Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

“Malditos os que choram, porque serão atormentados”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 21 de fevereiro de 1937, N. 232, pag. 2

 

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Durante uma discussão da assistência pública em Paris, deu-se um fato bastante interessante. Um membro comunista fez um panegírico da assistência pública em terras soviéticas. Os hospitais, disse ele, são dotados do melhor e mais moderno aparelhamento. Muita gente faz-se de doente, pelo prazer de aproveitar a bela vida reservada ao ser hospitalizado nos estabelecimentos da assistência soviética.

Havia, porém, presente um daqueles que seduzidos pela miragem comunista foram a Moscou e, como André Gide e muitos outros, se desiludiram.

Este refutou a argumentação do comunista, colocando as coisas em seus lugares, depois das declarações oficiais do próprio governador soviético. Conseguiu-se em uma reportagem do comissário do povo junto à Saúde Pública, Sr. Kaminski, publicada pelo jornal soviético “Izvestiya” de 21 de Janeiro de 1933.

É de se notar que o membro comunista não contestou as afirmações do Sr. Kaminski e nem respondeu a seu colega.

“Depois de longa enfermidade — escreve o comissário Kaminski — muitos doentes morrem sem nenhuma assistência médica. Um médico deve visitar dez doentes em menos de seis horas. Depois da campanha (militar) a deficiência numérica dos médicos é ainda maior: em 1930 o número dos médicos era de 8.208; em 1933 de 6.180. Em três anos 2.000 médicos abandonaram o serviço. Há, entretanto, médicos que fazem visitas quotidianas, mas estes não podem dispor dos mais indispensáveis aparelhos. Pode-se dizer que na Rússia, em muitos hospitais, há ainda dois e mesmo vários doentes para cada leito. A alimentação é bastante insuficiente.

“Se o pão quotidiano falta frequentemente, muito mais ainda isso se verifica com os instrumentos de cirurgia e com os remédios. Antes da revolução importavam-se os medicamentos e os instrumentos de cirurgião que se não fabricavam; agora, produzindo-se pouco, não se importa nada”.

Os comunistas preferem sempre empregar o dinheiro que lhes fornece o trabalho forçado da terra e das usinas, na compra de canhões, tanques e aviões, para que os bárbaros que lutam na Espanha contra a civilização possam mais rapidamente transformar em deserto as cidades e campos daquele maravilhoso país.

Enquanto isso, os que necessitam de amparo para as suas misérias, a doença ou a pobreza, são desprezados cruelmente. Nosso Senhor proclamou “bem-aventurados os que choram porque serão consolados”. Na Rússia soviética, eles são amaldiçoados com o peso dos maiores tormentos!


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