Plinio Corrêa de Oliveira

Projeto de Constituição angustia o País

 

 

 

 

 

1987

Após 35 dias de campanha de venda, praticamente se esgotou a primeira tiragem, de 40.000 exemplares, da obra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira “Projeto de Constituição angustia o País”.

 

Nos últimos 15 dias, foram percorridos mais 18 municípios paulistas, 5 paranaenses, 4 catarinenses, por 2 caravanas de propagandistas da TFP, que prosseguiram a venda da obra nas vias públicas. A presença de fanfarras, que acompanhavam as caravanas, atraiu vivamente a atenção e simpatia do público. E outra caravana de sócios e cooperadores da entidade efetuou uma grande venda no Rio de Janeiro.

A segunda tiragem de “Projeto de Constituição angustia o País” contém uma “Nota ao leitor”, em forma de encarte. Devido à importância e atualidade de seu conteúdo, bem como a clarividência da referida nota, reproduzimos abaixo seu texto integral.

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NOTA AO LEITOR

O “Centrão” abre uma réstia de luz no quadro da angústia nacional

A primeira tiragem de Projeto de Constituição angustia o País, de Plinio Corrêa de Oliveira, foi lançada em 29 de outubro de 1987. Escoaram-se celeremente os 40 mil exemplares dela.

A opinião pública se encontrava então em um estado crítico de apreensão e até de angústia, que o título da obra exprimia com sobeja clareza.

Nessa atmosfera, afinal uma réstia de esperança se abriu: constituiu-se o “Centrão”, no qual se aglutinaram todos os elementos da Assembléia Nacional Constituinte, desejosos de opor barreiras eficazes ao caos e à maré montante do socialismo, que ameaça, com o Projeto de Constituição finalmente apresentado pela Comissão de Sistematização, invadir toda a estrutura sócio- econômica do País. Isto, no próprio momento em que a Rússia Soviética, ela mesma, não oculta ao mundo o resultado desastroso da via em que a precipitou a instauração do socialismo de Estado em 1917!

Assim, pelo elevado número dos parlamentares — 290 — que dele participam, o “Centrão” está em condições de derrotar inteiramente a investida socialista no Brasil.

Essa investida consiste principalmente nas seis tristemente famosas reformas, cada uma das quais pode, nas respectivas esferas, produzir no País danos que o atirem por terra. São elas:

— Reforma Agrária socialista e confiscatória;

— Reforma Urbana socialista e confiscatória;

— Reforma dos estabelecimentos industriais e comerciais, socialista e confiscatória;

— Estatização da Medicina, também socialista e confiscatória do direito dos doentes, de escolherem livremente os médicos e os hospitais de sua confiança, bem como do direito dos médicos, de exercerem livremente sua nobre profissão, fora das injunções asfixiantes decorrentes da transformação de todos eles em funcionários públicos; e, ainda, o confisco socialista dos hospitais e das indústrias farmacêuticas, transformados em inertes e ineficazes repartições estatais;

— transmutação de nossa já tão penalizada rede de ensino privado em estabelecimentos estatais, com o conseqüente monopólio da Educação pelo Estado;

— uma ambígua e inaceitável Reforma Judiciária que, sob vários aspectos, abre campo para a ingerência da política no mais respeitado dos poderes públicos deste combalido País, que é o Poder Judiciário.

Quanto a cada uma destas reformas — cumpre que o notem bem todos os brasileiros — não se trata apenas de conseguir das bem dirigidas, ágeis e fortemente estruturadas esquerdas, que façam umas tais ou quais concessões. Elas constituem, na sistemática do atual Projeto de Constituição, um bloco, e, ou a Constituinte as rejeita todas, ou o País perecerá. As meras concessões parciais só podem conduzir a que ele pereça algum tanto mais devagar. Que leve, por exemplo, dez anos para desfazer- se, enquanto a aprovação integral e imediata delas, como querem as esquerdas, poderá liquidar com ele em cerca de um ano.

A TFP, e com ela a totalidade dos brasileiros lúcidos e vivazes, não se resigna a que o País se arraste, cada vez mais exangue, de maneira a expirar nos portais do século XXI. Queremos para o nosso Brasil a produção, a fartura generalizada, o progresso, a prosperidade para todo o País e para todas as classes sociais, o alto teor de paz interna baseada em nossa luminosa tradição cristã. Em suma, a paz de Cristo no reino de Cristo.

*   *   *

Diante de tão insigne missão que compete ao “Centrão”, a atitude de todos os brasileiros não pode ser de mera expectativa. Deve também consistir em eficiente e vigilante apoio.

É imperioso que o quadro dos riscos que nos ameaçam não se afaste do olhar de nosso público, habitualmente por demais crédulo e benévolo. Para isto, a presente obra, tal qual foi publicada, tem atualidade palpitante. A angústia que ela descreve não é apenas a de ontem. É a de hoje, e será a de amanhã, por pouco que deixemos de ser vigilantes. Pois as esquerdas, sorrateiras, ágeis, unidas, trazem consigo o hábito de vencer, enquanto grande parte de seus opositores traz consigo o hábito de ser vencido.

Cumpre que o “Centrão” seja estimulado por nosso apoio, tonificado por nossa esperança, e aplaudido em todas as suas ousadias, para que ele alcance para o País a vitória total, que poupe à nossa Pátria a ignomínia de, ainda tão jovem, tão imenso, tão rico, começar a descer resignadamente a ladeira resvaladia das capitulações.


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