Como quem quer dizer:

“Nós sabemos que culpas mais graves ou menos, é terrível e existem em todos os homens. Desta maneira também eu sei que se Vós agirdes só segundo a justiça, ninguém subsistirá diante de Vós – “subsistir” quer dizer continuar a existir -, ninguém se mantém diante de Vós, sai correndo de Vós, porque todo o mundo mais ou menos, no que se poderia chamar a área negra do pecado mortal ou na área menos negra, mas quão fuliginosa, quão lamentável, quão perigosa do pecado venial, uns ou outros estão, Senhor. Se Vós para tantos e tantos homens tendes misericórdia, e os mantendes por aí, e tendes com eles relações de amizade, Senhor, então também a mim, homem eu sou, perdoai-me, eu não mereço, mas a misericórdia é para os que não merecem“.

Os senhores estão vendo como alenta, como dá esperança de ser afinal atendido, de ser afinal reconciliado com Deus essa súplica dá.

[“Mas em Ti se acha a clemência, e por causa da tua lei pus em Ti, Senhor, a minha confiança”]

A lei de Deus é uma lei de justiça, é uma lei de misericórdia, e “é junto a Ti que se acha clemência”. Como quem diz: “clemências, atos de clemência veem-se por aí, mas esses atos de clemências, ó Deus, procedem de Vós, é porque Vós sois a Fonte de toda clemência, o Modelo de toda clemência, Vós sois a Clemência personificada porque em Vós existe essa clemência, ela se difunde como uma gloriosa mancha de azeite por todo o universo. E toda a doçura que aqui, lá ou acolá pode se encontrar nesse universo, vem de Vós, ó Senhor. Se assim é, dai-me um pouco para mim, para mim que preciso tanto, para mim que sou tão culpado, mas que sou vosso filho. Senhor, não renegueis o filho pródigo que vem chorar a vossos pés“…

Acho que é linda a articulação racional do que está dito!

[“A minha alma está confiada na sua palavra; a minha alma esperou no Senhor”]

“A minha alma está confiada na palavra de Deus”, como quem diz:

“Senhor, Vós prometestes, e não é apenas uma esperança de minha parte, deduzida de vossa própria natureza, mas é também uma cobrança que de joelhos eu vos faço: Vós prometestes misericórdia a todo aquele que recorresse a Vós. «Todo» não excetua ninguém, «todo» inclui os piores pecadores desde que eles se arrependam daquilo que fizeram. Senhor, eu choro de dor pelo mal que fiz, aceitai essas lágrimas e enchei-me com vossa misericórdia”.

É muito bonito, e não sei se eu torno claro quanto isto é animador, porque de um lado isto quebra em nós a tendência maldita – e é só mesmo chamando de maldita é que a coisa se entende – de não dar importância ao pecado.

“Pequei, mas Deus perdoa tudo meio automaticamente. Eu já sei que eu daí a pouco me confesso, como se diz em francês “peu ou prou”, pouco mais ou menos, eu terei uma contrição ou uma atrição, pelo menos, o medo do inferno, e a absolvição incidirá sobre essa disposição de alma e atrairá para mim o perdão de Deus. De maneira que não é tão grave, vamos tocando… E até de vez em quando pecando, porque depois eu peço perdão, e eu abuso da misericórdia de Deus. Ele é tão bom!… por que não abusar? Ele é tão bom, Ele é tão santo por que não Lhe meter umas bofetadas? Por que não querer Lhe dar uns pontapés? Por que não querer escarrar nEle se Ele é tão admirável e tão divino?”

Os senhores percebem o vislumbre aí do estado de alma dos que perseguiram a Nosso Senhor, e que preferiram Barrabás a Ele etc, etc. Está nesse diapasão.

Não sei se tornei claro o quanto esse salmo é feito para ser lido, mesmo na sua singeleza, na sua síntese, é feito para ser lido por nós num momento de arrependimento, num momento de tristeza.

