Plinio Corrêa de Oliveira

 

A propósito do Salão de Maio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 27 de junho de 1937, N. 250

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Constitui para esta folha um dever de justiça e de cavalheirismo, explicar-se leal e peremptoriamente sobre uma reportagem referente ao Salão de Maio, que foi publicada em sua edição de 13 pp. Seja dito preliminarmente que o repórter exprimiu sua convicção de que as tendências artísticas de alguns trabalhos expostos denotava a influência de doutrinas comunistas. Mas ele não afirmou e nem sequer insinuou que essa influência existia na unanimidade dos expositores ou na Comissão patrocinadora do Salão, cuja elevação de propósito não pôs essa dúvida.

Isto posto, convém acrescentar que a publicação de tal reportagem se verificou em um período em que o Diretor do “Legionário”, absorvido imperiosamente por outras ocupações, não pode acompanhar a feitura do jornal.

Se tal não se tivesse dado, nunca teria sido publicada a relação dos nomes que integram a Comissão, e nem o de uma expositora que foi particularmente citada como burguesa, por se encontrarem entre eles os de respeitabilíssimas senhoras de nossa sociedade, que não mereciam essa publicação desatenciosa e que, ainda que merecessem, estariam, por sua situação de mães de família, acima de qualquer debate público.

Tenho a honra de conhecer pessoalmente todas as senhoras que integram a Comissão. A muitas delas, me prendem relações sociais que datam de muitas gerações. Quase todas se têm destacado pela sua benemerência para com as classes desamparadas. Bastaria mencionar, entre outras de igual reputação, as Sras. Fábio Prado, J. Bento Alves Lima e Caio Prado, para demonstrá-lo. Se outros títulos não existissem para que elas merecessem meu acatamento, bastariam estes.

Lamentando o ocorrido, só me resta, em nome desta folha e o do meu próprio, o direito de o declarar publicamente.

Plinio Corrêa de Oliveira


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