Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Déficit de inteligência, saldo de loucura!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 28 de março de 1937, N. 237, pag. 2

 

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Declara Lord Harder, médico assistente do rei da Inglaterra que “a inteligência está diminuindo no mundo, e que se esse declínio continuar, constituirá no futuro um problema gravíssimo da humanidade”. Na Austrália, o dr. Harding, médico em Sidney, observou que “se a progressão do número de alienados no universo continuar como até agora, dentro de cem anos toda a humanidade estará louca”.

É possível que os dois médicos se tenham excedido quanto ao futuro. No que diz, porém, à atualidade eles não exageram. A inteligência diminui e a loucura aumenta. Isto é estranho aos homens do mundo. Eles não compreendem como é que, dado o “progresso”, haja menos inteligência e mais loucura.

 

Antonin-Gilbert Sertillanges (1863-1948), nascido Antonin-Dalmace Sertillanges, foi um filósofo e teólogo francês, especialmente conhecido pelos seus estudos sobre São Tomás de Aquino.

E, entretanto, a causa de tudo está evidentíssima aos que a querem ver. “Todas as nossas ciências “biológicas” ou “sociológicas”, diz Sertillanges, desconhecem as condições essenciais da vida e das relações entre os homens; a forma lhes oculta o fundo, o abstrato o vital, a técnica o moral, do qual dependem todas as coisas”. A educação não propõe um fim à vida e assim esta se entrega a todos os desejos. O resultado é uma existência pesada, sobrecarregada, “cheia de objetos que não correspondem senão a necessidades fictícias”. O homem gasta apenas para tornar-se “menos são do corpo e da alma, para tornar-se livre, menos seguro de seus amigos e de seu futuro”, continua Sertillanges.

É uma humanidade sem Deus, e por isso ela se degrada e enlouquece, porque Deus confunde os homens quando os quer castigar do orgulho que os exaltou. Os homens se esqueceram de procurar primeiro “o Reino de Deus e sua justiça” para terem depois “o resto por acréscimo”. Esqueceram-se de Deus e procuraram “o resto”. E agora não possuem Deus que é a fonte viva da inteligência e “o resto” os confunde e os agita sem que o consigam conquistar.

Há, porém, o grande renascimento católico da hora presente. Os homens se voltam para Deus. E por isso dissemos ser provável que os dois médicos se enganem quanto ao futuro! Toda a confiança da humanidade está na misericórdia infinita de Deus.


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