Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

 

Legionário, N.º 626, 6 de agosto de 1944

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O cinismo é um predicado bem totalitário. Ostentam-no à porfia nazistas e comunistas.

Há dias, um general comunista declarou que, se os Aliados avançassem na França com a celeridade com que os russos progridem na Europa Oriental, já poderiam ter chegado à Renânia. A afirmação é inegável. Basta fazer o cálculo diante do mapa. Mas essa posição evidentemente verdadeira contém uma insinuação flagrantemente falsa. É a respeito dessa insinuação que queremos dizer algumas palavras.

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O que o chefe de guerra soviético insinua é que as condições técnicas são iguais em ambos os "fronts", e que portanto os aliados estão sendo lentos em seu avanço. Ele parece esquecer-se em primeiro lugar de que os aliados mantém dois "fronts", e não um apenas, como os russos. Com efeito, as forças aliadas lutam simultaneamente na França e na Itália. Em segundo lugar, é importante notar que, enquanto no Oriente os alemães não opõem quase resistência, retirando-se em imensas "debandadas", no Ocidente lutam com tenacidade férrea. As "debandadas" no Oriente não são por causa da pressão soviética, mas porque os nazistas preferem imobilizar os anglo-americanos, para que a vitória caiba aos totalitários vermelhos, e não aos democráticos moderados e liberais. Já o temos demonstrado nestas colunas com fatos concretos na mão. Se os aliados cessassem suas ofensivas, toda a reação germânica se voltaria contra a Rússia. Seria curioso ver então se o avanço soviético continuaria igualmente veloz. E, por fim, cumpre notar que o Sr. Hitler, por um paradoxo cheio de segundos sentidos, está preferindo defender solo francês ao alemão. Chegamos até isto, nesta guerra de contradições. Os comunistas por sua vez se mostram mais empenhados em ocupar a inofensiva Polônia, a golpear em seu âmago a cidadela nazista. Também a isto chegamos. No meio de um cambalacho nazi-soviético tão mal disfarçado, ainda há um general vermelho que tem a audácia de extrair de tudo isto motivos de censura aos bravos soldados anglo-americanos!

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Quando S. Tomás Morus caminhava para a morte, deteve-o um mensageiro real, que comunicava que o soberano resolvera, a título de misericórdia, atenuar as condições em que sofreria pena capital. O santo ouviu impassível a leitura dessa estranha manifestação de cordura, e disse por fim: "Deus livre os meus da clemência real".

Deus nos livre da "tolerância" dos liberais podemos acrescentar. Quando encontram quem não seja liberal, não há iras, cóleras que não manifestem.

Disto temos mais um exemplo com o que ocorreu recentemente ao Exmo. Revmo. Sr. D. Daniel Hostin, Bispo Diocesano de Lajes. [...]


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