Santo do Dia, 14 de janeiro de 1970
A D V E R T Ê N C I A
O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.
Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:
“Católico apostólico romano, o autor deste texto se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.
As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.
Coroação de São Henrique II e Santa Cunegunda por Jesus Cristo, de quem vem todo o poder
[Livro de pericopas de Henrique II, criado entre 1007 e 1012 (fonte: Weinfurter, fig. 10)]
Conceito de santidade
Vamos passar a tratar agora do Santo do Dia. Para explicar a escolha desses santos do dia, queria fazer aos senhores um esclarecimento.
Em geral, as pessoas têm a respeito da santidade uma ideia muito errada, pensam que ela consiste em sorrir, em estar de acordo com tudo e perdoar tudo. Mas não se tem noção do vulto geral e da fisionomia geral da santidade. Isso, em parte, é causado pelas fábricas que produzem imagens e que apresentam sempre os santos com umas carinhas que não se compreende como existiu gente assim.
Homens, por exemplo, com uma carrinha lisinha, um olharzinho assim… Mas quando se analisa atentamente, a realidade é completamente diferente. São santos de uma personalidade extraordinária, que com ela marcaram sua época e, entretanto, são apresentados não sei de que jeito…
Quando estive em Pádua, na Itália, há um certo número de anos, aonde há o famoso santuário de Santo Antônio de Pádua, onde se encontra o corpo do santo, vi uma pintura feita por um quase contemporâneo a ele, aliás um grande pintor chamado Giotto.
Giotto pintou Santo Antônio de acordo, naturalmente, com a tradição dos que foram do tempo do Santo. E é a imagem mais próxima da fisionomia de Santo Antônio que se conhece. É um homem alto, possante, com uma cara severa e com uma atitude hercúlea. Comprei uma fotografia desse quadro que representa Santo Antônio e depois fui à sacristia. Lá vendiam para o povo santinhos representando Santo Antônio: era um rapazolinha, sem barba, coradinho que até parecia que tinha posto carmim e com uma carinha assim de quem diz “eu estou com medo…” 
Quer dizer, apresenta-se o santo sem personalidade, um ente sem arrojo, sem uma das virtudes sem a qual ninguém é santo. O santo é declarado herói nas três virtudes teologais e nas quatro virtudes cardeais. Virtudes teologais: Fé, Esperança, Caridade. Virtudes cardeais: Justiça, Fortaleza, Temperança, Prudência. Uma das virtudes sem a qual ninguém é santo é, portanto, a virtude da fortaleza.
No que consiste a virtude da fortaleza? Trata-se exatamente nas lutas que se trava nesse mundo contra si, contra os inimigos da fé, contra os inimigos da Igreja, ou contra os que injustamente são nossos inimigos, a gente empregar a força necessária para a luta.
Temos que restaurar, aos olhos dos membros da TFP, a verdadeira fisionomia do santo, que inclui exatamente essa coragem. E, por causa disso, escolhemos ontem um admirável modelo de coragem feminino, que era a princesa Elisabeth de França.
Hoje, escolhemos um modelo de coragem masculino, e é de um soberano da Idade Média: Santo Henrique, imperador do Sacro Império Romano Alemão.
Pintura do século XVIII do imperador Henrique II, segurando uma miniatura da catedral de Bamberg, obra sua, e o globo de ouro coroado pela cruz
Dados biográficos:
“Santo Henrique colocou seu exército sob as bênçãos especiais de Deus e valia-se da proteção dos grandes santos preferidos do seu povo. Elegeu – dentre eles – Santo Adriano, oficial mártir, cuja espada se guardava ciosamente como relíquia, desde antigos tempos, em Valbach. Assim armado, organizou um exército para reprimir as invasões bárbaras dos povos do norte, vencendo-os na Polônia e na Boêmia. Quando defrontaram os eslavônios, muito superiores em força, Santo Henrique determinou preces coletivas e a comunhão geral do exército.
“Ao se apresentarem as primeiras tropas para o combate, verificou-se pânico súbito entre os inimigos que, desorganizados fugiam em debandada. Os anjos combateram e derrotaram os eslavônios. Os inimigos se submeteram, ficando Boêmia, Morávia e Polônia tributárias do Sacro Império. Promoveu, a seguir, uma reunião de bispos em Frankfurt, com o objetivo de fomentar a disciplina eclesiástica nos seus estados. Por duas vezes teve que subjugar os lombardos, que ameaçavam os Estados Pontifícios. Na primeira vez, após submetê-los, foi coroado, em Pavia, rei da Lombardia, cingindo a célebre coroa de ferro desse reino.