Ter esses salmos no bolso e de vez em quando lê-los é um verdadeiro alento para a alma, de vez em quando. E então fica aqui o comentário do penúltimo salmo.

Nós vamos passar agora ao último e encerrar a série de comentários dos salmos.

[“Desde a vigília da manhã até a noite, espere Israel no Senhor”]

Eu devia me lembrar disto. Ele leu e eu me esqueci.

Ele termina de fato dizendo isto, um conselho para todos os homens: Israel é a nação israelita, é a raça israelita, é o povo abençoado e amado de Deus. Então ele diz: “Desde a vigília da manhã até a noite, espere Israel em Deus”.

Quer dizer, a conclusão é: esses raciocínios que eu desenvolvi para meu próprio efeito e a propósito de minha própria situação, são aplicáveis também à minha raça, ao meu país, são aplicáveis a todos os homens, mas sobretudo aplicáveis à nação eleita. “Desde a vigília da manhã…”

Uma ideia, uma nota, uma preocupação de beleza poética não abandona os salmos um instante. Eles são poéticos em tudo, mas poéticos não de uma poesia desta lengalenga que se encontra por aí, mas é uma poesia que tem qualquer coisa de encantador.

Nós podemos imaginar cidades daquele tempo, ainda relativamente pequenas, a maior parte delas, desse tipo de cidade, que é dominada pela vida de campo circunvizinha, em que a pessoa se sente na roça ainda quando esteja na cidade. A cidadezinha dorme. Um pecador chorou a noite inteira, enquanto todos os outros estavam dormindo, ele só não dormia, ele só chorava a respeito de seus próprios pecados. Outros, quiçá, se aproveitassem da própria escuridão da noite para pecar. Ele se aproveitava dela para depois de ter se arrependido de seus pecados, ele se aproveitava dela não para pecar, mas para chorar, para falar com Deus e para implorar a misericórdia divina.

Quando os primeiros raios do sol começam a se fazer notar no horizonte, e as primeiras claridades da manhã começam a entrar pela fresta da porta, por alguma fresta de alguma coisa parecida com janela que eles tinham nas construções deles, desde esse momento que o sol raia, o pranto dele vai tomando uma certa nota de alegria, e assim como a noite cessou e o dia aparece com sua luz, assim também a contrição gerou – se se pudesse dizer que a noite gerou o dia, se poderia dizer que a contrição gerou a alegria e trouxe o perdão. E por causa disso ele tem essas frases finais.

Faz favor.

[“Desde a vigília da manhã até a noite, espere Israel no Senhor”]

Então desde a hora da manhã até a noite, até a hora de dormir em que a luta pela vida acaba e os olhos se fecham e o sono toma conta do homem, desde este começo até o fim o homem espera em Deus. Pode acontecer tudo, podem as coisas mais indesejáveis sobrevir, pode cair sobre um justo a pancadaria que o demônio desencadeou sobre fazendo com que todo o edifício de sua grandeza e de sua felicidade terrena desabasse sobre ele. Ele perdeu tudo – pelo que diz o texto, ele só não perdeu uma mulher rabugenta, que o acompanhou na miséria e apesar da lepra dele ficou com ele junto a um monturo de cacos em que ele se sentava, em que ele fez a cátedra de sua dor.

Essa preocupação da beleza, para fazer sentir melhor o sabor da realidade, essa preocupação não abandona os salmos, e o tempo inteiro os acompanha.

Eu tenho impressão de que nós não temos o hábito de parar para nos deleitar com essas belezas. Mas que coisa errada! Deus faz tanta coisa magnífica, sublime etc., Ele quereria que nós nos parássemos e pensássemos nisso. Mas zero! Nós queremos estar nessa farândola do demônio que é a vida da civilização contemporânea e só isso nos interessa…

O fato é que ele levanta então esse conselho e ele o proclama como um homem experiente e que recebeu a misericórdia de Deus, que teve a experiência da misericórdia de Deus. Deus mandou, ele pediu e Deus mandou. Então ele diz: “vejam comigo, vejam em mim como eu não mereci, mas chorei, pranteei e obtive a misericórdia. Vós todos que andais pelo caminho confiai na misericórdia desde a manhã até a noite e vós obtereis também“.

