Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

7 Dias em Revista

 

 

 

 

 

Legionário, N.º 458, 22 de junho de 1941

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Sem embargo do que esta folha já afirmou quanto à plausibilidade de um breve entrechoque nazi-comunista, é interessante mostrar que as relações entre aqueles dois regimes totalitários continuam perfeitamente cordiais. E não se trata apenas da cordialidade de relações: a cooperação política contínua e eficaz que a III Internacional vem prestando ao desenvolvimento dos planos nazistas, continua efetiva e indiscutível. Assim, o comunismo continua a solapar a resistência inglesa à ofensiva do III Reich e a importância dos manejos comunistas tem sido tal, ultimamente, que se tornaram necessárias sérias medidas de repressão contra a atividade da III Internacional em Manchester. Se a III Internacional fosse uma inimiga autêntica do nazismo, ela jamais se prestaria ao papel de sabotadora das atividades britânicas, exatamente no momento em que qualquer declínio nestas atividades pode ter conseqüências triunfais para o Sr. Hitler.

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O General Huntziger, comandante em chefe das forças de Vichy, dirigiu aos sírios e libaneses um longo telegrama em que, enumerando os incontestáveis benefícios que a França lhes prestou, mencionou o “estabelecimento no território sírio-libanês de uma harmoniosa concórdia entre o cristianismo e o islão”.

O mínimo que se pode dizer desta afirmação é que tem um cunho acentuadamente confusionista. Evidentemente, é desejável que os muçulmanos e os católicos, desde que devam conviver num mesmo território, evitem quaisquer conflitos que sejam realmente estéreis. Entretanto, daí não se deve inferir que a luta entre a Cruz e o crescente deva desaparecer, e que uma concórdia baseada no sacrifício dos mais sagrados direitos da Igreja possa legitimamente existir naquela região. A Igreja, já sendo depositária da verdade, não pode deixar de cumprir sua missão que, consistindo em pregar às máximas do Evangelho, comporta evidentemente um ataque a todos os erros que a tais máximas se opõem. A gloriosa missão da França no Oriente não tem consistido em acomodar doutrinas irreconciliáveis, mas em se constituir paladina da Igreja Católica. Assim, não podemos deixar de lamentar uma afirmação tão imprecisa do general Huntziger, afirmação que deixa transparecer a esperança de, encobrindo a missão histórica e tradicional da França, atrair com mais facilidade as boas graças dos maometanos.

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Tanto mais digno de nota é a afirmação daquele militar quanto ele afirma, no mesmo documento, que a França deve “prosseguir na união fecunda das duas culturas”, cristã e maometana. Como pode haver fusão entre estas duas culturas? Como não compreender que essa fusão implicaria em colocar em pé de igualdade a Verdade e o erro?

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 Desejamos ardentemente que seja infundada a notícia procedente de Nova York de que o governo de Vichy ordenara a transferência de 40.000 quilos de ouro belga, depositado em Marrocos, para a Alemanha, a fim de ser entregue ao governo nazista. Este ouro representa uma parte do patrimônio nacional belga, e foi enviado para a França antes da invasão da Bélgica, permanecendo mais de um ano nas Caixas fortes do Banco da Argélia. Foram necessárias, segundo a notícia da United Press, que temos em mão, 40 viagens pelo Mediterrâneo para efetuar o transporte desse ouro.

Infelizmente, porém, receamos que a notícia não seja falsa, e, que constitua mais uma prova da adesão vigorosa que o governo de Vichy presta ao III Reich.


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