“Numa segunda vez, sua atuação foi além da pacificação dos lombardos, pois graves problemas afligiam a Igreja, ou seja, o antipapa Gregório movia disputa contra o legítimo papa Bento VIII. Por esses dias, do ano de 1014, em plena Idade Média portanto, recebeu ele e a imperatriz uma das maiores homenagens de suas vidas: visitando o papa, foram solenemente coroados imperadores dos romanos. O pontífice presenteou o santo com um globo de ouro cravejado de pérolas, encimado de uma cruz, emblema de dignidade imperial. O monarca, dignificado por tantas honras e para perpetuar a lembrança dessas homenagens, transferiu o globo e a coroa às mãos de Santo Odilon para dotar o célebre mosteiro de Cluny, do qual Santo Odilon era abade.
“Outra oportunidade teve ainda o monarca para concorrer para o bem da cristandade. Aproximou-se de Estevão, rei da Hungria, príncipe ainda pagão e que carecia vir com seu povo ao grêmio das nações cristãs. Santo Henrique ofereceu-lhe aliança e sua piedosa irmã, Gisela, por esposa. Ganhou ele em Santo Estevão, cuja conversão foi maravilhosa, um grande rei para a Igreja e um santo para o Céu.
“Teve que empenhar-se novamente em campanhas na Itália. Enquanto consolidava os estados no interior e assegurava a paz com os vizinhos de leste, os lombardos, associados aos gregos e normandos, assolavam as províncias da Itália. O monarca preparou-se para castigá-los. Derrotou-os em várias batalhas, repeliu a uns e a outros e subjugou também a Lombardia. Reintegrou a Igreja na posse das terras invadidas, ocupou Nápoles, Salerno e Benevento e restabeleceu a paz na península.
“Ao voltar para a Alemanha, teve com Ricardo o Bom, rei dos franceses, a célebre entrevista do rio Mosa [em 1023] na qual se entenderam amistosamente os dois príncipes acerca dos grandes problemas cristãos e políticos da Europa. Dispunha o cerimonial que o encontro se desse no meio do rio, cada um em seus barcos. Santo Henrique, em atenção às virtudes do príncipe francês, resolveu quebrar os rigores do protocolo, atravessou o Mosa com seu séquito e foi saudar o rei da França na margem oposta”.
Santo Henrique II foi coroado com a Coroa Férrea, que se encontra atualmente na catedral de Monza (Itália). Nela está incrustado um dos pregos com que crucificaram Nosso Senhor
A ficha é um pouco longa, porque a vida desse santo é tão cheia de atos memoráveis, que dela não se poderia ter ideia sem que vários elementos de sua biografia não fossem mencionados. Para compreendermos bem o conjunto desses fatos, é preciso situá-los em seu contexto histórico. Estamos em plena Idade Média, no ano de 1014.
Como os senhores sabem, a Idade Média se iniciou com a queda do Império Romano do Ocidente. O Império Romano foi invadido por uma quantidade incalculável de bárbaros – era um império podre de fermentos que ainda restavam do paganismo –, mas bárbaros selvagens que se estabeleceram no território do Império e sujeitaram sob seu domínio os romanos.
De maneira tal que, aos poucos, toda a antiga população romana foi caindo na barbárie também. Então, as estradas não tinham mais quem as cuidasse; as cidades, os aquedutos que levavam água às cidades se rompiam; as cidades afundavam na sujeira; os palácios eram habitados por bárbaros selvagens, se degradavam completamente; as obras de arte eram quebradas na rua. Tudo aquilo que pudesse representar civilização e cultura era miseravelmente liquidado. Nessa situação, a Europa caiu, inclusive, no analfabetismo e nos costumes mais brutais que se possa imaginar. Levou séculos a recondução da Europa ao estado de civilização.
Os europeus levaram anos crescendo aos poucos, sob o bafejo da Igreja, que era a única organização que continuou a existir depois que tudo se dissolveu. Esses bárbaros se converteram e paulatinamente, sob a influência da Igreja, foram progredindo mais ou menos como uma tribo de índio, que é completamente selvagem, mas aonde chega um missionário. Então, porque este prega o Catecismo, aos poucos, através das gerações, os índios vão se civilizando, adquirido cultura. Assim também foi feito com os povos europeus. E no ano 1000, a civilização já estava bastante adiantada no que diz respeito ao estado originário dos bárbaros, se bem que ela estivesse ainda muito abaixo do que ela estaria duzentos ou trezentos anos depois.
