Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

Comentando…
 
Cristo e Hitler!

 

 

 

 

 

 

 

O Legionário, 8 de dezembro de 1935, n. 186, pag. 3

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Em Frankfurt, durante uma demonstração coletiva da Juventude Hitlerista e da Frente Alemã do Trabalho, o burgo mestre daquela cidade, sr. Willy Becker, dirigindo-se aos pais e mães de família, concitou-os a alistar seus filhos nas referidas organizações para assim não cometerem um crime contra o povo alemão e contra o futuro da pátria. E depois, mergulhando o olhar no futuro, o arguto burgo mestre assim se expressou:

“Nos séculos vindouros, quando os homens tiverem uma ideia exata das coisas hoje sucedidas, dir-se-á: Cristo foi grande, mas Adolf Hitler foi maior (Christus war gross, aber Adolf Hitler war grosser)”.

Tal é a informação que transcrevemos do órgão católico “Michael” (semanário da Juventude Alemã, ano 4, n. 42, 20 de outubro de 1935, Dusseldorf). E se nós a transcrevemos é para mostrar até que ponto pode ser levada a absurda divindade de um homem, arvorado em chefe. É tão ridículo o ato de vergonhosa sabujice (subserviência, bajulação, n.d.c.) do burgo mestre erigido em profeta, que certamente ele seria gostosamente vaiado em outro lugar, que não na Alemanha infelizmente caída em poder do transtornado chefe do nacional-socialismo.

Lá, porém, seu discurso, foi bem recebido, tanto assim que “Michael” o transcreve dos jornais diários de Frankfurt, em cujas redações estreitamente apertadas nas linhas hitleristas, não parece haver cabeça alguma que seja capaz de medir os absurdos que o nazismo produz! E este que referimos, gerado da minúscula inteligência do burgo mestre de Frankfurt e de sua imensa bajulação ao “führer”, é de tal natureza, que dispensa comentários. Mas, se assim é, não deixa, entretanto, de constituir um precioso aviso para que estejamos em guarda contra as teorias de exaltação dos “chefes”.


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