Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Necessário, o testemunho de sangue?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 2 de maio de 1937, N. 242, pag. 2

 

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Nesta agitação política que vai pelo Brasil inteiro, mostram infelizmente os nossos homens que não os move o interesse da Pátria, mas apenas os seus interesses particulares. Em todos os lugares se fala no apelo às armas, como “ultima ratio”  [último argumento, n.d.c.] ou talvez como “primeira”, para a solução do problema presidencial. Esquecem-se do Brasil, para verem apenas as honras que são tributadas durante alguns meses a quem vai ocupar as dependências do Catete. É, em última palavra, o egoísmo mais ridículo, quando se considera a precariedade das honrarias humanas.

O posto presidencial, que deveria ser aceito como um posto de sacrifício pelo bem da Pátria, é, na verdade, desejado apenas como uma grande glória!...

E, entretanto, ainda agora, na Encíclica sobre o comunismo, o Papa Pio XI recorda no item 76 os deveres dos homens de governo. Diz Sua Santidade:

“O próprio Estado, consciente de sua responsabilidade diante de Deus e da sociedade, seja o exemplo de todos os demais com uma prudente e sóbria administração. Hoje mais do que nunca a gravíssima crise mundial exige que quem dispõe de enormes fundos, fruto do trabalho de milhões de cidadãos, tenha sempre ante os olhos, unicamente o bem-estar comum e se esforce em promovê-lo quanto mais lhe seja possível. Cumpram também os funcionários do Estado e todos os seus empregados, por obrigação de consciência, seus deveres com fidelidade e desinteresse, seguindo os exemplos antigos e recentes de homens insignes que com incansável trabalho sacrificaram toda a sua vida pelo bem de suas pátrias”.

Terão os nossos homens públicos patriotismo suficiente para não abrirem em nossa Pátria brecha nenhuma neste momento tão grave de sua existência, quando em todo o mundo as forças do mal procuram avassalar as nações? Ou será necessário que a mocidade briosa de Nossa Senhora, que hoje jura, entre flores e palmas, sua fidelidade a Cristo, tenha que dar testemunho dessa fidelidade com o seu próprio sangue?


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