Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Sagrada Face de Nosso Senhor:

expressão da perfeição da ordem por excelência

 

 

 

 

 

Catolicismo, N° 795, Março 2017 (*)

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Sempre que vejo boas imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo — mesmo aquelas que os artistas não conseguiram representar bem —, a impressão que tenho é de uma grande sabedoria equivalente a uma grande bondade.

E o que mais me impressiona em toda a fisionomia da Sagrada Face de Nosso Senhor estampada no Santo Sudário é que ela parece exprimir a ordem por excelência, com o que há de mais transcendental.

A fronte não é exagerada, mas posta de maneira a revelar o mar de seu pensamento. Mesmo não vendo o olhar, pela fronte percebemos o que há de pensamento.

O nariz é o mais extraordinário que se possa imaginar. Nenhum artista ousaria pintar um nariz como o da Sagrada Face. Por exemplo, o nariz do Apolo do Belvedere, reputado o nariz dos narizes, é uma nariganga em comparação com ele. Na Sagrada Face, o nariz quebrado na queda rumo ao Calvário não tem comparação com nada. Revela uma resolução de quem vai até as últimas consequências!

Não é fácil descrever seus lábios. Porque qualquer um que fosse pintar lábios bonitos, desenharia lábios do modo clássico. Nos lábios da Sagrada Face se diria que há um traço especialmente expressivo. Lembra o comentário dos discípulos: “Qualis est hic, quia et venti et mare oboediunt ei?” (Mt. 8, 27). Quando Nosso Senhor deu ordem para aplacar a fúria da tempestade, os ventos e os mares Lhe obedeceram.

O queixo é, ao seu modo, a parte que mais exprime a combatividade. Poder-se-ia fazer um tratado sobre os queixos. O queixo possante dá a impressão de maxilar possante, que, por sua vez, transmite a ideia de espírito articulado. Na Sagrada Face esse aspecto possante é ligeiramente disfarçado pela barba, diluindo tal aspecto em filamentos de delicadeza e de bondade.

Uma fisionomia que bem observada fica-se sem saber o que dizer. Mas é a perfeição da ordem. Eu não conheço nada tão ordenado ou ninguém tão ordenado como a fisionomia de Nosso Senhor Jesus Cristo.

(*) Excertos de conferência proferida a 3 de maio de 1980. Sem revisão do autor.


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