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Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

 

A Inocência Primeva e a Contemplação Sacral do Universo

no pensamento de

PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA

 

 

© 2008 - Todos os direitos desta edição pertencem ao

INSTITUTO PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA

Dezembro de 2008

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Parte II

 

Conclusão

A verdadeira alternativa

para o caos contemporâneo:

o império da inocência,

o reino dos absolutos

 

Uma onda de confusão e desencanto cobre a Terra.

‘O trivial, o comum, o ordinário, o deformado, o desarranjado, o cacofônico: eis o falso paraíso do igualitarismo’[1] que nos é oferecido.

A este falso paraíso, contrapõe-se, nesta obra, um universo de qualidades: o império da inocência, o reino dos absolutos.

São dois quadros opostos:

— de um lado o caos, de outro a ordem;

— de um lado o deformado, de outro o belo;

— de um lado o frenesi, de outro a calma da inocência;

— de um lado o relativismo, de outro a procura do absoluto;

— de um lado o laicismo, de outro um mundo sacralizado.

Esse universo de qualidades afirma sua superioridade e sua excelência sobre o deformado, o desarranjado, o cacofônico; em suma, sobre o falso paraíso do mundo moderno.

Sem dúvida alguma, nesse universo de qualidades está a verdadeira alternativa, a verdadeira solução para o caos contemporâneo.

*   *   *

Esse universo de qualidades sintetiza a visão que, neste livro, é oferecida ao leitor:

‘O Universo todo afirma

— o ser sobre o não ser,

— a ordem sobre a desordem,

— a categoria sobre o que não tem categoria’.[2]

‘Embevecidos, consideramos a série de categorias que vão se requintando umas às outras, subindo, galgando cada vez mais, até um ápice que é a categoria das categorias, a perfeição das perfeições, a classe das classes, a distinção das distinções. Forma de bem majestosa, grandiosa, régia; forma que eleva, mas ao mesmo tempo tão suave, tão amena, tão acolhedora, que é desejosa de conter tudo em seus braços’.[3] E este ápice é Deus.

‘Viver não é comer, beber e dormir; viver não é passear; viver não é isto nem aquilo; nem é vegetar: viver é sentir essa saudade dos píncaros!’[4]

Esta magnífica espiral ascensional descreve um mundo ideal, arquetípico, sublime. Mas descreve também a alma verdadeiramente reta — que conservou ou restaurou sua inocência — com sua ânsia insaciável de subir, subir sempre. Pois em tudo, com ardor, ela está sempre procurando motivos para subir, galgar cada vez mais, rumo ao plus ultra, cada vez mais verdadeiro, mais belo e mais luminoso.

*   *   *

Não é difícil perceber que a esse edifício grandioso corresponde um monumento de amor. Pois tudo o que aqui se lê não é senão «amar a Deus sobre todas as coisas».

É possível subir tanto, sem amar muito? É o amor que nos torna insaciáveis, em termos de conhecimento. É preciso ‘amar idéias, ideais, mais que a luz dos olhos e do que a própria vida. Amar tanto, que a pessoa resolve não apenas ser fiel, mas a ir ao contra-ataque, e consagrar a vida ao serviço dessas idéias. É então que o homem pensa; fora disto, não pensa. Mas amar muito um ideal e partir em defesa dele pelos campos do pensamento, isto é pensar’.[5]

Daí nasce ‘uma espécie de audácia, de querer voar para cima, para cima, para cima, sem terminar. É uma espécie de embriaguez, em que a alma se sente enfim saciada na sua fome e sede de justiça’.[6]

É esse vôo que se visou descrever nas páginas que o leitor acaba de percorrer, passando da intimidade da alma humana para a sociedade, daí para a ordem do universo, desta para as culminâncias da criação, sempre buscando, em tudo, o absoluto, com uma grande «fome e sede de justiça».

Desse modo, sob certos aspectos, nossa vida será — iluminada por Maria Santíssima, Sede da Sabedoria — uma ascensão contínua rumo ao Absoluto, um impulso entusiasmado e jamais arrefecido em direção a Deus.

 

Fontes de referência:

[1] 14-12-1968. [2] 14-12-1968. [3] 14-12-1968. [4] 6-12 1980. [5] 23-8-1973. [6] 12-4-1980.