À procura de almas com alma

 

 

Excertos do pensamento de

 

Plinio Corrêa de Oliveira

 

recolhidos por Leo Daniele

 

SEGUNDA SÉRIE

 

 

Edições Brasil de Amanhã

São Paulo, 1998

 

 

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VI

 

No mirante

 

 

 

O Sr. Visconde na barca

 

O Visconde de Taunay1 faz uma narração pitoresca de uma travessia de barca do Rio de Janeiro a Niterói. Sabem qual foi  seu passatempo durante a viagem? Teria ele percorrido o panorama? Não, nem um pouco.

Ele sabia que o homem é mais interessante do que qualquer panorama, e que mais vale um  ROSTO do que um morro.

Dentro daquela barca, que naquele tempo andava cheia, passou todo o tempo a olhar as pessoas estudando a inteligência de Deus, que com poucos traços fez tantos rostos diferentes.

O Visconde de Taunay se comprazia em admirar o homem e, no homem, a variedade. Hoje podem passar milhares de turistas pela Guanabara, e nenhum pensa nisso.

Ao ver pessoas, não pensam em sua variedade, porque o homem igualitário de nossos dias tem complexo contra a variedade, e não foi habituado a apreciá-la; não consegue vê-la como riqueza, como valor. Só consegue ver valor na uniformidade.

As almas são ainda muito mais desiguais do que os corpos, e o são profundamente.

Como é interessante admirar-se a desigualdade das almas!

 

 

Conhecer as psicologias, ler as fisionomias

 

É  preciso compreender que as almas são a única coisa que verdadeiramente vale no mundo.

 

O último e mais altosentido do belo não vem a ser outra coisa senão uma analogia com a virtude e uma expressão de certo estado do espírito humano.

A fisionomia é a alma enquanto refletida no corpo. Se não tivermos o espírito aberto para esse amor às almas, para essa sede das al­mas (a palavra amor  está tão profanada, que eu prefiro a expressão sede das almas — ela exprime o amor no que este tem de mais atuante), passaremos pela vida como cegos, não veremos nada e não viveremos.

Considero uma pessoa incapaz de conhecer fisionomias, tão digna de comiseração como por exemplo um cego, porque essa pessoa é cega para a mais alta forma de realidades.

O conhecimento das fisionomias é a mais alta forma de cognição que o homem pode ter na Terra.

 

 

Ponderado como Turenne, fulminante como Condé

 

Tomemos, por exemplo, dois  tipos de almas: Condé e Turenne2.

Turenne era um general que fazia seus planos e, com muito vagar, muito critério, os aplicava.

Condé era o general fulminante, que por assim dizer não fazia plano algum. Ele tinha um imenso nariz, de ave de rapina, que dava para farejar tudo; chegando ao campo de batalha, cheirava um pouco e decidia o que ia fazer. Isto deliciava seus contemporâneos.

A diferença entre Turenne e Conde foi  por eles comentada de todos os  modos.

Hoje em dia ouviu alguém comentar, por exemplo,  a diferença entre Montgomery3 e Eisenhower4? Ganharam batalhas, e é só o que se sabe. Nem mesmo passou pela cabeça de alguém saber como seria a alma de um e de outro.

 

 

Os românticos

 

O modo romântico de considerar a amizade se funda no  prazer da afinidade.

O romântico sente necessidade de um contato de alma, quer para se completar, quer para sentir afinidade.

O romântico, sobretudo latino, não se contenta com  metafísica*, mas procura a amizade, e muitas vezes a boemia.

O país que mais romantizou a amizade foi a Alemanha.

Um exemplo foram aquelas marchas cerradas de alemães que vão para a morte, fazendo “Parademarsch"5 . A metralha vai dizimando, e eles continuam a andar.

Morrem numa espécie de ebriedade de se sentirem juntos; de, juntos, caminharem para a morte; e de terem superado, por esta forma, até esse extremo, o abismo que separa uma alma da outra.

Outra cena característica — para brasileiros, incompreensível — é a de dois alemães tomando chopp.

Estão conversando sobre um tema qualquer, um negócio, ou sobre um músico predileto, e chegam a um acordo sobre o músico, sobre um partido político ou um filósofo.

Quando chegam a uma conclusão e caem em acordo, levantam o chopp, batem os canecos. Tomam, e ficam um pouco quietos, gozando a sublimidade do momento a que chegaram.

