Plinio Corrêa de Oliveira

Legionário, 4 de julho de 1937, N. 251, pag. 2

Talvez passe despercebida ainda a muitos, a verdadeira situação do Brasil. Ela é, entretanto, grave, muito mais grave do que se possa pensar. Todas as algemas foram quebradas aos agitadores e todos os freios foram soltos. Há jornais que afirmam ter sido a revolução de 1935, uma mera “quartelada” e não um movimento comunista. Outros dizem que o marxismo foi uma invenção necessária para justificar a existência do “Estado de Guerra” no país. O governo liberta os presos políticos, notoriamente comunistas, como eles mesmos o provaram ao entoar a “Internacional” e dar vivas à Rússia. Por toda a parte reina a confusão, ninguém se entende, ninguém sabe o que há de fazer.

Moscou, porém, não dorme. Em primeiro lugar, trata-se de negar que exista perigo comunista no Brasil. É a melhor tática para dominar as vontades. E consciente ou inconscientemente o governo coopera para essa propaganda. Depois pregam-se as idéias sob outro rótulo: a “Democracia” dá para tudo e mais alguma coisa. De uma maneira particular ataca-se a mocidade estudantina. Se a atual geração não é comunista, que o seja a seguinte.

A este propósito, o Padre Arlindo Vieira S.J. demonstrou sobejamente a propagada comunista subtilmente feita pelas colunas do “Suplemento Infantil” e da “Edição Maravilhosa”. É possível que muitos pais católicos ainda não tenham banido de suas casas essas publicações. Entre os estudantes secundários, como não considerar suspeita uma “Federação dos Estudantes Secundários” que se reúne sob a presidência do deputado Campos Vergal, eleito pela Coligação Proletária, e que promove um Congresso no qual se incluem entre outros temas o Malthusianismo e a Educação Sexual?

Para os homens que tenham um pouco de responsabilidade o momento não é para festas e banquetes, mas para uma vigilância incessante. E para os católicos que pressentem os movimentos sísmicos que se preparam sob essa aparente crosta de tranquilidade, o momento é de união. Unidos, eles enfrentarão o que suceder, e vencerão.