Parte III

Revolução e Contra-Revolução -

vinte anos depois

 

 

Capítulo I

A Revolução, um processo em transformação contínua

 

 

 

 

 

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NOTA DA EDITORA - Em 1976, foi solicitado ao Autor que redigisse um prólogo para a 3ª edição italiana desta obra. Ele, porém, julgou mais oportuno apresentar ao público uma análise da evolução do processo revolucionário naqueles quase vinte anos decorridos desde a primeira edição. E acrescentou então uma terceira parte ao seu livro, a qual veio a lume, em primeira mão, no Brasil, no mensário "Catolicismo", em janeiro de 1977.

Em 1992, após a queda da cortina de ferro, o Autor atualizou esta parte 3ª com alguns comentários à margem, os quais publicamos com a apresentação gráfica diferente.

 

Aqui terminava, em suas anteriores edições, o ensaio Revolução e Contra-Revolução; seguiam-se apenas as rápidas palavras de piedade e entusiasmo que constituíam a “Conclusão”.

Transcorrido tão largo tempo de 1959 para cá - repleto de acontecimentos -, caberia perguntar se, sobre as matérias de que o ensaio trata, haveria algo mais a dizer hoje. A resposta não poderia deixar de ser afirmativa. É o que se apresenta em seguida ao leitor. 

1. “Revolução e Contra-Revolução” e TFPs: vinte anos de ação e de luta

...“Vinte anos depois”: o título do romance de Alexandre Dumas - tão apreciado pelos adolescentes do Brasil até o momento, já distante, em que profundas transformações psicológicas destruíram o gosto por esse gênero literário - uma associação de imagens o traz a nosso espírito quando começamos a escrever estas notas.

Voltamo-nos, há pouco, ao ano de 1959. Estamos terminando o ano de 1976. Já não está longe, pois, o fim da segunda década em que este livro circula. - Vinte anos...

Neste período, as edições deste ensaio se têm multiplicado66.

Revolução e Contra-Revolução: não tivemos o intuito de fazer dele um mero estudo. Escrevemo-lo também com a intenção de que fosse um livro de cabeceira para cerca de uma centena de jovens brasileiros que nos pediram que lhes orientássemos e coordenássemos os esforços com vistas aos problemas e aos deveres com que então se defrontavam. Esse pugilo inicial - semente da futura TFP - se estendeu em seguida pelo território brasileiro, de dimensões continentais. Circunstâncias propícias favoreceram, pari passu, a formação e o desenvolvimento de entidades co-irmãs e autônomas por toda a América do Sul. O mesmo foi acontecendo, depois, nos Estados Unidos, Canadá, Espanha e França. Afinidades de pensamento e relações cordiais promissoras vêm começando a ligar, mais recentemente, essa extensa família de entidades, a personalidades e associações de outros países da Europa. O Bureau Tradition, Famille, Propriété, fundado em Paris no ano de 1973, se vem dedicando a fomentar quanto possível os contatos e aproximações daí decorrentes.

Estes vinte anos foram, pois, de expansão. De expansão, sim, mas também de intensa luta contra-revolucionária.

Os resultados por essa forma alcançados vêm sendo consideráveis. Não é este o momento de os enumerar todos67. Cingimo-nos a dizer que, em cada um dos países onde existe uma TFP ou organização afim, vem esta combatendo sem tréguas a Revolução, ou seja, mais especialmente no campo religioso, o chamado esquerdismo católico; e no temporal, o comunismo. Incluímos como genuíno combate ao comunismo a luta contra todas as modalidades de socialismo, pois estas são apenas etapas preparatórias ou formas larvadas daquele. Tal combate tem-se desenvolvido sempre segundo os princípios, as metas e as normas da Parte II deste estudo68.

Os frutos assim obtidos bem demonstram o acerto do que, sobre os temas indissociáveis da Revolução e da Contra-Revolução, está dito na presente obra.

2. Em um mundo que se vem transformando contínua e aceleradamente, permanece atual, nos presentes dias, “Revolução e Contra-Revolução”? - A resposta é afirmativa

Ao mesmo tempo que se multiplicavam nos cinco continentes as edições e os frutos de Revolução e Contra-Revolução69, o mundo - impelido pelo processo revolucionário que há quatro séculos o vem sujeitando - passou por tão rápidas e profundas transformações que, ao lançar esta nova edição, cabe perguntar, conforme já consignamos, se em função delas deveria ser retificado ou acrescentado algo em relação ao que foi por nós escrito em 1959.

Revolução e Contra-Revolução se situa ora no campo teórico, ora em um campo teórico-prático muito próximo da pura teoria. Assim, não é de surpreender se, a nosso juízo, nenhum fato sobreveio de molde a alterar o que no estudo se contém.

Por certo, muitos métodos e estilos de ação usados pela TFP brasileira, entidade em vias de se constituir em 1959 - como por suas co-irmãs - foram substituídos, ou adaptados a circunstâncias novas. E outros foram inovados. Mas eles se situam, todos, num campo inferior, executivo e prático. Deles não trata, portanto, Revolução e Contra-Revolução. De onde não haver modificações a introduzir na obra.

Sem embargo de tudo isto, muito haveria a acrescentar se quiséssemos relacionar Revolução e Contra-Revolução com os novos horizontes que a História vem abrindo. Tal não caberia neste simples aditamento. Pensamos, contudo, que uma resenha do que fez a Revolução nestes vinte anos, uma mise au point do panorama mundial transformado por ela pode ser útil para que o leitor relacione fácil e comodamente o conteúdo do livro com a realidade presente. É o que passaremos a fazer. 

Notas:

66) NOTA DA EDITORA: Revolução e Contra-Revolução foi editado em sete línguas e em treze países, com tiragem total de mais de 125.000 exemplares (dados até 2008, n.d.c.).

67) NOTA DA EDITORA: Ver o livro Um homem, uma obra, uma gesta - Homenagem das TFPs a Plinio Corrêa de Oliveira, Edições Brasil de Amanhã, São Paulo, 1989, que inclui amplos dados históricos a cerca da TFP brasileira e das TFPs ou Bureaux-TFP existentes em 22 países, nos cinco continentes.

68) NOTA DA EDITORA: A respeito do combate às formas de socialismo mais recentemente difundidas, merece especial destaque a Mensagem do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, O socialismo autogestionário - em vista do comunismo: barreira ou cabeça-de-ponte?, amplissimamente divulgada em 1982 (publicada em 50 grandes jornais e revistas do Ocidente, com um total de mais de 33 milhões de exemplares).

69) NOTA DA EDITORA: Revolução e Contra-Revolução teve também expressiva difusão na Austrália, na África do Sul, nas Filipinas e na Nova Zelândia.

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