Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Dom Chautard:

um religioso com o vigor do herói

 

 

 

Catolicismo, N° 639, Março de 2004 (*)

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Dom João Batista Chautard nasceu em Briançon (França), em 12 de março de 1858, recebendo o nome de Gustavo. Em 1877 decidiu tornar-se religioso, entrando na Abadia de Aiguebelle, da Ordem de Cister, tendo sido incumbido por seus superiores de cuidar da manutenção e restauração de vários mosteiros cistercienses. Em 1899 foi eleito abade do Mosteiro de Nossa Senhora de Sept Fons. Em 1904 trouxe os cisterciences para o Brasil. Defendeu os religiosos contemplativos durante a perseguição movida na França contra eles, no início do século XX. Escreveu em 1910 a famosa obra A Alma de todo Apostolado, que se tornou best-seller internacional, na qual expõe que o fundamento do êxito no apostolado é a vida interior. Faleceu em 29 de setembro de 1935. 

 

Dom Chautard É um homem que parece um leão com as patas no solo e disposto a resistir. E, conforme o caso, avançar. Dom Chautard está revestido com o lindo hábito branco dos cistercienses. Era superior de uma famosa abadia cisterciense francesa: Nossa Senhora de Sept Fons.

Quando certa vez fiz um retiro espiritual na França, numa cidadezinha do interior, passei diante da Abadia de Sept Fons. Eu tinha um enorme desejo de conhecer Sept Fons. Como era tarde da noite, ela já estava fechada, apenas pude venerar as portas fechadas do edifício e continuar a viagem.

Na foto ele aparenta ter de 40 a 50 anos, mas está na força da idade. O rosto é cheio, os traços são muito definidos, o olhar profundo - dir-se-ia um olhar de fera, que espreita do fundo da caverna.

Mas o que Dom Chautard apresenta de mais possante - um traço característico da personalidade dele - é o pescoço. Pescoço de touro, que o capuz cobre quase todo. A cabeça revela solidez e firmeza, indicando coerência no pensar e continuidade hercúlea no agir.

Abadia cisterciense Nossa Senhora de Sept Fons

Esse foi o personagem que manteve uma famosa conversa com o estadista francês Clemenceau, apelidado o tigre, que era o polo civil da resistência francesa na Primeira Guerra Mundial. A conversa ameaçava terminar num violento choque. Clemenceau era um desses arrogantes, que são tigres apenas quando não encontram outro homem mais feroz na frente. De fato, tais arrogantes são feras de papelão.

Clemenceau sentiu contra si a garra do herói, e a conversa tornou-se amável... O grande Dom Chautard domou o tigre e conduziu a conversa com Clemenceau para o objetivo que tinha em vista!

 

(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio para sócios e cooperadores da TFP em 21 de maio de 1983. Sem revisão do autor.


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