Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

A virgindade:

uma dedicação e um perfume

de grandeza

 

 

 

 

 

Catolicismo, N° 547 - Julho de 1996 (*)

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Da virgindade não há louvor que não se possa fazer. Ela é por excelência uma dedicação, porque o homem inteiramente casto renuncia às comodidades e aos atrativos da vida de família para servir um ideal mais alto. Um ideal que não lhe dá recompensa na Terra, mas oferece recompensas no Céu. Auge da dedicação voltada propriamente para Deus, a castidade perfeita só tem sentido quando o homem resolveu viver para um ideal superior ao próprio ideal de família. Trata-se de ideal católico, evidentemente, pois nenhum outro ideal pode ser considerado autêntico e verdadeiro. A virgindade é então uma dedicação.

A virgindade é uma grandeza? É a grandeza por excelência.

Consideremos um rei santo. Rei puríssimo, São Luís IX tinha a missão de perpetuar a dinastia francesa. Ele casou-se, teve filhos e guardou plenamente a fidelidade conjugal. É uma maravilha. 

 

Entretanto, quando ouvimos falar do Infante Dom Sebastião, o rei casto, puro, virginal, imolado numa batalha contra os mouros nas vastidões de Alcácer-Quibir, sentimos exalar-se um conjunto de ideais e grandezas, que adquire seu melhor fulgor no fato de Dom Sebastião ser virginalmente casto. Resplandece nele aquela auréola da castidade perfeita, não a respeitável castidade do matrimônio, mas a castidade da inteira abstenção de qualquer contato carnal. Um varão régio e virginal, sob uma couraça rutilante, polida e luzidia, brilhando ao sol da África, com uma lança na mão e uma coroa de Rei Fidelíssimo na fronte.

O trono da França era mais elevado que o trono de Portugal. São Luís foi um santo autêntico, canonizado pela Igreja. A Igreja não canonizou o rei Dom Sebastião, e talvez até houvesse certa temeridade em suas ousadias guerreiras, razão para não canonizá-lo. Entretanto, a figura dele é cercada de uma auréola, de uma poesia, de um perfume típico de grandeza que nem o grande rei São Luís nem o grande rei São Fernando de Castela tiveram. Nem mesmo o grande Carlos Magno o teve. É a aliança entre a majestade régia e a castidade perfeita, entre a virgindade e a coroa

(*) Nota da Redação: Extraído de conferência pronunciada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 2-3-1973, o texto de nossa contracapa foi ligeiramente adaptado à linguagem escrita, sem revisão do autor.


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