É o deleite de sentirem a semelhança de um com o outro.

 

 

O mal do sentimentalismo

 

O mal do sentimentalismo está em julgar que a plenitude divina que se deve procurar, mora em outra pessoa, e só nela.

Essa plenitude divina, ela deveria procurar de outra maneira, em Nosso Senhor Jesus Cristo.

O romântico transfere para uma pessoa determinada a saudades de Deus que deveria ter.

O sentimentalismo é eminentemente isolacionista: duas pessoas sós, em lugar afastado, contemplando-se um ao outro, e ignorando tudo em torno.

Uma alma verdadeiramente católica e verdadeiramente aberta não é dada a formar balainhos de relações.

A Causa católica, no fundo, consiste em procurar que todas as almas estejam em consonância com aquele Divino Arquétipo*, que sirvo como vassalo, e cuja irradiação sobre todos os outros, que também são vassalos dEle, eu desejo simplesmente porque sou vassalo.

 

 

No ambiente dos Buissonnets

 

Onde se sente uma forma assim de convívio de alma muito elevado, no ambiente do romantismo, mas sem seus defeitos, é nos Buissonnets de Santa Teresinha do Menino Jesus6.

Quando se vai aos Buissonnets, sente-se aquele ambiente da “História de uma Alma”.

É uma coisa curiosa mas, para mim, os Buissonnets falaram menos de Santa Teresinha diretamente, do que dela vista em seu pai7.

A grande presença ali é de Monsieur Martin, o que se compreende, aliás, sendo ele o dono da casa.

O que estava embebido de notas  religiosas na família de Santa Teresinha, na família romântica apresentava-se com notas de puro afeto humano.

 

 

Às margens do Reno

 

O  alemão do sul, que é um tanto influenciado pela atmosfera latina, se embriaga em cervejaria, cantando. Mas um prussiano, não: vai sozinho para uma floresta, senta-se debaixo de um pinheiro e bebe — isso no meio de elaborações metafísicas*, porque o alemão jamais deixa a metafísica*.

Existe a lenda da Lorelei. Uma mulher muito bonita, sentada no alto de um rochedo às margens do rio, penteando os cabelos dourados com um pente dourado, e cantando.

É uma mulher malfazeja, uma virgem malvada, porque os pescadores do Reno, quando a noite começa a baixar, e o Reno co­meça a correr no silêncio, sozinho — vê-se o wagneriano da cena —  ouvem-na cantando uma melodia sedutora, acariciante e ondulada como as ondas do rio.

Atraídos,  fazem os barcos rumar em sua direção, batem em pedras e morrem.

A Lorelei, malvada, fica feliz.

E o Reno continua a correr.

Vê-se que esse tipo humano gosta de meditar  num princípio eterno, metafísico*, da maldade humana e em coisas do gênero.

Mas é coisa a ser feita sozinho, sem companhia, deixando de lado o instinto de sociabilidade.

 

 

Uma visão wagneriana

 

É  censurável ou não o homem que pensa no Reno a correr sozinho durante a noite, em todos os mistérios, em tudo aquilo que pode simbolizar um rio caudaloso e profundo que, sem ser olhado por ninguém, flui nas trevas?

Eu aplaudo, acho que é um modo elevado, um modo nobre de ver as coisas, e esse  é um dos mil lados por onde eu gosto da cultura alemã.

Um alemão se coloca, por exemplo, no litoral do Báltico, vendo uns pinheirais nativos da região litorânea, descendo em encosta até a água, que ferve gélida junto a algumas pedras. No silêncio vazio da natureza, ele se extasia com a poesia da hecatombe, com finais wagnerianos, trágicos. Isto é ou não é um modo elevado de ver as coisas?  Ou Beethoven musicando a tempestade? Ou Wagner, que tem mais categoria do que o anterior — como "pensador", senão como músico?

Afinal de contas, é um modo de ver como todas essas coisas são símbolos de realidades de caráter metafísico* superior.

No Reno que corre à noite, caudaloso, pode observar-se uma ordem natural das coisas, válida e independente do juízo que dela os homens  possam fazer.

Pode considerar-se que o Reno não existiria desse modo, se não houvesse um espectador com E maiúsculo, que o vê e para o qual ele corre.

