Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

“... para bellum”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 19 de dezembro de 1937, N. 275, pag. 2

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O adágio romano “Si vis pacem, para bellum”, “se queres a paz, prepara a guerra”, reduz-se nos tempos presentes somente à sua última parte. Com os preparativos bélicos que se fazem, evidentemente os homens não querem a paz, mas apenas buscam a guerra.

É o que se depreende dos dados publicados pelo “Livro de Armamentos” da Sociedade das Nações e referentes ao ano de 1937. Até agora, as despesas de guerra atingiram a importância de 7.100.000.000 dólares-ouro, contra 5.800.000.000 em 1936 e 2.500.000.000 em 1913 nas vésperas da Guerra Mundial. Em moeda nacional, a 20$000 o dólar, a cifra despendida este ano em despesas de guerra se eleva à importância de 142 milhões de contos de réis!... Há em armas, em todo o mundo, 8.500.000 homens. Deve-se acrescentar ainda que os dados do “Livro” se baseiam em relatórios oficiais e que nele não se acham incluídas as despesas com organizações semimilitares, com estradas estratégicas, aeródromos, e outras obras públicas de caráter militar.

Os dados acima dispensam qualquer comentário. Eles falam por si mesmos, clamando a necessidade de uma reviravolta na orientação do mundo, uma vez que os homens não foram feitos para se matarem mutuamente em guerras que só interessam aos felizes fabricantes de armamentos.

Não é nesse estado de permanente receio, de contínua expectativa de um choque armado, que os homens encontrarão o pequeno bem-estar que podem possuir durante sua existência neste mundo.


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