É o sentido do salmo.

[“Porque no Senhor está a misericórdia, e há nele copiosa redenção”]

“Porque no Senhor está a misericórdia”, quer dizer é em Deus que está a fonte da misericórdia. Isso é uma frase que parece assim solta no ar, ela tem um sentido profundíssimo.

“… e há nEle copiosa redenção”.

Quer dizer, é em Deus que está a misericórdia, o que quer dizer?

A misericórdia é um prolongamento, é um desdobramento, é um efeito do amor que Ele tem aos homens; é porque Ele é misericordioso que há homens misericordiosos sobre a Terra. E os homens concebidos no pecado original, se não houvesse Deus, seriam hienas e chacais uns para os outros.

É só abrir um pouco a janela, ou abrir as folhas de um jornal, que a gente vai vendo cada vez mais frequentes confirmações dessa tese. Quanto mais o mundo vai ficando ateu, mais a humanidade vai ficando uma coleção de hienas e chacais em que os vermes da terra entram por assim dizer no homem para devorá-lo.

Essa doença que dizem que apareceu na Inglaterra é assim. É uma degenerescência de certos estreptococos que há no homem e nessa degenerescência eles apodrecem e corroem de dentro para fora a carne humana e uma gangrena se instala no corpo. É uma coisa simplesmente horrorosa. Mas é porque é o castigo desta série enorme de pecados que desde a manhã até a noite os senhores vão vendo.

[“E Ele mesmo redimirá Israel de todas as suas iniquidades”]

É copiosa a redenção. O que é que é a redenção? Nosso Senhor é nosso Redentor. O quer dizer isto?

Ele expiou por nós, Ele sofreu por nós, e obteve que nosso pecados fossem perdoados, fossem apagados por causa do sofrimento que Ele teve. Então o que está dito aí é que Deus pela Sua misericórdia – é o próprio da misericórdia é que Deus é redentor – é pela Sua misericórdia que Ele por assim dizer limpou os pecados dos homens, e fez copiosamente, largamente.

Como os senhores verão daqui a pouco é um salmo profético.

Qual é o último versículo?

[“E Ele mesmo redimirá Israel de todas as suas iniquidades”]

E o povo de Israel – os senhores estão vendo pelo que está dito aqui – está carregado de iniquidades. Para ele falar de todas as iniquidades de Israel, é porque Israel está carregado de iniquidades. Quantas e quantas vezes a Bíblia nos conta fatos da vida de Israel que nos mostram isso: Israel muitas vezes pecar, muitas vezes está carregada de iniquidades, mas como é copiosa junto a ele a redenção… – “copioso” quer dizer abundante, tem grande quantidade, grande largueza de redenção, Ele redime os pecados dos homens.

É impossível não pensar em Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Redentor, quando o salmo termina assim.

Quer dizer, é um salmo profético, que faz ver mais do que as relações individuais de A, B e C com D, ou mesmo as relações de uma nação com D, a Humanidade inteira precisando de redenção.

Mas há um Redentor que vem, que nasce do sacrário de Maria e vem por obra do Espírito Santo, vem ao meio dos homens e que sofre para os homens, por assim dizer – haverá um como que erro de português na minha expressão, mas é assim – Ele sofre torrentes de sangue, o sangue que cai dEle é como que dor liquefeita, Ele sofre de todos os modos possíveis. Mas a redenção dEle é copiosa, ela cai aos borbotões.

E para provar isto no último lance em que Ele parece cair derrotado, Ele ergue um louro de vitória: o Bom Ladrão está expirando como Ele, os três: o canalha do ladrão mau, o Bom Ladrão, o Santo dos Santos, os três estão na cruz.

