Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Confusionismo

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 12 de fevereiro de 1939, N. 335, pag. 2

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Noticia-se que deverá seguir para a região do Rio das Mortes, e, talvez, até à Serra do Roncador, uma expedição que se denominará “Bandeira Paulista de Catequese”. Esta “bandeira” tem por fim, segundo as declarações de um dos seus chefes, levar a luz da civilização até àquelas inópias regiões, e procurar atrair à religião os índios Chavantes.

Que religião?

Sim, porque a tal “bandeira” é composta de pessoas católicas e protestantes. Talvez que pretendam apostar entre si quem vencerá esta nova modalidade de esporte, o que será simplesmente deplorável. O que é fato é que esses católicos, que aceitam a companhia de protestantes na obra magna de evangelização, têm de católico apenas o rótulo. Tanto é assim que não há nenhum sacerdote entre os membros da expedição, e, cremos, ficariam os tais “católicos” muito embaraçados se se lhes pedisse a autorização da autoridade eclesiástica competente, para que pudessem, legitimamente, entregar-se à semelhante missão.

Abstraindo, porém, deste importante preliminar, poder-se-ia perguntar como poderiam ensinar aos indígenas. A primeira condição para ensinar é saber. Ora, quem com tanta ligeireza se mistura a protestantes, demonstra cabalmente ignorar o catecismo.

Do contrário, saberiam que o protestantismo é heresia e que e que não é lícito contribuir, com pouco que seja, para a propagação da heresia.

Sabemos que falar em catecismo e sacerdote é destoar das altas cavalarias de uma certa espiritualidade grã-fina e perfumada, que anda em voga em círculos de “nouveaux-riches”. É uma espiritualidade que se contenta com um cristianismo vago e sentimental, cheio de mundanismo, e que se preocupa mais com a luz da civilização do que com a glória de Deus. Está errado, está muitas vezes errado. O catolicismo é o único e autêntico cristianismo. O protestantismo desfigura a verdadeira fisionomia de Cristo. Transigir com ele é transigir com o erro.

Dizem os expedicionistas que as suas armas serão a bondade e a fé. Que fé?! Quanto à bondade, lembraremos que uma das obras de misericórdia é esta: castigar os que erram.


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