Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Galeria do Palácio de Schönbrunn


Requinte e sacrifício na vida de corte junto aos imperadores da Áustria

 

 

Catolicismo, N° 793, Janeiro 2017 (*)

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Nesta galeria do Palácio de Schönbrunn, em Viena, percebe-se o esplendor do estilo Ancien Régime. Ela colhe alguma inspiração na famosa Galeria dos Espelhos do castelo de Versailles.

Ao longo da galeria, frente a frente, janelas e espelhos multiplicam as luzes. O teto é ilustrado com quadros de grandes pintores.

Os lustres delicados têm solenidade e dignidade. Nota-se o caráter festivo da galeria, que é dado pela mistura de duas cores extremamente luminosas: o dourado e o branco. As luzes também são distribuídas por arandelas, de modo que durante o dia a galeria fica muito luminosa e à noite ela resplandece com mil fogos.

O que se realizava nessa galeria? Não era apenas um local de passagem, mas também do que se poderia chamar “sala dos passos perdidos”. Ou seja, pessoas da Corte que tivessem de tratar algum assunto, sobretudo no inverno europeu muito frio, andavam de um lado para outro muito à vontade, comodamente, de modo confortável. Assim, se via grande número de pessoas — numa espécie de ponto de encontro — conversando enquanto andavam, ou sentadas em banquetas, dispostas ao longo de toda a galeria.

Mas também nessas galerias realizavam-se festas esplêndidas e bailes com minuetos. Nelas, às vezes, ocorriam recepções de embaixadores. Então podemos imaginar um tecido riquíssimo preso à parede, tendo em frente os tronos do Imperador e da Imperatriz. Presentes, junto aos tronos, pessoas do corpo diplomático, ministros, altos dignitários do Estado, da nobreza, pessoas da alta sociedade de Viena.

Nesse contexto, podemos também imaginar entrarem na galeria moças que iriam começar a frequentar a Corte ou senhoras recém-casadas que, embora já fossem conhecidas, apresentavam-se mais uma vez na condição de esposa de tal nobre. Assim, era preciso entrar caminhando de movo amável e risonho desde o fundo da galeria até se aproximar do Imperador e da Imperatriz. Faziam três reverências — no início da galeria, no meio e no fim. Todas as reverências tinham que ser feitas de modo profundo e com muita dignidade, sendo observadas minuciosamente pelos presentes.

Com este exemplo, pode-se perceber que não era fácil a vida de Corte naquela época. Exigia-se muito requinte, cumprimento da etiqueta e sacrifício na vida junto ao Imperador.

(*) Excertos de conferência proferida a 10 de fevereiro de 1973. Sem revisão do autor.


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