Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Suíça: uma grande vocação

 

 

 

Catolicismo, N° 553 - Janeiro de 1997 (*)

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A Suíça sempre me pareceu uma nação especialmente destinada pela Providência para prestar grande serviço a Nossa Senhora.

Toda a atmosfera física, os lagos, as montanhas, as neves, os precipícios, tudo fala a respeito de uma natureza cheia de candura, de bondade e também de força.

Não se diria entretanto que camponeses nascidos junto a lagos como aqueles - de olhos azuis profundos como a cor dos lagos, olhos que falam de reflexão, de meditação, de paz - não se diria que, nascendo nesses lugares, haveriam de praticar os horrores que praticaram. 

          

À esquerda, Zwinglio. E à direita, membros da guarda suíça, no Vaticano

Um exemplo foi Zwinglio, o Calvino suíço, que espalhou uma seita - da qual ele era o fundador e o grão-mestre, naturalmente - por todo o país, atingindo depois a Holanda, a Bélgica e o Reino Unido. E, através do Reino Unido, chegou a se radicar também na América do Norte. Zwinglio foi dos protestantes mais “enragés” [radicais], mais furibundamente anticatólico.

Mas também é verdade que daquelas atmosferas pacíficas têm partido, para a história da Suíça e da civilização cristã, guerreiros de primeira ordem. 

 

 

O vil massacre da guarda suíça no Palácio das Tulherias, durante a Revolução Francesa

Se levarmos em consideração os suíços que defenderam Luís XVI e Maria Antonieta contra os rebeldes que invadiram Versalhes, e depois lutaram contra os revolucionários que atacaram o Palácio das Tulherias, vê-se bem até que ponto eles eram heroicos e estavam dispostos - os católicos pelo menos - a defender a civilização cristã.

Por fim, a missão dos suíços de serem os guardas pontifícios. Ou seja, terem a honra de fornecer normalmente uma guarda para o Papado, e isto continuar até nossos dias.

Tudo isso tem muito significado, que se acresceu ainda mais pelo fato de em 1870 - por ocasião da invasão dos Estados Pontifícios - um grande número de suíços, inclusive protestantes, ter se declarado a favor do Papa Pio IX. E se haverem inscrito no exército do Pontífice, em cuja defesa morreram. Essa atitude tem uma beleza, tem um valor, que contrasta com a hediondez do protestantismo, da heresia e de outros horrores que na Suíça se passaram.

Parece haver uma contradição entre as graças e as belezas da natureza, dadas pelo Céu, e o uso que os suíços fizeram dessas graças e dessas belezas.

Fica-se com a idéia de que a Suíça é uma nação que teve uma grande vocação, e foi chamada por Deus muito especialmente para um papel histórico privilegiado. 

(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio para sócios e cooperadores da TFP em 26 de abril de 1995. Sem revisão do autor.


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