Em outras palavras, se não houvesse um Autor que o tivesse feito.

É uma coisa evidente: algo fala de Deus.

Dentro dessa posição metafísica*  ou wagneriana — se quiséssemos rotulá-la assim — o homem pode tomar uma atitude ordenada e outra desordenada, como pode fazê-lo diante de tudo.  Em face de tudo há uma ordem e uma desordem.  Trata-se então de perguntar como é uma e outra posição.

 

 

Bebendo a si próprio

 

A posição desordenada consistiria em dizer: — "Eu captei, eu percebi o mistério desse Reno que corre durante a noite; notei o mistério desses pinheirais; percebi a beleza disto.  Como minha alma se sente grande ao considerar esse mistério! Como eu subo e cresço, desenvolvendo-me na meditação disso! Como é um manjar superior para meu espírito!  E como me enlevo com a grandeza que adquiri assim! Como me inebrio com essa grandeza, como me torno radioso com a grandeza que adquiri!"

O termo final da meditação defectiva não é o Reno, nem é Deus que criou o Reno, e é o Divino Espectador, diante do qual o Reno corre, mas é a própria pessoa.

Essa posição leva o homem a fechar-se. Ele pensa o seguinte:

— "Oh, outros homens estultos!  Passo  desconhecido por este mundo, mas não comunico a vocês o oceano que levo dentro de mim.  Eu vi, eu sei. Dentro do meu espírito habitam esses valores que vocês, ricaços vulgares ou plebe ignara, são incapazes de compreender".

"Quando  a orquestra toca Wagner, olho com piedade para todos os outros, porque só eu o compreendi".

"Na minha alma há um santuário interior, no qual esses valores repercutem.  E nesse santuário há um  ídolo. Esse ídolo sou  Eu.  Eu me adoro, tendo captado  isso".

Não há sede das almas, nem sede de Deus.  "Eu me dessedento em mim.  Eu me bebo!" — é uma coisa monstruosa, mas "eu me nutro de mim".

É como uma pessoa que começasse a comer seus próprios dedos e seus próprios braços.  "Eu não preciso de nada, nem de ninguém, o termo final de minha meditação sou eu".

 

 

Os indiferentes

 

O instinto de sociabilidade, depois de ter passado  por  um processo de degradação, de hipertrofia,  com o  romantismo, transformou-se em nossos dias num mero gregarismo.

Há pessoas cuja vida se passa pouco mais ou menos indiferente às  outras almas. Buscam apenas utilidades, que podem ser, naturalmente, de diversas formas: saúde, conforto, prestígio, popularidade.

Não têm a menor  necessidade, nem de semelhanças, nem de dissemelhanças. São fechadas em si, como numa torre, e não se incomodam em ter convívio com outros, quer semelhantes, quer dissemelhantes.

 

 

Bebendo utilidades

 

A indiferença é uma maneira de ser mais vil que o sentimentalismo, porque é uma pura forma de utilitarismo do corpo e, enquanto diz respeito ao corpo, é evidentemente mais baixo do que o que diz respeito à alma, não deixando o romantismo de ser tam­bém errado8.

O desejo de ser adorado por outrem ainda representa uma forma menos vil de egoísmo do que o egoísmo puramente utilitário. O egoísta utilitário parece dizer:

— "Eu tenho tudo o que quero, estou bem equipado. Portanto, não preciso de mais nada, nem de ninguém".

 

 

Calvino, o auto-suficiente

 

Calvino9, por exemplo,  era um homem que poderia passar dez mil anos sozinho. Para ele, nem o aplauso alheio era  coisa muito importante. O fundamental era   aplaudir-se  a si  próprio.

No calvinismo há uma espécie de auto-suficiência mórbida, doentia, que quebra os vínculos  das almas entre si. É desnecessário lembrar a diferença desse espírito com o do monge...

 

 

O  tipo  standardizado”, aquele que  não  pensa

 

Certo tipo moderno atinge o extremo da indiferença, porque somente busca a pura utilidade material.

Sozinho ou em companhia ele não pensa.

Quando procura companhia, realmente é para fugir de um pouco de alma que possa aparecer nele, e afogar-se no barulho.

O tecnolatra não pensa em nada, nem sozinho nem junto com outros. É-lhe indiferente estar isolado ou em companhia.

