Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

O pavão e o cisne

 

 

 

Catolicismo, N° 561 - Setembro de 1997 (*)

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O pavão e o cisne simbolizam a nobreza ­ de maneiras e graus diferentes - porque ambos têm, inerentes a si, uma certa superioridade.

O pavão, adornado com tudo aquilo que é rico e complexo, convida à análise e à admiração. O cisne, pelo contrário, é nobre pela sua extrema simplicidade. Ele tem a cor branca como ornato, mas o branco é a síntese de todas as cores. Assim, todas as belezas que existem no pavão estão presentes - de certa maneira - também no cisne, de modo simplíssimo.

O pavão foi feito para viver no chão; o cisne na água, refletindo nela a sua formosura. Não há, entretanto, postura mais simples do que estar flutuando sobre as águas.

O pavão tem o luxo da plumagem, uma maravilha. Entretanto, as linhas do cisne são muito mais elegantes. Sobretudo seu pescoço apresenta a nota da altaneria. É um pescoço comprido que se volta para trás e olha com calma, do alto do seu ponto culminante, para os bichinhos que flutuam sobre a água, que lhe servirão de alimento.

É muito bonito algo que move algo. Mas, quanto mais modesto é o que move, tanto mais nobre é a movimentação.

 

 

Ora, o cisne com um discreto movimento de patas, desliza suavemente sobre as águas, deixando a nós - homens -picados por uma como que inveja.

Em suma, o pavão tem toda a nobreza e toda a beleza da complexidade, do talento, enquanto o cisne é majestoso por sua própria singeleza.

Qual dos dois é mais nobre?

São deveras admiráveis a alvura e a simplicidade do cisne, altas qualidades. Por isso, fica fácil dizer: porque é muito simples, é mais belo.

Entretanto, imaginem uma coroa de ouro cravejada de pedras preciosas, e outra do mesmo formato, só de ouro. Qual das duas é mais formosa? Evidentemente a ornada de pedras preciosas. Então, por que as psy-pedrarias da plumagem do pavão não lhe valem o que as pedras preciosas representam para a coroa?

 

(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio para sócios e cooperadores da TFP, em 6 de novembro de 1992. Sem revisão de autor.


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