Quer dizer, estamos numa situação então semibárbara. O pior é que uns povos, dentro da Europa, eram mais civilizados do que outros. Alguns já tinham alguma civilização, enquanto outros eram ainda literalmente selvagens. E havia, portanto, dentro do continente europeu, ilhas de cristandade, ilhas de civilização católica incipiente no meio de conglomerados de povos que sendo bárbaros pagãos, estavam sempre atacando, sempre indo e vindo lutando, de maneira que para os católicos era uma vida dificílima se manterem contra tantos adversários de todos os lados.
Precisamente um dos povos que mais cedo se converteram foi o povo germânico, que ocupava mais ou menos o território ocupado hoje pela Alemanha, pela Áustria, por uma parte da Checoslováquia e da Suíça. Esses povos se civilizaram e constituíram uma entidade política chamada o Sacro Império Romano Alemão. Chamado Império porque pela sua vastidão deveria conter todos os povos da terra. Não porque devesse dominar os povos da terra, mas era uma federação de povos livres, liderados, não governados, por um chefe temporal, por um chefe político comum, eleito pelos Chefes de Estado, e que era o imperador do Sacro Império Romano Alemão. Era Império então porque era a liga de todos os povos cristãos contra a barbárie. E como essa liga abrangia uma extensão grande de território, chamavam isso Império.
Era Romano porque era uma reminiscência do antigo Império romano que tinha abrangido toda a terra.
Era Alemão porque o núcleo que constituía esse império, as nações que mais serviam de base a esse império eram as nações alemãs.
Era Sacro porque a finalidade principal era defender a religião católica contra a agressão dos pagãos.
Os senhores veem aí um imperador que é eleito Imperador do Sacro Império Romano Alemão. E é um santo na força do termo. Mas é um santo colocado numa situação em que nem sempre as hagiografias, as vidas dos santos conhecidas assim pelo povo, mostram os santos.
Ele estava colocado à testa de todas as organizações políticas da Europa de seu tempo, o homem, portanto, mais poderoso da Europa de seu tempo. Mas era, ao mesmo tempo, o homem que tinha obrigação de ser o melhor político, o melhor guerreiro e o melhor filho da Igreja. Porque ele era por excelência o filho da Santa Igreja.
Era quem devia proteger a Igreja nas suas necessidades contra a barbárie. Ele, como acontece sempre com os santos, desempenhou magnificamente suas funções. E a ficha biográfica nos mostra isso. Tinha, para os lados da Rússia, povos bárbaros que agrediam continuamente seu povo. Então armou-se de força, constituiu um exército e atacou esses povos. E conduziu contra eles várias guerras. Mas se portava como um herói católico, um herói que tem espírito de fé e que sabe que não lhe basta lutar com suas forças humanas e naturais, mas precisa lutar com recursos sobrenaturais. Nessas condições, pedia a Deus que lhe desse a força necessária para vencer.
Então, Deus, para lhe mostrar, em certa ocasião, quanto essas orações eram gratas, fez um verdadeiro milagre: no momento em que as tropas dos eslavônios, mais numerosas do que as dele, estavam prontas para um combate que, talvez, fosse para os alemães católicos, uma derrota; quando as tropas estavam postas frente a frente – a técnica de batalha medieval era profundamente diferente da nossa, a batalha tinha qualquer coisa de grandioso e de teatral – antes de começar, os dois exércitos se punham de pé; no exército católico se rezava antes Missa.
Depois, então, das fileiras de cada exército – eram muito menores do que os de hoje, porque a população do mundo era muito menor; de três, quatro, cinco mil homens – saía um que era o arauto do exército e cantando improvisado, explicava para todos os seus e para os outros porque seu país tinha entrado em guerra com aquele outro que estava lá. Todo mundo ouvia. Depois que ele acabava de cantar, saía outro e dava a réplica. Quando a canção de lado a lado tinha aquecido os ânimos, então os cantores se misturavam com os combatentes e começava a luta. E era um combate individual.
Não era essa luta anônima de hoje, de trincheira para trincheira, mas de corpo a corpo, porque as armas de fogo não existiam, de maneira que era um agarra-agarra de cada um contra cada um, em que a luta era tremenda. Os cavaleiros cortavam as cabeças de uns e de outros, os que combatiam a pé procuravam puxar o cavaleiro pela perna para ver se caía, porque o cavaleiro com todo aquele peso daquele armamento, se caísse ficava inutilizado; procuravam matar o cavalo… saía de tudo. No fim, vencia quem vencesse.
Quando a batalha de Santo Henrique tem início, de repente se vê que o partido oposto foge. Eram os Anjos do Céu que tinham aparecido e que incutiram terror ao adversário. Era um modo de Deus dar a entender que protegia tanto a oração, que uma vez até dispensou os seus heróis do combate.