O canalha está blasfemando, está falando contra Deus, está falando contra Nosso Senhor porque ele sente que sua vida está acabando e ele não se conforma com o que está sucedendo. Mas o Bom Ladrão do alto da cruz, olhando para o Santo dos Santos, se comparou, percebeu bem exatamente o que era de santidade Aquele que estava ali. Percebeu bem também que, em última análise, ele merecia o inferno, mas que olhando para Aquele – olha a copiosa redenção – ele percebia a graça que vinha, o perdão que baixava sobre ele, e que ele, portanto, alguma coisa tinha a esperar dAquele em que ele estava vendo, no momento, apenas um homem, mas que era um Homem não só extraordinário, mas superior a toda consideração dele.

Certamente, antes de morrer, lhe passou pela cabeça: “não, Ele não é um homem, Ele é um Homem-Deus”. Veio um ato de fé, e aceitando a fé que emanava por assim dizer de Jesus crucificado, de quem é copiosa a redenção, ele deve ter dito a Nosso Senhor que O reconhecia como Deus e que O adorava.

Se ele não disse com palavras, ele pensou e Nosso Senhor, evidentemente, conheceu os pensamentos dele. Falavam mudos, mas falavam porque se entendiam, e porque Deus conhece tudo.

E Nosso Senhor Jesus Cristo, para ele, deu uma promessa que era a confirmação de tudo quanto no interior dele, um homem esmagado como um verme, mas que tinha uma ponta de luz vinda do Céu que baixava sobre ele por obra da misericórdia, esse homem olhava para Nosso Senhor, e Nosso Senhor lhe disse: “hoje estarás comigo no Paraíso”. Quer dizer, ele foi perdoado.

E enquanto Nosso Senhor não morreu, nenhum homem entrou no Paraíso, nem São José. São José, o pai adotivo de Nosso Senhor, o esposo autêntico de Maria Santíssima, nem São José entrou no Paraíso antes de Nosso Senhor morrer. Para esse ladrão, ex miserável, gloriosamente redimido, Nosso Senhor disse: “hoje estarás comigo no Paraíso”.

Havia no limbo pessoas, presumivelmente, esperando há quatro ou cinco mil anos que o Redentor morresse por eles na Cruz, [e eles com certeza rezavam pedindo que viesse logo o dia da Redenção. Nosso Senhor do alto da Cruz parecia morto, completamente sem poder, sem força], já incapaz de fazer qualquer coisa que representasse um passo de progresso na pregação que Ele veio trazer ao mundo.

Ele na hora de morrer – porque pouco depois Ele disse “consummatum est” de sua própria morte – na hora de morrer, Ele mostrou que Ele fazia esse prodígio: pegar um bandido, transformá-lo em Santo, proclamar-lhe a santidade ante os homens, e dizer: “venha comigo!”

É a profecia final… Esta conversão do Bom Ladrão se aloja dentro dos fatos que essa profecia faz ver.

Aí os senhores têm um comentário desse salmo. [aplausos]

PSALMUS 130 (129)

Canticum ascensionum.

De profundis clamavi ad te, Domine;
2 Domine, exaudi vocem meam.
Fiant aures tuae intendentes
in vocem deprecationis meae.
3 Si iniquitates observaveris, Domine,
Domine, quis sustinebit?
4 Quia apud te propitiatio est,
ut timeamus te.
5 Sustinui te, Domine,
sustinuit anima mea in verbo eius;
speravit 6 anima mea in Domino
magis quam custodes auroram.
Magis quam custodes auroram
7 speret Israel in Domino,
quia apud Dominum misericordia,
et copiosa apud eum redemptio.
8 Et ipse redimet Israel
ex omnibus iniquitatibus eius.

Textos cf. Nova Vulgata Bibliorum Sacrorum Editio

disponível no site do Vaticano.

 

Nota: Veja outros comentários do Prof. Plinio a respeito deste mesmo salmo, feitos em “Santo do Dia” de 28 de fevereiro de 1966.

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