Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Sobre a família católica

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 26 de setembro de 1937, N. 263, pag. 2

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Publicamos em nosso último número, na secção “Revista”, um apanhado do Pe. Barbera S.J. sobre o Congresso Internacional da Família Cristã, que se reuniu recentemente em Paris. Uma coisa queremos notar hoje: o Brasil não compareceu a ele. Ainda não existe aqui uma “Associação do Casamento Cristão” nos moldes da fundada na França e agora disseminada em numerosos países europeus e em diversos americanos.

E, entretanto, como vimos pelas teses expostas no Congresso, não são poucos os importantes assuntos que tocam à família. Os mesmos problemas e as mesmas dificuldades existentes na Europa, também surgem aqui. A mesma necessidade de proteger a família, de defendê-la contra os perigos de toda natureza, a mesma necessidade de agir junto aos “orientadores da opinião” para que impere em todos os meios o verdadeiro espírito da sociedade familiar, como entende e o prega a Igreja Católica, existe em nossa Pátria.

Não basta que a Constituição brasileira diga em seu art. 144 que “a família, constituída pelo casamento indissolúvel, está sob a proteção especial do Estado”. O LEGIONÁRIO já referiu a propaganda que advogados uruguaios fazem entre nós para a realização de divórcios, no país vizinho. Referimos também a fundação nesta Capital, de uma Liga ou Sociedade de “intelectuais” pelo divórcio. E em todas as livrarias encontram-se expostos livros dissolventes da vida familiar. Tudo isto existe no Brasil, apesar da “família constituída pelo casamento indissolúvel, estar sob a proteção especial do Estado”.

Convém, pois, que os católicos, que agora começam a manejar as armas da Ação Católica e já com tão bons resultados em muitos de seus setores, não esqueçam o setor básico que é a família. Só eles, que possuem a doutrina imutável e perfeita da Igreja Católica, podem realizar no terreno familiar um trabalho por excelência.

Não será possível, entre nós, uma “Associação do Casamento Cristão”, semelhante à da França, com suas ramificações em todas as Paróquias, em todas as cidades, em todas as vilas, com seus folhetos, seus opúsculos, seus livros e seus Congressos?

Para o bem de nossas famílias e de nossa Pátria achamo-la uma urgente necessidade, antes que providências mal orientadas sejam dadas pelo Estado, a pretexto de “proteção especial”!...


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