Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Anglicanismos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 10 de janeiro de 1937, N. 226, pag. 2

 

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Há certos fatos, que embora não sejam notados pelo público, traduzem toda uma série de pensamentos.

Por exemplo: o modo de agir da Igreja Anglicana em relação ao ex-soberano inglês.

Devem todos ainda estar lembrados dos protestos veementes que os “grandes” anglicanos dirigiram contra o casamento de S.M. Eduardo VIII com a Sra. Simpson, por ir ele de encontro às regras de moral. Até aí, tudo louvável.

Mas, Eduardo Windsor, apoiado no romantismo, desce do trono e por misericórdia da legislação vira duque. Mudaram-se os títulos, mas não mudou o homem. Continuou a ser ele o mesmo corpo, vivificado pela mesma alma.

No entanto, noticiam os jornais que essa mesmíssima união de matéria e espírito, isto é, Eduardo Windsor, vai casar-se em uma igreja anglicana, com a mesmíssima e divorciadíssima Sra. Simpson.

Francamente, desta vez os anglicanos “abafaram a banca” [ultrapassaram todos os recordes, n.d.c.]. Depois de proclamarem com todas as forças a imoralidade de um casamento que deveria ser realizado com um rei, dão-lhe o cunho do sacramento, realizando-o com o homem que sustinha os títulos reais.

Ora, o casamento é feito para homens, não para títulos. Logo a imoralidade persiste.

Que um louco pratique incoerências, compreende-se. Mas que pessoas em pleno gozo das faculdades mentais adotem a prática de absurdos, é incompreensível.


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