Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Nem otimismo nem pânico!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 8 de agosto de 1937, N. 256, pag. 2

 

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A situação do Brasil é grave. Isto o temos dito mais de uma vez e continuamos a dizê-lo. O fermento comunista existe em todo o país e poderá levedar em muitos lugares, onde a temperatura e as condições são próprias para que a fermentação se dê. Não há, portanto, razões para o otimismo ingênuo, de quem só vê o meio em que vive, e que nele não descobre nenhuma infiltração deletéria. É necessário ir um pouco mais além e perscrutar o fundo da sociedade brasileira. E certamente o otimismo desaparecerá quando se observarem as misérias materiais e principalmente morais dessa sociedade.

É necessário, porém, não cair no extremo oposto, num pessimismo e num temor que paralisam. O pânico não deve existir no momento atual. É necessário que cada um tenha consciência do próprio valor e da responsabilidade que tem para que saiba, caso seja necessário, tomar uma atitude. Pânico e derrota são sinônimos.

Há obras urgentes a realizar e que, entretanto, estão paradas por falta de elementos que queiram trabalhar. Uns pelo seu otimismo, outros pelo seu pessimismo abandonam tudo. Poucos têm o senso da realidade, poucos se dominam e examinam as coisas com a devida frieza. Todos os sectores da Ação Católica esperam estes homens que saibam ser senhores de si, para que possam dirigir com eficiência. Os que já se apresentaram, estão sobrecarregados, divididos muitas vezes por várias secções, não podendo dar a necessária atenção a cada uma delas.

Verificou-se na Espanha que as províncias onde a Ação Católica estava mais perfeitamente organizada, foram as que responderam mais eficientemente ao apelo contra o comunismo.

Havia províncias como Castela e Navarra, onde quase todo o operariado industrial e agrícola, organizado em associações católicas, tinha, graças a estas, um elevado padrão de cultura e de vida. No momento da revolução nacionalista, não houve pânico nestas regiões. Todos obedeceram prontamente e de Navarra e Castela tem saído o maior voluntariado para as forças nacionalistas [anticomunistas, n.d.c.].

É necessário que no Brasil se faça o mesmo. Que os católicos deem todo o seu trabalho à organização social católica da Nação e se esqueçam de competições mesquinhas que apenas interessam a outros, mas que nunca procuram o bem da Pátria. Não falta trabalho; falta, porém, boa vontade!


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