 

 

Os que se embebedam sozinhos...

 

Há certo tipo de inglês ou escocês que tem um procedimento para nós, latinos,  inconcebível. Aos domingos, compra garrafas de whisky para se embebedar, tranca­-se no quarto e passa o dia bebendo.  Depois, dorme. Na Segunda-feira, tendo já "cozinhado" a bebedeira, sai.

Para os vizinhos, é um senhor muito respeitável, que passou todo o Domingo no seu quarto.  De fato, passou bêbado, cantou, caiu, quase morreu. Mas Segunda-feira, pontualmente, a bebedeira está reabsorvida e ele vai para o emprego, apenas com o nariz um pouco vermelho: é o respeitável Mister X. Ele não precisou de companhia.

Para os latinos, embebedar-se sozinho não acontece.  Para todos os povos onde a proporção de sangue anglo-saxão é muito pequena, isso não sucede, é inconcebível.

Nunca ouvi falar de um brasileiro que se tranca no quarto e se embebeda sozinho; acho que ele nem admite essa possibilidade. Talvez isso pudesse acontecer se ele fosse um prisioneiro: não podendo sair, poderia embebedar-se sozinho.

Mesmo neste caso, seria capaz de fazer um ato de heroísmo para ter companhia; escavar um túnel para alcançar o vizinho de cela, para passar a metade da bebida afim de se embriagarem juntos. Pois não compreende o prazer de uma pura degustação material sozinho.

 

 

A família-cooperativa

 

Há outros modos de ser, antigos e modernos, que mostram que se vai descambando do utilitarismo espiritual para o utilitarismo material. 

Antigamente, por exemplo, a vida familiar era tal, que o convívio de alma era coisa muito intensa, e passava até por ser a principal finalidade da vida de família.

Hoje, esse convívio vem se tornando cada vez  menos estreito entre parentes. Pelo contrário, a permuta de vantagens práticas vai sendo cada vez mais básica nas relações entre eles. Quer dizer, a família vai refluindo do espírito para a matéria.

 

 

A chave do problema

 

Qual é a posição ordenada? — A que consiste na abnegação.

Diante de tudo que é belo e grande, deve haver um primeiro movimento de enlevo.  E depois do conhecimento, uma veneração.

— "Que coisa enorme!  Como, por detrás disso, há um Deus, único e verdadeiro, do qual isso não é senão um símbolo e uma manifestação, insuficiente e contingente, como todo símbolo e toda manifestação! Como em Deus isso existe, mas de um modo incriado, e de um modo que eu nem posso imaginar como é! Como venero esse Deus que é assim!"

Não é só admiração e respeito, mas também ternura e amor.

— "Como Ele é superior a mim!  Como é adorável amar alguém tão superior, que me ajuda a sair de dentro de minha própria charneca10, de minha miséria, de minha contingência, para amá-Lo desinteressadamente, apenas porque Ele é Ele, sem mais nada, sem outra consideração".

É certo que, nessa posição desinteressada, encontro a satisfação de tudo o que a minha alma precisa.  Acho a divina afinidade comigo mesmo, e encontro também a divina dissemelhança em relação a mim.

Urge reconhecer as sublimidades e excelsitudes de Deus, por cima e como fim do caminho de todas as sublimidades e excelsitudes que podem ser consideradas.

 

 

A admiração leva ao amor

 

É  preciso começar por mostrar Deus enquanto admirável, para depois mostrá-Lo enquanto amável, porque de fato não se ama inteiramente senão aquilo que se admirou inteiramente. O primeiro elemento do amor é a admiração.

O mandamento "amar a Deus sobre todas as coisas"  inclui  "admirar a Deus sobre todas as coisas" .

 

 

A sede das almas

 

Por mais bonita que seja a natureza, todas as suas belezas são menos belas do que a alma humana.

O homem, considerado em si, como um ser que pensa, que é capaz de pensar e de querer, e de tomar atitude própria perante as coisas, vale incomensuravelmente mais do que as coisas perante as quais esse ser toma posição.

Quer dizer, vale mais Wagner — em relação a quem, aliás, tenho restrições —­ musicando o Reno, do que o próprio Reno.

