Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Darwin na Rússia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 16 de maio de 1937, N. 244, pag. 2

 

  Bookmark and Share

 

O 50° aniversário da morte de Darwin, passado em 1932, foi mais celebrado na Rússia do que em qualquer outro país. O comunismo adoptou, com efeito, a totalidade das idéias evolucionistas e procurou disseminá-las em todos os meios. Para isso foram editados muitos folhetos e pequenos volumes com resumos dos trabalhos de Charles Darwin.

A passagem do cinquentenário de sua morte deu motivo a que se resolvesse a edição em russo de todas as suas obras. O primeiro volume apareceu em 1935 com um prefácio no qual se acentuava que “a crise econômica e as reações políticas e espirituais causadas por ela não só determinaram um completo esquecimento de Darwin, como também a burguesia, em sua fútil luta contra o darwinismo, mais e mais invoca a decrépita antítese: o ensino religioso sobre a criação do mundo”.

Na Rússia soviética causa admiração o esquecimento em que Darwin caiu, e consideram “fútil” a luta contra suas doutrinas. É apenas mais uma prova do primarismo da pesquisa científica sob o regime soviético. Em todos os meios realmente científicos sabe-se que suas teorias não encontram fundamento sólido na observação e na experimentação. Todo o trabalho de Darwin se reduziu a um amontoado de hipóteses e de suposições que hoje se sabe não ser possível provar. Para os comunistas, porém, ele é talvez o maior dos sábios que tenham existido. Qual a causa, porém, dessa admiração?

O prefácio escrito para o volume editado em 1935, a revela “...a burguesia... invoca na luta contra o darwinismo a decrépita antítese: o ensino religioso sobre a criação do mundo”· Aos pseudo sábios russos pouco importa que este “ensino religioso” tenha sido comprovado por pesquisas científicas, em grande número e da mais absoluta segurança. O que lhes interessa é terem uma doutrina qualquer que venha coonestar suas idéias materialistas. A verdadeira ciência repudia essa doutrina? Não importa; a “Diamat” (dialética materialista) a imporá.

E por isso, o ano de 1936 viu o aparecimento do segundo volume da edição russa das obras de Charles Darwin!...


Bookmark and Share