Com isso aconteceu que a pressão pagã que vinha da Rússia ficou quebrada. E uma das garras do paganismo contra os católicos ficou liquidada. Mas havia outra garra, e era a nação dos lombardos. Estes tinham sua capital na cidade de Milão, hoje na Itália, e formavam um reino de hereges. Não eram propriamente pagãos, mas hereges, inimigos da fé católica. Eram arianos. E atacavam muito o Papa que era o senhor, o soberano de Roma, que fica entre o centro-sul da Itália.
Então, Santo Henrique foi à Lombardia, atacou os lombardos, quebrou-lhes o poder e desceu para visitar o Papa. Foi nessa ocasião que o Sumo Pontífice o corou e à sua esposa, como imperador do Sacro Império Romano Alemão. Quer dizer, numa cerimônia realizada com grande esplendor, deu-lhe de presente uma esfera de ouro que representava o poder sobre toda a terra – cravejada de pérolas. Mas Santo Henrique, para provar o seu amor à Igreja, não ficou com o tesouro: havia ali um santo abade, venerado por toda a Cristandade: Santo Odilon, abade de Cluny. Santo Henrique imediatamente pegou a dádiva preciosa e deu a esse abade, que era o chefe da maior Ordem religiosa da Europa naquele tempo.
Depois Santo Henrique voltou para a Alemanha. De passagem, deu nova derrota aos lombardos, cujo poder quebrou definitivamente. E os senhores vão ver nesse homem, que era um tão grande batalhador, mostrar-se político.
Havia na Hungria um rei pagão. Mas este, apesar de pagão, era famoso pela virtude de que dava prova. E Santo Henrique compreendeu que essa virtude só podia atrair esse rei para a religião católica. Então, em vez de ele atacá-lo, mandou pedir-lhe uma entrevista e teve a ideia de dar em casamento para o rei, a sua irmã, Gisela, que era de grande formosura e muito virtuosa.
O rei da Hungria, chamado Estevão, aceitou Gisela. E esta cumpriu a missão que tinha de converter o rei. E o fez tão bem que ele se tornou um santo da Igreja Católica, que converteu toda a Hungria, que a partir desse momento passou a ser definitivamente uma nação católica. Assim, Santo Henrique, por uma manobra diplomática inteligente e muito bem entendida, estendeu os limites da Cristandade até além do Danúbio, ao mesmo tempo conquistando um amigo no lugar onde anteriormente tinha um inimigo.
Os senhores veem, portanto, a esplendida manobra política, junto com o ato de apostolado que ele realizou. De outro lado, os senhores sabem que havia uma rivalidade secular que, em linhas gerais mais ou menos ainda existe em nossos dias, entre alemães e franceses. Povos diferentes, com índoles diferentes, temperamentos diferentes, com questões de fronteira complicadas a resolver, houve sempre problemas difíceis entre alemães e franceses. Mas a França era governada nesse tempo por um muito bom rei e o Sacro Império Romano Alemão governado por um bom imperador, por um santo. Resultado: um acordo entre eles não foi difícil. O imperador Santo Henrique, muito bom diplomata, quis ter um encontro com esse rei para ajustarem todos os problemas políticos da Europa, porque os dois principais países naquele tempo, na Europa cristã, eram a Alemanha e a França.
Então, foram encontrar-se junto ao rio Mosa. E o protocolo mandava que como eram dois soberanos importantes, nenhum fosse à terra do outro; porque quem assim procedesse por assim dizer prestava homenagem à importância do outro. E para o protocolo do tempo deveria ser feito um encontro no meio do rio, em duas barcas. É um rio de curso de água tranquilo, aonde esse encontro comodamente se podia fazer. Preparou-se a barca do imperador, como preparou-se a do rei da França.
O imperador, que era mais importante do que o rei da França, embora este fosse muito importante também, o imperador podia pretender que o rei fosse ao seu território. Mas como homem cheio de espírito católico, como homem muito diplomacia, Santo Henrique fez o contrário: quando entrou na barca, ele preparou uma surpresa para o rei da França: atravessou o rio e desembarcou na França…
Quer dizer, quem era mais foi prestar uma homenagem a quem era menos, fazendo sentir, por sua atitude cordial, que estava tomado de boas disposições, de boas intenções. De fato, então realizaram-se conversações muito cordiais que concorreram para a paz dos dois países e para regular todos os problemas da Europa naquele tempo.
Depois de prestados todos esses serviços, Santo Henrique morreu na paz de Deus. Um grande católico, um grande santo; que sendo rei, por ser católico, foi um grande rei, ou seja, um grande militar, um grande guerreiro, um grande diplomata, um grande político. Morreu aureolado com toda espécie de êxitos e de sucessos. Essa é a história de Santo Henrique. Com isso estaria terminado o Santo do Dia.