É uma questão de afinidade, que é invencível, que tem suas raízes na própria metafísica: aquilo que toca aos seres da minha mesma natureza, toca a mim mesmo — não por egoísmo, mas por conaturalidade.

 

 

A vibração dos cristais

 

Se se bate num cristal e se obtém um som, os outros cristais capazes de emitir a mesma nota também vibram. É o fenômeno da consonância, que supõe a conaturalidade, a participação numa mesma natureza.

Por análoga razão, quando tenho o "sensus animarum"11 e, através dele, subo até Deus, depois da vontade de me unir a Ele nada desejo mais  do que serem as outras almas também possuídas por Ele. Serem, por assim dizer, "deiformes".

Compreendo, a bem dizer na minha própria natureza, como é horrível que aquela alma não seja segundo Deus.  Compreendo a injúria que há nisso.  Por esse amor em relação a Deus, atuando e movimentando minha conaturalidade com os outros homens, tenho a sede das almas.

 

 

O que é o senso psicológico

 

Tornamo-nos psicólogos — às vezes com o auxílio da graça — quando somos  tão exigentes  em ter uma imagem bem precisa de como é Deus, em  ter uma idéia tão exigente do que é a conformidade com Deus, e tão intransigente em relação à desconformidade com Deus, que passamos a sentir essas características  nos outros. Daí vem o senso psicológico e o amor às almas.

Tomemos o exemplo de um músico ouvindo um coral.  Se é bom músico, percebe imediatamente quando a nota está errada.  Um de nós, por exemplo, pode ouvir e não perceber. — Por quê? — Porque os valores da música estão de tal maneira presentes em seu espírito, ele detesta de tal maneira a cacofonia, que se torna perspicaz, à força de conaturalidade, de amor e de execração. Isto se transpõe para o amor de Deus.

O senso psicológico não é outra coisa senão notar a harmonia ou a cacofonia da relação das almas entre si.

São João Bosco tinha por divisa: “Da mihi animas, coetera tolle  Dai-me as almas, e tirai-me todo o resto”.  Não devemos nos incomodar com o resto, e pedir as almas. Pedir para Deus, não para nós12.

 

 

NOTAS

 

1. Alfredo d'Escragnolle Taunay (1843-1899), Viconde do mesmo nome, militar e escritor, é o autor da "Retirada da Laguna". Fez parte da Academia Brasileira de Letras.

 

2. Turenne(1611-1675) e Condé (1621-1686), ambos homens de guerra dos mais ilustres da História francesa e do mundo, encarnavam dois modos de lutar: o primeiro era refletido, metódico e persistente, enquanto o Grand Condé tudo avassalava pelo ímpeto e pelo golpe de vista instantâneo. Deste, disse Bossuet que "trazia a vitória nos olhos".

 

3. Montgomery comandou, na II Guerra Mundial, o VIII Exército inglês, tendo vencido Rommel na batalha de El-Alamein em 23-10-1942.

 

4. Dwight D. Eisenhower (1890-1969), general durante a Segunda Guerra Mundial, foi Presidente dos Estados Unidos de 1953 a 1961.

 

5. Parademarsch: do alemão. Desfile militar.

 

6. Os Buissonnets eram a moradia da família de Santa Teresa do Menino Jesus (Santa Teresinha, 1873-1897), em Lisieux.

 

7. Louis Martin, pai de Santa Teresinha, casado com Zélie Guérin.

 

8. O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira gostava de citar o dito de um francês, segundo o qual o sentimentalismo é como um egoísmo a dois.

 

9. João Calvino (1509-1564) fundou o ramo do Protestantismo mais famoso por seu rigorismo estreito e frio.

 

10. Charneca: terreno árido e inculto, em que só crescem plantas rasteiras e silvestres (Silveira Bueno). O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira não raro utilizava palavras pouco usuais, apenas pelo sugestivo de sua sonoridade. É o que se vê aqui com a palavra charneca, que carrega consigo as conotações desagradáveis de algo baixo, plano e coberto por uma vegetação inóspita.

 

11. Sensus animarum: do latim. Senso, compreensão das almas.

 

12. Os pensamentos que compõem este "Panorama" foram extraídos de duas conferências pronunciadas por Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em maio de 1968, a que ele deu o título de "A sede de almas". Foram publicadas na "Circular aos sócios e militantes", ano VII, no  5/6, de 13 de maio de 1972.