Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Construir o bem...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 3 de outubro de 1937, N. 264, pag. 2

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O deputado dr. Waldemar Ferreira apresentou um projeto à Câmara Federal, mandando erigir um monumento, no cemitério de São João Batista, em homenagem aos oficiais e soldados mortos durante o movimento [Intentona] comunista de Novembro de 1935. É evidentemente uma homenagem digna e merecedora de todo o apoio da Nação. Se é nosso dever cultuar a memória dos grandes homens de nossa Pátria, entre eles devemos incluir em um lugar de honra os oficiais e os soldados que deram sua vida para livrá-la do comunismo ateu e imoral, inimigo da Religião, da Família e do Brasil.

Maior homenagem, porém, prestar-se-á a esses homens se, como diz a Pastoral Coletiva de nosso Episcopado, ao lado da obrigação de não pactuar com o mal, “acrescentarmos o dever positivo de construir o bem”. Eles que morreram na luta contra o comunismo, sacrificaram sua vida ao ideal de um Brasil grande, forte, livre do imperialismo soviético. E entregaram a realização desse ideal aos que sobreviveram ao assalto bolchevista.

Paralelamente, pois, às homenagens que as altas autoridades civis e militares lhes prestaram no último dia 22 de Setembro e a que o deputado Waldemar Ferreira propôs na Câmara, urge que se construa o “bem”.

Não se constrói o bem, porém, se não se parte do indivíduo. A melhora de cada um, a formação individual sã, significa uma nação construída e erigida sobre o “bem”.

Nesse sentido, as nossas autoridades têm muito a fazer. Uma revisão cuidadosa dos jornais e revistas que se publicam no Brasil levaria certamente à eliminação de mais de 50% deles, como perniciosos à verdadeira formação cívica e moral dos que os leem. A censura cinematográfica teria muito mais a cortar, uma orientação sadia do ensino teria muita coisa a modificar. Em todos os terrenos políticos e sociais o governo muito poderia agir para “construir o bem”, cooperando ativamente com a Igreja, quem, por missão divina, cabe promover a santificação das almas, o “bem” por excelência.

Sabemos que, por enquanto, quase todas as autoridades nada farão... Outros assuntos de muito maior urgência política absorvem as suas atenções!... Não se esqueçam, porém, os fiéis da Igreja Católica, do que diz a Pastoral Coletiva, que publicamos domingo último:

“É nas profundezas de si mesmo, que o homem se regenera, se eleva e se transfigura. É encontrando a sinceridade do seu esforço cooperador que a graça triunfa sobre a violência das paixões, e, aos frutos de ambição e de ódio, gerados pelo egoísmo, substitui a paz, a generosidade e alegria da caridade cristã. Trabalhai agora, com mais zelo, em elevar à altura do ideal da Fé, a realidade da vida, ajustando as vossas ações com as vossas crenças, para que seja esta harmonia, para vós, penhor da proteção divina e, para os que vos cercam, apostolado eloquente...”

“Nesta restauração profunda da vida cristã, a Ação Católica está destinada pela própria natureza, a desempenhar missão providencial. Aprimore-se, de dia para dia, a formação espiritual das consciências, acenda-se cada vez mais ardente o zelo pela extensão do Reinado de Cristo na vida dos indivíduos e da sociedade e a hierarquia da Igreja verá, com admirável eficácia, prolongada e ampliada a ação benfazeja do apostolado que lhe confiou o Divino Salvador...”


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