Plinio Corrêa de Oliveira

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 26 de julho de 1942, N. 515

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O LEGIONÁRIO sempre considerou com a maior desconfiança o famigerado mahatma Ghandi, outrora comparsa de Moscou, e hoje elemento conspícuo da “quinta coluna” indiana.

O noticiário telegráfico da semana passada trouxe importante confirmação a essa suspeita. O Sr. Ghandi deliberou alterar a política de neutralidade benévola em favor da Inglaterra, aconselhando os hindus a que se levantassem contra o domínio britânico pelos famosos processos da resistência passiva.

Indiscutivelmente, o Sr. Ghandi é um político sagaz. Estará ele de boa-fé, e não perceberá que desarma por esta forma seu país contra as investidas nipônicas?

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Devem ser consideradas simplesmente ridículas as notícias telegráficas veiculadas pela imprensa diária na semana passada acerca de um pretenso apelo feito pelo Santo Padre Pio XII às potências católicas, no sentido de que conservem como forma de governo os “regimes autoritários” católicos. A Expressão “regime autoritário” é uma “camuflagem” muito desgastada entre nós, e através de suas cores desbotadas transparece um indisfarçável colorido nazista. A Igreja considerará sempre com prudente reserva tais regimes. E de mais a mais nunca se recomendará esta ou aquela forma de organização política de preferência a qualquer outra, desde que nenhuma delas seja contrária ao direito natural e à Revelação.

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Com efeito, o grande Leão XIII já definiu irretorquivelmente que a Santa Igreja Católica aceita qualquer regime político - monárquico, aristocrático, democrático - pois que, em si mesmo considerado, nenhum deles é contrário ao direito natural e nada tem de essencialmente contrário ao Catolicismo.

Não adianta, pois, que os pescadores de águas turvas pretendam perturbar o espírito da opinião pública com notícias telegráficas que não passam de manobras sem fundamentos.

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Merecem insistente vigilância da parte dos elementos católicos as novelas radiofônicas que se vêm fazendo ouvir em algumas de nossas emissoras, e que muito frequentemente difundem doutrinas imorais ou projetam a luz da mais declarada publicidade sobre temas inconvenientes.

É típica, a este respeito, uma novela de propaganda de conhecido dentifrício, que será lida por uma grande difusora, e cujo enredo é francamente nocivo ao recato do lar.

Nosso público deve demonstrar claramente seu desagrado por tais processos de propaganda.


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