Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

“O catolicismo americano”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 19 de dezembro de 1937, N. 275, pag. 2

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Sob o título acima, o sr. Mário Pinto Serva publicou um artigo no “Diário de S. Paulo” de 11 do corrente, exaltando o que ele chama “catolicismo americano”, isto é, dos Estados Unidos, e distinguindo-o do que denomina “Catolicismo brasileiro, argentino” etc. E diz, entre outras cousas, o articulista: “O catolicismo americano é só de ação social. Não há mais essa inútil e estéril discussão que vemos em certos jornais, a qual só serve para acirrar ódios e provocar exacerbações. Essa discussão dura há 20 séculos. Isto é, 2.000 anos. Isto é, 24.000 meses, isto é, há 730.000 dias.

“A República Argentina já está extraordinariamente mais adiantada que nós ... etc.

“O mundo moderno, na intensidade do seu ritmo de vida, não se compadece mais com certas orientações demasiado místicas ou escolásticas, que se tornam anacrônicas ... etc.

“Precisamos confessar que a atuação dos católicos na Espanha e em Portugal e mesmo em outros países latinos, deixou um pouco a desejar e provocou certas recriminações”.

Não vamos discutir com o sr. Mário Pinto Serva, mesmo porque não nos interessam “discussões estéreis” e esta o seria. Apenas alguns esclarecimentos aos que leram o seu artigo e podem talvez sentir algumas dúvidas!...

Em primeiro lugar, não há um “catolicismo americano, ou argentino, ou brasileiro”. Há um só que é o “Catolicismo Apostólico Romano”: uma só doutrina e um só pastor. Os católicos dos Estados Unidos são tão católicos quanto os do Brasil, da Itália ou da Cochinchina, professam a mesma doutrina e obedecem ao mesmo Chefe supremo que é o Bispo de Roma, o Sumo Pontífice.

Há nos Estados Unidos a mesma discussão com os adversários da Igreja, que há aqui e em qualquer outro país, e os católicos da República do Norte são tão místicos quanto os de qualquer outra parte do mundo. Além disso, se eles se distinguem por suas atividades sociais, é porque eles possuem uma vida interior intensa, o que os torna dignos dos melhores louvores e merecedores de serem imitados pelos outros países. E não é esse fato que tornará o catolicismo dos Estados Unidos distinto do existente no Brasil.

Finalmente a acusação aos católicos da Espanha. Podemos afirmar que sua atitude, ao contrário do que diz o sr. Mário Pinto Serva, nada deixou a desejar. Com efeito, a glória da Igreja está principalmente no martírio. E ela se enriqueceu na revolução espanhola de mártires inúmeros que não recearam derramar o sangue por Cristo e sua doutrina.


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